estudos bíblicos
Uma salvação grandiosa
Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 2 do trimestre sobre “A supremacia de Cristo”
O estudo de hoje trata da grandiosa salvação que Cristo trouxe para nós mediante seu sacrifício vicário.
A Lição está baseada no segundo capítulo da carta aos Hebreus (que está na íntegra em nossa Leitura Bíblica em Classe), e eu creio que você já o leu na íntegra este capítulo durante a semana. Que este subsídio possa acrescentar conhecimento e trazer edificação à sua vida, quer seja você aluno ou professor. Bom estudo!
I. UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA
Visto que o Filho de Deus é superior aos anjos (tanto que é adorado por eles – Hb 1.6), os crentes judeus que estavam sendo tentados a desertarem da fé em Cristo precisavam “prestar mais atenção ao que têm ouvido” (Hb 2.1), para que jamais se desviassem do caminho. Como placas à beira da pista sinalizando curvas, precipícios e limites de velocidade não podem ser ignoradas, assim também as advertências trazidas no Evangelho devem ser levadas a sério pelos que estão transitando no caminho. Caso contrário, poderão se desviar e se acidentar fatalmente!
Conforme a benção de Moisés (Dt 33.2; Sl 68.17), a concessão da Lei no Sinai ocorreu na presença de miríades de seres angelicais. O argumento de Hebreus, então, é pedagógico: se a desobediência àquela antiga Lei, mediada por anjos (que já se provou serem inferiores ao Filho), acarretava “a devida punição” (v. 2, NVI), o que não acontecerá aos que desobedecerem à mensagem proclamada pelo próprio Filho de Deus, e ratificada pelo poder do Espírito nos sinais, milagres e maravilhas operados pelos apóstolos? “A quem muito é dado, muito será cobrado”, dizia Jesus, ressaltando que o juízo divino será proporcional à revelação e as dádivas de Deus que os homens receberam. Por isso é que tantas vezes o autor da carta aos Hebreus repete a expressão: “Hoje, se ouvirem a sua voz, não endureçam o coração” (3.7,8, 15; 4.7), como Jesus que ao advertir as igrejas da Ásia menor, sempre concluía as cartas dizendo: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2.29; 3.6, etc.). Infelizmente, como constatado, os judeus se fizeram “negligentes para ouvir” (Hb 5.11). Quantos crentes hoje estão na mesma situação: negligentes para ouvir o que Deus está a dizer em sua Palavra, negligentes para perceber os grandes feitos da mão de Deus, negligentes na oração, negligentes na leitura da Palavra, negligentes na comunhão com a igreja…
O efeito desta negligência é devastador. O nosso texto em português diz: “…para que, em tempo algum, nos desviemos delas”. Os que negligenciam a Palavra e o cuidado com a fé, se desviarão! Mas o sentido do texto grego aqui é muito mais que sair do caminho proposto, muito mais do que tomar uma direção errada. Como explica David Peterson, “[a] advertência é para que delas jamais nos desviemos, como pessoas num barco que perdeu suas amarras e está se aproximando rapidamente das quedas d’água. Aqui o ponto é simplesmente ressaltar que o afastamento tem consequências desastrosas” (1). Noutras palavras, mais que um afastar-se do caminho está em vista aqui. É a própria queda final, a destruição fatal que aguarda aqueles que se fizerem negligentes para ouvir a Cristo, e enveredarem pelos caminhos das heresias, do pecado e da apostasia. Para o autor da carta aos Hebreus não existe essa coisa de “uma vez seguro, sempre seguro”, ou “uma vez salvo, sempre salvo”. “Como escaparemos nós se negligenciarmos tão grande salvação?”, questiona ele. Como?! Perceba que ele usa o pronome plural: “nós”, incluindo-se entre os que podem vir a perecer se não atentar “com mais firmeza” (ARA) às verdades comunicadas maravilhosamente pelo próprio Filho, e no poder do Espírito!
Uma tão grande salvação, vinda de um tão grande Salvador, para tão grandes pecadores, não ficará sem um tão grande castigo, se receber tão grande desatenção, quer seja dos incrédulos, quer seja dos crentes negligentes. Afinal, a carta aos Hebreus é escrita a cristãos que foram “iluminados” (10.32) e que “se fizeram participantes de Cristo” (3.14). Deus não enviaria seu Filho ao mundo, não derramaria seu Espírito, nem capacitaria tantos homens, colocando-os sob risco de morte pela mensagem que pregavam em poder, para deixar barata a conta da negligência dos que ouviram esta mensagem. Noutras palavras, Deus investiu muito alto e espera um alto retorno de seu investimento. Caso contrário, como na parábola dos talentos, em que o servo negligente foi duramente repreendido por seu senhor e finalmente lançado “nas trevas exteriores” (Mt 25.30), assim será com aqueles que negligenciarem a tão grande salvação que agora nos é proclamado pelo Filho de Deus, o próprio Salvador do mundo. A Nova Aliança nos traz mais benditas promessas, como também mais contundentes ameaças!
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