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estudos bíblicos

“Aquilo que os olhos não viram” está no céu?

O que estava oculto?

em

“Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” (1 Co 2:7-12)

Primeiramente quero confessar que, por muitas vezes, me utilizei deste versículo para justificar e dar base à ideia de que o apóstolo Paulo estava fazendo menção às bençãos insondáveis que aguardam os crentes fiéis no céu.

Entretanto, após algum tempo, empreendendo um estudo mais aprofundado percebi que não, este texto não faz conexão alguma com a Nova Jerusalém. Embora saibamos que bençãos inomináveis e inimagináveis nos aguardam no “Seio de Abraão”.

O estudante da Bíblia precisa fazer uso das ferramentas da hermenêutica para poder lograr um bom êxito nesta jornada. A hermenêutica é a ciência e a arte da interpretação de textos. Ciência porque possui regras, princípios e métodos.

Arte porque permite que o hermeneuta insira no estudo caraterísticas pessoais, trazendo uma aplicabilidade prática com uma perspectiva particular da perícope (trecho de um livro utilizado para transcrição ou para outras finalidades; passagem da Bíblia utilizada para leitura durante culto ou sermão).

Uma das técnicas da interpretação é fazer perguntas ao texto. Sendo assim, fazendo uma pergunta simples ao versículo em questão teremos uma resposta:

“O que estava oculto?”, pois os olhos não viram. A Bíblia responde:

“O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória.” (Cl 1.26)

Poderia por acaso existir alguém mais precioso e sublime do que o Cristo e Seu Evangelho?

“Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra;” (Ef 1.9-10)

Se perguntássemos ao profeta messiânico Isaias, ele também nos revelaria a mesma coisa que o apóstolo dos gentios:

“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.” (Is 64:4)

Outro fato muito importante é observar que no contexto da perícope, o verso seguinte diz que: “o que Deus tem preparado para aqueles que O amam” já fora revelado:

“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.” (I Co 2.10)

A despeito do mundo estar imerso no pecado o projeto do Pai foi revelar  a primazia do Seu Filho, Jesus Cristo, na remissão dos pecadores e a restauração de todas as coisas para a glória de Seu eterno Nome.

Observando um contexto remoto, vemos que o apóstolo Paulo se regozijava nesta bendita graça que lhe permitia, embora se sentindo o menor dos apóstolos, ser um instrumento propagador deste tesouro que há tanto tempo estivera oculto da humanidade:

“A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas…” (Ef 3:8-9)

“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.” (Grifo meu) (Cl 1.16)

A conclusão, então, é que Paulo nos adverte que fomos presenteados pelo Pai com o discernimento espiritual para, através do Seu Filho, contemplá-lo (vê-Lo com nossos olhos), compreender sua Santa Palavra (ouví-Lo com os ouvidos) e receber de mente e coração abertos (subir ao nosso coração), por Graça, o Evangelho que foi preparado para nós: Seu maravilhoso Plano de Salvação, o perdão, o amor, a Justificação pela fé e a Vida Eterna.

Todavia é necessário lembrar que todas estas bençãos elencadas pelo apóstolo, todas as promessas que transcendem aquilo que já vimos, ouvimos ou que se inserem fora de nossos sentidos e imaginação “são as que Deus preparou para os que o amam.”

 “Saberás, pois, que o SENHOR teu Deus, ele é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos.” (Dt 7.9)

Deixe este Tesouro ser revelado a você. Jesus te ama.

Graduado em Teologia. Pós-graduado em Teologia Bíblica. Mestre em Sociologia da Religião. Doutorando em Teologia.

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