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“Temos que nos preparar para os tempos do fim”, alerta pastor

Humberto Schimitt Vieira falou em entrevista ao Gospel Prime.

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Humberto Schimitt Vieira
Humberto Schimitt Vieira (Foto: Reprodução/Arquivos Pessoais)

Já nos anos 80, Humberto Schimitt Vieira ganhava notoriedade no meio evangélico pentecostal como um jovem pregador.

Com 13 anos, recebeu o batismo com o Espírito Santo. Um ano depois, em 1980, foi batizado nas águas. Aos 15 anos, passou a ser auxiliar na Assembleia de Deus.

Aos 18 anos, Humberto Schimitt Vieira já era presbítero, e com 21 anos foi ordenado a evangelista, pastoreando uma igreja local, no Rio Grande do Sul.

Aos 19 anos, começa a advogar, na condição de estagiário, graduando-se em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul aos 20 anos de idade.

No ano de 1989, casou-se com Ana Elisabeth da Silva Schimitt Vieira.

Pastor Humberto Schimitt Vieira e a esposa Ana

Pastor Humberto Schimitt Vieira e a esposa Ana (Foto: Reprodução/Arquivos Pessoais)

Em 1994, veio a ser ordenado pastor, aos 28 anos de idade.

Ainda nos anos 90, o pastor Humberto Schimitt Vieira fundou a Associação Missionária e Evangelística Heróis da Fé, mais precisamente em 04 de dezembro de 1991, com o objetivo único de cumprir o Ide de Jesus.

Devido ao seu trabalho missionário e evangelístico, passou a ser conhecido nacionalmente, bem como em diversos países do mundo.

O trabalho realizado pelo pastor passou a ser uma fonte de inspiração para jovens que sonhavam em fazer a obra de Deus, anunciando o Evangelho.

Em 2003, pediu exoneração do cargo de Diretor Geral do Tribunal Regional Federal da 4ª Região para se dedicar integralmente ao ministério de Cristo.

Atualmente, o pastor lidera a Igreja Pentecostal Assembleia de Deus – Ministério Restauração, presente em 17 países do mundo, sendo eles: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Peru, Porto Rico, Estados Unidos, Portugal, Itália, Alemanha, Índia, Nepal, Moçambique, Zâmbia, Lesoto, e em processo de formação e regularização, Malawi, Inglaterra e Togo.

Em entrevista exclusiva ao Gospel Prime, o pastor fala sobre ministério, pandemia e o futuro da Igreja.

Leia a entrevista na íntegra:

O que mudou em sua vida e ministério com a pandemia?

A pandemia abriu novas oportunidades e também nos ensinou muitas lições.

Dentre as oportunidades e lições aprendidas na área da administração, podemos citar o uso mais intensivo da internet, a racionalização dos gastos e a otimização de recursos.

Já na área espiritual, a pandemia nos levou a uma mobilização para a oração e jejum, guerra espiritual e união da igreja em súplica, com objetivos específicos, nunca antes experimentada.

A igreja voltou-se para o propósito de suprir as necessidades uns dos outros, com ênfase especial nos enfermos e nas pessoas consideradas como integrantes do “grupo de risco”. Tudo isso despertou uma empatia, um desejo de ajuda mútua.

Acredita que a covid-19 é um sinal de Deus para o homem?

Sim. Esta doença pôs de joelhos a ciência, a tecnologia e o poder financeiro. Foi um mal que, antes de atingir os pobres, golpeou os ricos. Apavorou uma elite que estava acostumada a ver a tragédia do lado de fora dos seus muros. Essa elite, com suas geladeiras cheias e contas bancárias abarrotadas se viu desamparada pelo seu dinheiro.

A tragédia da COVID-19 não respeitou as fronteiras vigiadas dos países do chamado primeiro mundo, tomou de assalto os condomínios luxuosos, golpeou as celebridades, ceifou vidas das favelas e das mansões: todos foram encerrados debaixo da maldição.

Além da enfermidade, as nações foram golpeadas com a crise econômico-financeira advinda da pandemia. Tudo isso nos faz olhar para versículos da Palavra em que Deus detalha quais seriam os sinais que caracterizam uma praga como sendo resultado da ira divina, a saber, Lv 26.16; Dt 28.22 e Is 10.16. Nesses versículos, características de uma praga advinda pelo juízo de Deus são apresentadas:

  1. “Terror”;
  2. “Tísica”, do hebraico “shachepheth”, ou seja, “doença que definha os pulmões”;
  3. “Febre ardente”;
  4. Produz uma profunda prostração (“desaparecer o brilho dos olhos e definhar a vida”);
  5. Produz crise econômica;
  6. Produz inflamação nos doentes;
  7. Atinge de forma especial os gordos.

