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estudos bíblicos

Davi é ungido rei

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 7 do trimestre sobre “O Governo Divino em Mãos Humanas – Liderança do Povo de Deus em 1º e 2º Samuel”.

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Rei Davi. (Foto: Reprodução)

II. Davi: o rei que era servo

1. O ungido servindo

Davi era não somente o mais novo dentre os oito filhos de Jessé, mas certamente tinha ainda tão pouca idade que não podia alistar-se para o exército de Israel, ficando assim responsável pelo cuidado com as “poucas ovelhas” de seu pai no campo (1Sm 16.11; 17.28), bem como por prover seus três irmãos mais velhos, que eram soldados de Saul, de mantimento no campo de batalha (17.17-18). Davi cumpria diligentemente ambas atribuições delegadas por seu pai (conf. 17.20-22,34,35).

Quanto aos serviços prestados por Davi ao rei, destacam-se esses: quando Saul precisou de um guerreiro para derrotar o gigante Golias, lá estava o moço Davi e sua funda (17.40-51). Quando Saul precisou de um músico para acalmar-lhe a mente perturbada, lá estava Davi e sua harpa (16.14-23). Em muitas outras empreitadas, “Davi saía aonde quer que Saul o enviava e tinha êxito” (18.5). Por sua sincera disposição em servir, Davi podia apresentar-se ao rei sem demagogia, como “este seu servo” (17.32,34,36).

Todavia, os irmãos de Davi pareciam não ter bons olhares para ele. “Sei que você é presunçoso e mau” – este foi o julgamento de Eliabe contra Davi (1Sm 17,28). O irmão mais velho tinha uma visão negativa de seu irmão mais novo. Mas o que importa é o julgamento de Deus sobre Davi: “Achei Davi, meu servo; com meu santo óleo o ungi” (Sl 89.20). Enquanto Eliabe, julgava Davi um moço intrometido, Deus o via como um servidor; enquanto Eliabe reprovava Davi como um jovem mau, Deus lhe via como um rei ungido. Diante da opinião negativa que os irmãos de Davi tinham ao seu respeito, torna-se ainda mais vibrante a afirmação bíblica sobre a unção de Davi para o reino: “Samuel… ungiu Davi no meio de seus irmãos” (1Sm 16.13).

2. O Espírito do Senhor se retira de Saul

“O Espírito do Senhor se retirou de Saul” – é a forma retumbante das Escrituras tratarem o início do declínio espiritual de Saul e a sua tragédia anunciada (16.14). Como fora outrora com Sansão (Jz 16.20), saindo o Espírito Santo do homem, resta-lhe tão somente o fracasso moral, espiritual e, finalmente, a morte.

Mais à frente, o próprio Davi, após o seu fatídico pecado de adultério, demostra-se profundamente arrependido e, temendo cair na mesma desgraça que estes líderes de Israel que o antecederam, roga: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo” (Sl 51.10,11). Davi sabia que não era o trono nem as habilidades naturais que ele tinha, mas a presença do Espírito Santo é que era de fato a sua glória e a sua força! O hino Não sai de mim, Senhor, interpretado por Marcos Antonio, é uma bonita composição que bem retrata essa súplica de Davi, que também deve ser a nossa súplica quando na caminhada da vida viermos a tropeçar e cair (1Jo 2.1,2).

O Espírito do Senhor se aparta de Saul, e então um espírito mau, vindo da parte de Deus, passa a lhe atormentar, como que um julgamento divino sobre o primeiro rei de Israel, devido sua desobediência e orgulho. Ainda que Saul tenha reinado muitos anos, o fizera sem a atuação interior do Espírito de Deus; embora, conforme 1Samuel 24.6, Davi o tivesse por “ungido do Senhor” (e de fato era, no sentido de ter sido outrora ungido por Deus, através de Samuel, para a monarquia), Saul de fato já havia perdido esta unção.

Strauss comenta com muita propriedade: “A ascensão de Davi é contrabalanceada com o declínio de Saul, cuja inveja egoísta contrasta com a confiança de Davi e paciente espera no Senhor. A partir de sua unção, o brilho de Davi cresce, enquanto o de Saul diminui”[4].

3. Deus levanta autoridades

O Deus que outrora chamou os patriarcas, ungiu sacerdotes e capacitou os juízes, faria o mesmo agora nos tempos da monarquia. O fracasso de Saul e o lamento de Deus por havê-lo colocado líder sobre o povo não significavam que o Senhor relegaria seu povo à anarquia. Desde o primeiro pecado de Saul, o profeta Samuel já havia prenunciado que Deus levantaria por rei sobre Israel um homem “segundo o seu coração” (1Sm 13.14; At 13.22).

Davi era este homem escolhido por Deus para substituir Saul (16.12,13), e para isso fora ungido na casa de seu pai, no meio de seus irmãos. Entretanto, em momento algum após a unção, vemos Davi fazer motim contra Saul ou promovendo ações que desequilibrassem o seu governo para finalmente puxar-lhe o tapete e receber o trono prometido. É que Davi foi ungido como rei e não como oposição ao rei; seu tempo de reinar chegaria, nem que ele tivesse que esperar por volta de uma década e meia (já que começou a reinar com 30 anos de idade, conforme 2Samuel 5.4).

Nem mesmo quando ameaçado de morte pelo próprio “rei de fato” Saul, o “rei por direito” Davi revidou, antes confiava em Deus para julgar aquela demanda (1Sm 24.12). Neste sentido, Davi é mesmo um tipo de Cristo, pois nosso Senhor “quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente” (1Pe 2.23). A paciência de Davi se assemelha à de Cristo. E quanto a nossa paciência, será que se assemelha à deles?

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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