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Só o evangelho muda a cultura humana

O crente não é uma pessoa alienada, que vive uma cultura totalmente separada da secular.

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Pessoas andando na rua. (Foto: Ryoji Iwata / Unsplash)

O evangelho transforma a cultura

Jesus nasceu num contexto cultural

Como já dissemos no primeiro tópico, não há humanidade sem cultura. Por esta razão só, é redundante dizer que Jesus nasceu e viveu num contexto cultural. E, na verdade, muitas culturas cercavam o mundo nos dias de Jesus: sua própria cultura judaica, predominantemente religiosa, a herança cultural grega do famoso jovem conquistador Alexandre, que se sobressaía principalmente na influência linguística (observe que ao que tudo indica todo o Novo Testamento foi escrito originalmente na língua grega), e a cultura dos romanos cujo império dominava o mundo, destacando-se sua cultura política e jurídica, além de suas grandes construções.

Jesus não viveu à parte da cultura. Quando criança, aprendeu aos pés dos doutores de sua época; frequentou com seus pais as grandes festas religiosas em Jerusalém; participou de uma festa de casamento, onde realizou seu primeiro milagre, prolongando um pouco mais a festa que parecia caminhar para o fim (Jo 2.1ss); ele sabia ler, cantava (Mt 26.30), e ensinava. Certamente de seu pai adotivo, José, aprendeu a profissão da carpintaria. Apenas jamais submeteu-se aos costumes pagãos (não vemos Jesus em nenhuma festa romana, nem distraindo-se no entretenimento mundano de sua época).

O evangelho transforma a cultura

Visto que o pecado não contaminou apenas o corpo, mas o ser humano integralmente, isto é, espírito, alma e corpo, logo todas as nossas realizações trazem a contaminação do pecado, fazendo-se urgentemente necessária uma redenção da nossa cultura, por meio de Cristo, o único que pode reconciliar-nos com o Criador, donde emana todo dom perfeito e toda boa dádiva (2Co 5.19; Tg 1.17).

O povo de Deus deve resplandecer como luzeiro neste mundo (Fp 2.15), proclamando vigorosamente o evangelho de poder para transformação da sociedade e redenção da cultura. A graça de Deus que é capacitadora e salvadora, é também santificadora. Ela nos educa a renunciar a impiedade e as concupiscências mundanas, para que vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piedosamente (Tt 2.12).

Às culturas polígamas, ensinemos a monogamia e às culturas homossexualizadas, ensinemos a heterossexualidade como padrão de Deus para o casamento e núcleo familiar. Às culturas infanticidas (como algumas indígenas) e abortistas (realidade já do nosso país, que mata pelo aborto aproximadamente 100 mil crianças todos os anos!), ensinemos o amor de Deus pelas crianças e a responsabilidade dos pais de amá-las, educa-las e protege-las. Às culturas violentas, anunciemos o “Príncipe da paz”. Às culturas segregadas pelo ódio e preconceito racial, anunciemos o amor de Cristo para unidade dos povos. Às culturas dominadas pelo vício das drogas, anunciemos a libertação e o prazer de viver livre de vícios. Às culturas erotizadas, ensinemos o valor da santidade do corpo, como lugar sagrado onde Deus habita.

No final das contas não será a política nem a escola ou universidade quem mudará o mundo e lhe dará o rumo certo, mas somente o evangelho de Cristo e o Cristo do evangelho! Se voltarmos aos grandes avivamentos espirituais ocorridos na história veremos como o evangelho de Cristo causou poderoso impacto social.

A Reforma Protestante impactou tão fortemente a humanidade que a impressa recém-inventada de Iohannes Gutemberg mal podia dar conta de tantas bíblias que eram produzidas para um povo agora faminto por ler a Palavra em sua língua nativa (visto que até então as bíblias estavam acorrentadas nos púlpitos católicos, trancafiadas nos monastérios e detidas na língua latina). E o que dizer do grande impacto social que o movimento de Escola Dominical do jornalista episcopal Robert Raikes causou na Inglaterra do século 18, que caminhava para o mesmo banho de sangue que se derramou sobre a França da Revolução Industrial? Em apenas 4 anos de existência, mais de 250 mil crianças estavam matriculadas em todo país, sendo alfabetizadas e ainda instruídas na Bíblia sagrada – não é isto uma maravilhosa influência da cultura que glorifica a Deus?

