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Editora francesa é incendiada por muçulmanos após publicar charge de Maomé

Coquetéis molotov queimaram a sede e site foi hackeado por extremistas

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O escritório da revista semanal de humor Charlie Hebdo amanheceu queimado nesta quarta-feira. O incêndio criminoso ocorreu no dia em que chegou às bancas uma edição com uma capa que parecia zombar da lei islâmica. O desenho de um homem de barba e turbante que simbolizaria o profeta Maomé diz “100 chicotadas se você não está morrendo de rir”.

O diretor da revista, que tem sede em Paris, disse que o incêndio foi causado por um coquetel Molotov lançado contra o prédio durante a madrugada. O executivo, identificado apenas como “Charb”, expressou sua indignação com o ataque: “O incendiário ainda não leu a revista. Ninguém sabe o que está nela, exceto quem vai comprá-la hoje. Revoltar-se desse modo com algo que nem foi lido é a coisa mais idiota do mundo”.

Claude Gueant, ministro do Interior, expressou o apoio da nação para a revista. “A liberdade de imprensa é sagrada para os franceses. Faremos todo o possível para encontrar e prender os autores deste ataque”, disse ele.

Bertrand Delanoe, prefeito de Paris, condenou veementemente o ato de violência: “Podemos não concordar com a edição desta semana da Charlie Hebdo, mas vivemos em uma sociedade que precisa de liberdade de expressão, e qualquer violência que contraria essa liberdade … é absolutamente inaceitável”.

Ele se ofereceu para ajudar a Charlie Hebdo a encontrar outro escritório na cidade.

A polícia acredita que o fogo teve início perto da 1h da manhã, mas não sabe ainda se realmente foi causado por um Molotov.

A população muçulmana tem crescido rapidamente na França nas últimas décadas e o país tem sido sacudido por tensões religiosas com frequência.  O governo proibiu o uso de véus e vestimentas islâmicas nas escolas, no início deste ano, afirmando que ambos eram degradantes e um risco à segurança.

Os muçulmanos de todo o mundo têm demonstrado sua revolta quando surgem desenhos representando o profeta Maomé, algo proibido pelo Islã.

A revista francesa recebeu ameaças depois de ter anunciado que faria uma edição especial, que além da capa com o profeta Maomé seria renomeada de “Charia Hebdo”, uma referência à lei islâmica, ou sharia. O assunto em destaque é a chamada Primavera árabe, que resultou na deposição de ditadores em países muçulmanos.

O site da revista também foi hackeado por alguém que assina “Cyber-Guerreiro TIM” dizendo defender o Islã.

Até a manha de hoje, uma mensagem em inglês e turco dizia: “Vocês continuam abusando do Profeta do Islã com desenhos repugnantes e vergonhosos, usando como desculpa a liberdade de expressão”. O grupo de hackers, porém, diz que não foi responsável pelos ataques incendiários aos escritórios da editora.

Traduzido de Adaptado por de CNN

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