testemunhos
Prisões argentinas experimentam forte impacto do Evangelho
Detentos de prisões argentinas se dividem entre traficantes e pregadores.
Todos os sábados, Jorge Anguilante deixa a prisão e vai para casa por 24 horas para ministrar em uma pequena igreja evangélica que ele começou em uma garagem na cidade mais violenta da Argentina. Ele então retorna para um bloco de celas conhecido pelos detentos como “a igreja”.
Sua história de assassino condenado abraçando uma fé evangélica atrás das grades é comum nas retrações da província argentina de Santa Fé. Muitos começaram a vender drogas quando adolescentes e isso os levou a um ciclo de violência que levou uns a morte e outros a prisões superlotadas divididas entre duas forças: traficantes e pregadores.
Nos últimos 20 anos, as autoridades nas prisões argentinas incentivaram a criação de unidades efetivamente administradas por detentos evangélicos, às vezes concedendo aos mesmos alguns privilégios especiais, como mais tempo no ar fresco.
“Trazemos paz às prisões. Nunca houve um tumulto dentro das celas evangélicas. E isso é melhor para as autoridades”, disse o reverendo David Sensini, da igreja Redil de Cristo de Rosário.
De acordo com Matías Edery, promotor da Unidade de Crime Organizado da província de Santa Fé, 80% dos crimes em Rosário são cometidos por jovens assassinos que prestam serviços a gangues de drogas, cujos chefes estão presos e mantêm o controle dos negócios criminosos de dentro das prisões.
Em 2014, Anguillante foi condenado a 12 anos de prisão por matar um homem de 24 anos. Ele diz que o rosto o assombra à noite, e ele tenta afastar a memória orando em sua cela de prisão. Ele afirma que sua vida como assassino ficou para trás e que a palavra de Deus, o transformou em um novo homem.
De acordo com a CBN News, cerca de 40% de aproximadamente 6.900 presos da província de Santa Fé vivem em blocos de celas evangélicas. Uma pesquisa constatou que o percentual de católicos argentinos caiu de 76,5% para 62,9% entre 2008 e 2019, enquanto a parcela de evangélicos cresceu de 9% para 15,3%.
A pesquisadora Verónica Giménez, do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica da Argentina, conta que, assim como em outros países da América Latina, a disseminação da fé evangélica na Argentina se enraizou especialmente nos setores mais vulneráveis, incluindo os detentos.
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