vida cristã
Ditador Daniel Ortega manda fechar embaixada do Vaticano na Nicarágua
Regime comunista decidiu romper com o Vaticano após críticas do papa.
O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, ordenou o fechamento da embaixada do Vaticano em Manágua e da embaixada nicaraguense na sede da Igreja Católica, segundo uma autoridade da Igreja Católica.
A decisão ocorre dois dias após a divulgação de uma entrevista do papa Francisco em que o pontífice afirmou que Ortega sofre de um “desequilíbrio” e comparou seu regime à ditadura comunista na União Soviética e ao regime nazista de Adolf Hitler.
A decisão do fechamento das embaixadas é vista como um passo importante em direção à ruptura total dos laços diplomáticos entre Manágua e o Vaticano. A chancelaria nicaraguense descreveu o ato como uma “suspensão” das relações entre os países em comunicado à imprensa. A medida acontece em meio a uma escalada de tensões entre o governo de Ortega e a Igreja Católica.
Em agosto, a polícia da Nicarágua prendeu o bispo de Matagalpa, Rolando Álvarez, e outras sete pessoas —quatro sacerdotes, dois seminaristas e um funcionário da diocese. Desde então, Francisco vem pedindo publicamente a soltura deles. Álvarez e os demais religiosos são acusados pela polícia nicaraguense de organizar grupos violentos, fomentar o ódio e realizar atividades desestabilizadoras e provocadoras.
Na entrevista concedida ao veículo argentino, o papa Francisco afirmou que o regime de Ortega é como trazer de volta a ditadura comunista de 1917 ou a ditadura hitlerista de 1935. Ele ainda disse que Ortega sofre de um “desequilíbrio” e que o governo da Nicarágua perdeu a credibilidade.
A Igreja Católica tem sido uma das principais críticas do regime de Ortega, especialmente após a repressão a manifestações contra o regime que começaram em abril de 2018. Na época, a repressão deixou cerca de 300 mortos e mais de 2 mil feridos.
Desde então, a Igreja Católica tem sido alvo de ataques e ameaças por parte do regime. Vários templos e locais de culto foram atacados, incluindo a Catedral de Manágua. Em setembro deste ano, o governo da Nicarágua ordenou a expulsão de sete bispos e sacerdotes estrangeiros que estavam no país para apoiar as vítimas da violência política.
A decisão de Ortega de fechar as embaixadas do Vaticano e da Nicarágua na sede da Igreja Católica é mais uma escalada na tensão entre o governo e a Igreja Católica. O papa Francisco vem pedindo a libertação do bispo Álvarez e dos demais religiosos presos em agosto e reiterou a sua preocupação com a situação na Nicarágua durante a entrevista concedida recentemente.
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