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estudos bíblicos

Modelo de autoridade e a filiação de Jesus com o Pai

Não desperdice seu relacionamento com o Pai e viva a plenitude do coração paterno e Deus!

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Pai e filho. (Photo by Liane Metzler on Unsplash)

Na terceira parte que trata do coração paterno de Deus, quero abordar dois pontos finais: (1) O modelo de autoridade paterna e (2) o relacionamento filial que Jesus tinha com o Pai.

Para entendermos com mais profundidade o 1º ponto (modelo de autoridade paterna), faz-se necessário analisarmos a figura abaixo:

Da figura acima, depreendemos três cenários, os quais analisaremos individualmente. No tocante ao cenário 1, identificamos filhos que veem a si mesmos a partir de uma figura de autoridade. Alguns filhos repetem as mesmas práticas que lhe causaram dor por seus pais. Isso se dá porque veem em si mesmos o modelo de autoridade que aprenderam com seus pais terrenos.

Já com relação ao cenário 2, encontramos filhos que veem Deus na figura de autoridade. Quantos filhos têm dificuldade de se relacionar com seu Pai celestial por projetarem em Deus uma imagem distorcida de uma figura de autoridade que lhes causou dor. Nesses casos, cria-se uma imagem errada de Deus a partir de uma figura de autoridade ruim. Observe que o filho enxerga a Deus a partir da imagem de autoridade que atua em sua vida. É possível que muitos filhos tenham dificuldades de se relacionar com Deus se seus pais tiverem sido homens violentos, insensíveis ou que lhes tenham abandonado. Isso faz com que projetem em Deus as falhas de seus próprios pais.

Temos, por fim, o cenário 3. Neste caso, há filhos que veem a figura de autoridade a partir da imagem de Deus. Veja que neste prisma, ainda que hajam falhas na imagem da autoridade terrena, elas são supridas pelo perfeito modelo da imagem de Deus. Não mais se enxerga a Deus a partir da autoridade, mas se supre as falhas da autoridade terrena a partir da perfeita imagem de Deus.

Assim, aprendemos que devemos olhar diretamente para Deus e, então, enxergarmos o verdadeiro modelo de figura de autoridade. Isso faz com que todos os erros de nossos pais sejam corrigidos, com as lacunas preenchidas pelo modelo de Deus.

Com relação ao 2º ponto central desse artigo (o relacionamento filial de Jesus com o Pai), é impressionante como a ligação de Jesus com o Pai tem muito a nos ensinar sobre o real significado da Paternidade de Deus. Nesse sentido, a partir de uma análise minuciosa dos textos contidos nos 4 evangelhos, observa-se que Jesus fala diretamente com o Pai (pelo menos daquilo que foi escrito nos evangelhos) 20 vezes, sendo 05 vezes no evangelho de Mateus, 02 no evangelho de Marcos, 04 no evangelho de Lucas e 09 no evangelho de João.

De todas essas passagens que retratam um relacionamento direto de Jesus com Deus Pai, exceto em duas delas (que tratam do mesmo evento), Jesus se dirige a Deus como seu Pai, ou seja, o relacionamento de Jesus com Deus Pai é sobremodo intenso e real que, antes de tudo, Ele falava com Deus como se dirigindo ao seu Pai. Isso é realmente impressionante!

Bom, você deve estar se perguntando: E as outras duas passagens em que Jesus não chama Deus de Pai?

Essas duas passagens, retratadas nos evangelhos de Mateus e Marcos, tratam do mesmo evento, ou seja, um momento em que Jesus estava na cruz do Calvário. Ocorre que, em determinado momento da agonia do Senhor na cruz, a ligação que Ele tinha com o Pai fora “quebrada/interrompida” em virtude de nossos pecados. É nesse momento que Jesus brada: “Eli, Eli, lamá sabactani”, que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?

Apenas para refletirmos um pouco mais sobre isso, penso que a maior dor de Jesus não foi a crucificação em si, mas essa ruptura com o Pai, exatamente no momento em que Ele tomou sobre si todos os nossos pecados, fazendo-se maldito em nosso lugar. Nessa hora, é como se o Pai virasse de costas para o Mestre, dado o peso do pecado que estava sobre Ele, evidenciando essa ruptura na ligação intrínseca que havia entre eles.

Após esse momento angustiante, em que Jesus efetivamente toma sobre si o peso de nossos pecados e sente essa ruptura tão dolorosa com o Pai, Ele volta a falar com Deus, só que agora de forma diferente. Jesus diz, consoante nos retratava o evangelista Lucas: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Isso é esplendoroso! Aquele afastamento temporário ocorreu exclusivamente em função do pecado, mas, logo em seguida, após a consumação da redenção, Jesus se dirige a Deus novamente como seu Pai, nos mostrando o completo restabelecimento do vínculo paterno entre Deus Pai e Deus Filho.

Temos muito a aprender com Jesus e com a forma como Ele se relacionava com o Pai. Saiba que essa grande intimidade e consciência do vínculo paterno com Deus é o que nosso Pai verdadeiramente deseja. Relacione-se com Ele chamando-o de seu Pai! Converse com Ele, compartilhe suas dores, decisões a serem tomadas, medos, alegrias, angústias, planos, e, sobretudo, creia e confie que Ele é o Seu Pai e está cuidando de você com todo o Seu amor.

Por fim, saiba que Jesus teve esse vínculo com o Pai temporariamente “quebrado” para que esse mesmo vínculo (A Paternidade de Deus) fosse restaurado entre Deus e você. Não desperdice seu relacionamento com o Pai e viva a plenitude do coração paterno e Deus!

Que Deus te abençoe grandemente, em nome de Jesus.

Referências: Imagem retirada do livro: Paredes do meu Coração, de Bruce Thompson.

Casado com Hellen Sousa e pai da princesa Acsa Sousa. Servidor Público Federal, graduado em Teologia, em Gestão Pública e Pós-graduado em Direito Administrativo. Evangelista e Líder do Ministério de Acolhimento da Igreja Batista Cristã de Brasília. Professor da Escola Bíblica Dominical e amante da apologética." E-mail para contato e ministrações: helior.ssousa@gmail.com

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