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opinião

Vício em tecnologia pode ser tão prejudicial quanto o uso de substâncias

A dependência de tecnologia tem sintomas que se assemelham aos do vício do álcool e drogas.

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Não sou saudosista em relação às tecnologias. Se bem utilizados, os dispositivos tecnológicos podem trazer melhor qualidade de vida para as pessoas. No entanto, é preciso moderação. O aumento da dependência de dispositivos tem gerado preocupação.

Um estudo realizado pela OnePoll, constatou que a geração Y está cada vez mais dependente do smartphone. A chamada “geração millennial”, com pessoas entre 18 e 34 anos de idade quase não descansam devido ao vício em celulares.

Também existe uma crescente onda de viciados em games e Internet. Adolescentes que não dormem, comem ou tomam banho, porque não conseguem largar os dispositivos eletrônicos com jogos digitais.

Há cerca de dois anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu na lista de doenças modernas o vício em jogos. Em maio deste ano, a organização decidiu que o vício em videogames é oficialmente um distúrbio.

O termo oficial usado para classificar a doença é “gaming desorder”, algo como “transtorno de games”, em uma tradução livre para o Português. A organização explica que o vício é caracterizado por um padrão recorrente ou persistente relacionado a jogos digitais ou videogames.

Chamado de “vício sem substância”, a dependência de tecnologia tem sintomas que se assemelham aos do vício do álcool e drogas. Ansiedade, depressão, agressividade, baixa autoestima e carências pessoais são os principais deles.

Infelizmente, aquilo que deveria ser um instrumento de crescimento e sabedoria, o ser humano está conseguindo estragar. As tecnologias podem estimular a criatividade, o raciocínio lógico, a capacidade de pesquisa e informação, como diversas outras competências.

Equilíbrio é tudo na vida. Como está escrito: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1 Coríntios 6.12).

Alguns radicais poderiam dizer que o uso destas tecnologias constitui pecado. Discordo! Uma das marcas da fé cristã é a liberdade. Somos livres para aproveitar o melhor deste mundo, mas com moderação. Os excessos sempre trazem consequências terríveis.

Norman Geisler, um apologista cristão e renomado professor universitário norte-americano, disse certa vez: “Se Deus fez criaturas livres, e se é bom ser livre, então a origem do mal está no uso indevido da liberdade”.

Precisamos aprender a usufruir das coisas de maneira responsável. Devemos ter muito cuidado para não nos deixamos dominar. Pessoas viciadas por tecnologias estão perdendo o controle do uso moderado destes dispositivos.

Em resposta ao desespero de famílias que estão vendo seus adolescentes se tornando dependentes de tecnologia, o Hospital das Clínicas anunciou que se prepara para atender essa demanda. Isso é algo terrível!

Estudos revelam que a dependência dos dispositivos tem influenciado até mesmo no bem-estar dos jovens e adolescentes. A qualidade de vida tem sido afetada por conta do uso excessivo.

Recentemente, aqui mesmo em minha coluna no Gospel Prime, escrevi sobre a geração “Nem-nem”, que é aquela formada por jovens que perderam a perspectiva. Eles não trabalham e não estudam. Tenho certeza que parte desta geração está se deixando dominar por estes vícios modernos.

Peço aos pais que fiquem atentos. E oriento aos jovens que façam “jejum de tecnologia”. Isso mesmo! Você pode consagrar um dia ao Senhor sem usar o celular, jogar videogames ou acessar a Internet.

Cristão, advogado, esposo, escritor, discípulo e Presidente da Assembleia de Deus em Madureira.

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