O que dizer da nova cultura estabelecida no estado norte-americano da Geórgia, quando John Wesley passou por ali? Diz Orlando Boyer, em seu clássico best-seller Heróis da Fé, que “uma sala de baile ficou quase inteiramente abandonada, enquanto a igreja se enchia de pessoas que oravam e eram salvas”[2]. E que maravilhoso relato é dado de George Whitefield, amigo de Wesley: “Alcançou indivíduos das mais diversas classes, idades e tipos de conduta. A embriaguez foi abandonada por aqueles que eram dominados por esse vício. Os que haviam praticado qualquer ato de injustiça foram tomados de remorso. Os que tinham furtado foram constrangidos a fazer restituição. Os vingativos pediram perdão”[3]. Este é o maravilhoso poder transformador do evangelho!

Os crentes de Corinto, um exemplo da influência do Evangelho

A cidade de Corinto, onde uma comunidade cristã foi fundada pelo apóstolo Paulo (a quem ele escreveu pelo menos duas cartas), era, segundo o teólogo Stanley Horton,

“famosa por sua arte, arquitetura, fundições de bronze, banhos, templo e tribunais de justiça. Mas a moral de sua sociedade pagã era tão corrupta que ‘corintianizar’ significava viver uma vida muito dissoluta. Havia milhares de sacerdotisas nos templos, (especialmente no templo de Afrodite, a suposta deusa do amor) que eram meninas escravas usadas como prostitutas que vendiam seus corpos como ato religioso para angariar dinheiro para os templos. Elas também agiam como artistas na vida noturna da cidade. Todo tipo de pecado era comum e notório na cidade”[4].

De fato, pelos escritos de Paulo se vê que muitos eram os pecados presentes naquela metrópole romana. Nela havia: imorais, idólatras, adúlteros, homossexuais passivos ou ativos, ladrões, avarentos, alcoólatras, caluniadores e trapaceiros (1Co 6.9,10). E Paulo ainda afirma sobre os que agora eram cristãos: “Assim foram alguns de vocês” (v. 11, NVI). Esta era a cultura que outrora seguiam, a cultura da libertinagem, da falta de freio nos costumes, da imoderação, da satisfação carnal e da escravidão dos vícios.

Mas então, o apóstolo diz sobre o novo estado destes irmãos: “Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” (1Co 6.11). De fato, somente Cristo pode lavar o homem e limpá-lo de toda sujeira do pecado! Feito nova criatura em Cristo, agora sua cultura preza pelos valores do céu. Como Paulo escreveu aos Efésios, “O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade. Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem” (Ef 4.28,29).

Conclusão

Muita coisa da cultura secular, nós compartilhamos, desde que seja conveniente; assim como os descrentes compartilham muito daquilo que nós cristãos produzimos. Quantos não já leram ou assistiram as adaptações para o cinema de As Crônicas de Nárnia, sem saber que o autor desta obra renomada foi um dos maiores pensadores cristãos do século passado, o crítico literário britânico C.S. Lewis? Ou, para dar um exemplo mais popular, quantos não tem sido abençoados, mesmo que descrentes, através de livros devocionais ou programas televisivos produzidos pelos cristãos? Mas podemos e devemos ir mais longe. Mais que fruição, devemos levar transformação ao mundo em nossa volta, pelo poder do maravilhoso evangelho do qual somos ministros!

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Referências

[1] Justo González. Cultura e evangelho: o lugar da cultura no plano de Deus, Hagnos, p. 39
[2] Orlando Boyer. Heróis da Fé, CPAD, p. 53.
[3] Ibid. p. 67
[4] Stanly Horton. I e II Coríntios: os problemas da igreja e suas soluções, CPAD, pp. 11,12

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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