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opinião

Isolamento social para proteção

É tempo de desacelerar, mudar e até parar.

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Família reunida. (Foto: Envato / choreograph)

Diante da realidade global e nacional que estamos atravessando, começamos esta semana algo bastante incomum para nós, brasileiros: o isolamento social em nossas casas. Moramos em um país tropical, somos latinos, gostamos de chegar e sair a todo momento.

Nunca viajamos tanto e para tão longe em diferentes destinos em tão pouco tempo. Somos assim: gostamos de estar nas casas das pessoas, de andar pelas ruas e em ambientes comunitários.

A nova realidade, porém, nos impõe mudar isto temporária e drasticamente. No Brasil e em boa parte do mundo, precisamos parar, já sabemos que o mundo em que vivemos mudará para sempre depois que esta situação passar. Não sabemos exatamente como, mas este momento único na história da humanidade afetará a vida em todos os sentidos e de todas as pessoas na educação, cultura, negócios, saúde, política e realidades sociais. Nesse exato momento, estamos vivendo um marco na história.

Em muitos países da América do Norte, Central e Ásia, devido a tempestades, nevascas, furações, tornados e ciclones, já é parte da cultura de muitos países o toque de recolher das autoridades. Quando acontecem tragédias naturais não existe outra alternativa senão obedecer e ir para casa, esperar a tempestade bater, sobreviver e depois sair para contabilizar os prejuízos, que muitas vezes até incluem mortes.

Então, será tempo de recomeçar e reconstruir a vida depois da tormenta. Já aprendemos que toda tempestade passa – elas sempre passam – contudo, na cultura brasileira infelizmente não trabalhamos assim. Somos pouco preventivos, esperamos ver para crer e, às vezes, pagamos para ver. Isso tem acontecido todos os anos, por exemplo, com nossas chuvas de verão. Ficamos apenas esperando onde serão os estragos das próximas tempestades. Em muitas cidades, infelizmente, são tragédias anunciadas. De forma geral, trabalhamos pouco de forma preventiva.

Por isso, está sendo difícil convencer algumas pessoas, organizações e até mesmo algumas igrejas e pastores evangélicos da necessidade de, de forma preventiva, orientar nosso povo para ficar em casa e esperar a tempestade passar. Como ainda não temos vacina ou medicação contra este vírus desta pandemia global que chegou ao Brasil, o melhor remédio é a prevenção.

Ficar recluso em casa por alguns dias, cuidar de nossa saúde, hidratar o organismo, alimentar-se bem e fazer exercícios ao ar livre sozinho ou em casa. A realidade atual é: somente saia de casa para trabalhar e para questões intransferíveis e, quando voltar, higienize bem seu corpo. O melhor remédio hoje é o isolamento social em casa, ainda que isso vá contra nossa cultura e costumes. Graças a Deus, temos a internet com nossas redes sociais, grupos online, interações virtuais e atualizações constantes do que está acontecendo no mundo. Apesar de isolados fisicamente, podemos continuar ativos em nossos relacionamentos virtualmente.

Se você estiver em home office, combine bem com a sua família sobre seu horário de trabalho. O Brasil não pode parar. Em cada casa ou ambiente, com disciplina, cuidados com a saúde, bom senso e fidelidade, precisamos continuar produzindo de forma diferente neste período que esperamos que seja o mais breve possível. Vamos esperar até a tempestade chegue e passe, depois contabilizaremos os prejuízos, perdas e impactos, e então prosseguiremos. Com a graça de Deus, vamos vencer. Ele estará conosco diante desta tragédia.

Mantenha a fé, a sanidade e a esperança ativa e viva. Cuide de si, da sua família e da sua mente, emoções e relacionamentos. Agora é um tempo semelhante ao da Arca de Noé. É ruim esperar por muitos dias dentro da arca? Sim! Mas, fora dela, estava pior. Então, por proteção e prevenção, faça a sua parte, por você, por sua família e pelo próximo.

Neste tempo, seja solidário, ajude seus vizinhos, cuide dos idosos, seja paciente e respeite o próximo. Ore como se tudo dependesse de Deus e trabalhe como se tudo dependesse de você. Oro e espero que possamos sair desta crise mais sensíveis quanto a brevidade da vida, mais humanos e menos materialistas. Mais conscientes de que precisamos construir pessoas e conquistar legados, muito além do que adquirir dinheiro e posses. Sobretudo, precisamos buscar mais a Deus e ter fé Nele, porque isso nos sustenta em tempos desafiadores como estes. Nós não controlamos o mundo, Deus é o que pode controlar tudo.

Domingo passado tivemos nossa última celebração presencial na Igreja da Cidade. Adiantando-nos às orientações municipais e entendendo a gravidade da situação de nosso estado e país, estamos realizando todas as celebrações de forma online.

Atentos a todos os serviços sociais e pastorais prestador pelo campus principal da igreja, temporariamente fechamos todos os nossos 28 endereços no Vale do Paraíba, para não contribuir com a contaminação interpessoal. Somos conscientes de que somos humanos, mesmo sendo espirituais.

Estamos orando e confiando que tudo vai passar, mas, por hora, estamos no início de uma tempestade e, assim, precisamos ficar mais em casa.

Sabemos que existe tempo para todas as coisas, como disse o sábio Salomão: “Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou” (Eclesiastes 3:1-2).

Agora, é tempo de desacelerar, mudar e até parar. Mas, com a graça de Deus e Seu amor, logo será o tempo de recomeçar e voltar a crescer, e seremos melhores e mais fortes.

Carlito Paes, pastor Batista, Palestrante e Escritor. Bacharel e Mestre em Teologia, Pastor Líder da Igreja da Cidade em S. J. dos Campos-SP. Fundador da Rede de Igrejas da Cidade e da Rede Inspire de Igrejas, autor de 26 livros públicados pelas Editoras Vida e Inspire e fundador de diversas organizações ministeriais como Colégio Inspire! Escreve semanalmente para o Jornal O Vale e para o Gospel Prime, casado com Leila Paes, pastora e psicóloga, vivem em SJC desde de 1997 com 4 filhos!

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