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Deltan Dallagnol responde Edson Fachin sobre anulação de sentenças contra Lula

Ex-coordenador da Lava Jato criticou tentativa de anular condenações.

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Deltan Dallagnol e Edson Fachin
Deltan Dallagnol e Edson Fachin (Foto: Reprodução/Agência Brasil e STF)

O procurador da República e antigo coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, criticou a fala do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que haveria uma conspiração entre Ministério Público e o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para condenar o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A fala de Edson Fachin foi em defesa da anulação da condenação de Lula no âmbito da Lava Jato, sob argumentos da defesa do petista de que Moro condenou o ex-presidente de forma parcial, quando julgou dois processos na 13ª Vara Federal de Curitiba. Para isso, a defesa usa mensagens obtidas de forma criminosa por hackers.

“O juiz Sérgio Moro absolveu 63 pessoas que acusamos, mais de 21% dos réus. Recorremos de 98% das sentenças. Ele indeferiu centenas de nossos pedidos. A tese de conluio só enfrenta um único problema: a realidade. Os dados a desmentem. Cobrar do Ministério Público agilidade em manifestações nos casos urgentes ou pedir prioridade a certos casos ao juiz é normal. Se aconteceu, é meritório, indica diligência. Tem muita gente procurando pelo em ovo para anular condenações”, desabafou Dallagnol.

Dallagnol também afirmou que há muitos outros exemplos, citando que a coordenação internacional vem sendo mencionada por veículos de imprensa como ilegal, mas que ela é reconhecida como legal até mesmo em documentos da própria autoridade central.

“Há muitos outros exemplos. Um veículo publica rotineiramente reportagens com a tese de que a cooperação internacional fora dos canais da autoridade central é ilegal, mas ela é reconhecida como legal até mesmo em documentos da própria autoridade central, além das recomendações nacionais e internacionais. Tem muita gente com interesse em ver erro onde não tem”, disparou.

A decisão do ministro Edson Fachin, que provocou uma enorme reação social contra o Supremo Tribunal Federal, que vem tomando decisões consideradas inconstitucionais, ainda será analisada pela Segunda Turma do Supremo, sendo que quatro dos ministros já votaram e há um empate, sendo dois votos favoráveis a anulação e dois contrários.

O voto que decidirá sobre o futuro do ex-presidente será o do ministro Kássio Marques Nunes, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro. O ministro pediu vistas para analisar o processo, adiando o julgamento.

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