É incrível. Pode até ser coincidência, mas essas sete características estão presentes na pandemia da COVID-19.

Por outro lado, Jesus disse que Deus poupa o derramamento de sua ira final sobre os ímpios (joio) enquanto a Sua igreja (trigo) está aqui, pois se esse juízo viesse sobre a Terra, a igreja sofreria junto com o mundo. Essa pandemia está a demonstrar exatamente isso. Ainda que muitos crentes tenham sido curados ou resguardados da enfermidade, de uma forma ou outra mesmo os fiéis sofreram o impacto da pandemia. Se isso foi um juízo divino, demonstrado está que o Senhor está descontente não apenas com o mundo, mas também com o seu trigo, que está precisando ser peneirado.

Como sua igreja atuou em meio a essa crise global?

Na área financeira, buscamos racionalizar os gastos, fechar todas as torneiras possíveis. Na área espiritual, procuramos nos focar no atendimento aos crentes. Fizemos um esforço extraordinário, só possível pela graça de Deus, para continuar atendendo o povo mesmo com as restrições impostas pelos governos:

  1. Para os idosos, criamos uma força tarefa para atendê-los nas suas necessidades;
  2. Para os enfermos, infectados pelo vírus:
    1. Criamos um sistema online denominado “Brigada Contra a Morte”, com acompanhamento técnico remoto dos enfermos e familiares;
    2. Inserido no sistema Brigada Contra a Morte, formamos um grupo para atendimento pastoral e aconselhamento, oferecido em três idiomas por mais de uma centena de pastores, funcionando 24 horas por dia;
    3. Proporcionamos distribuição gratuita de termômetros, oxímetros e até medicamentos em alguns casos;
    4. Firmamos convênio para exame PCR com desconto;
  3. A nossa capelania prisional firmou parceria com a diretoria de um presídio e doamos maquinário para que nossos irmãos presos, junto com outros presos simpatizantes, fabricassem máscaras cirúrgicas, que foram distribuídas em hospitais e serviços públicos, totalizando mais de 130.000 unidades;
  4. Convocamos uma campanha ininterrupta de vigílias diárias no Vale da Oração, desde 18 de março de 2020, clamando a Deus por cura e repreendendo o espírito da morte.
  5. Criamos um sistema de distribuição de comida e auxílio para pessoas em quarentena;
  6. Criamos cultos “drive in”, que não pararam mesmo quando os templos estavam fechados;
  7. Formamos uma rede de comunicação pela internet que funciona 24 horas por dia, com cultos, lives, vigílias online, etc.
Humberto Schimitt Vieira pregando em evento ao ar livre

Humberto Schimitt Vieira pregando em evento ao ar livre (Foto ReproduçãoArquivos Pessoais)

Qual foi o maior desafio enfrentado pela liderança?

Manter mobilizados os crentes e lutar contra o terror e a depressão, em decorrência da campanha massiva de muitos meios de comunicação que serviram como ferramentas do maligno para levar pessoas a um estado depressivo, do qual muitos não estão conseguindo sair.

Infelizmente, o isolamento levou alguns crentes a enfraquecerem espiritualmente, e é com dor no coração que reconhecemos que alguns naufragaram na fé.

O Ministério Restauração teve crescimento em número de membros em meio à pandemia?

Por misericórdia de Deus, tivemos um grande acréscimo de membros durante a pandemia. Somente na região Porto Alegre, tivemos diversos batismos, que somaram centenas de novos crentes.

As notícias que estamos recebendo dão conta, também, que o número de jovens crentes cresceu, e muitas pessoas se converteram por meio dos cultos online.

Novas igrejas foram abertas, alcançamos novos países e houve um avanço no campo missionário em geral.

O que muda para a Igreja no pós-pandemia?

Temos que nos preparar para os tempos do fim. Vejo que devemos nos preparar para a perseguição, estarmos prontos para manter a igreja mesmo com templos fechados, com ataques de governos.

Acima de tudo, temos que levar a igreja para uma nova vida de comunhão e devoção diária. O nosso povo não pode depender tanto de ajuda externa. Nessa última hora da igreja na terra, os crentes que forem como as virgens néscias, que quiserem depender do azeite das virgens prudentes, irão sucumbir. É esse tipo de crente que sai da igreja murmurando que “a igreja não tem amor”. Na verdade, são eles que amam o mundo, e ao invés de buscarem uma vida de devoção e comunhão com Deus – carregando azeite não somente nas lâmpadas, mas enchendo as vasilhas –  sentem-se no direito de exigir que os demais façam por eles o que nem eles mesmos fazem por si próprios.

Quais transformações os líderes terão de enfrentar?

Tempos difíceis, perseguição religiosa, intensificação da ação do espírito do anticristo, o surgimento de “crentes de internet” e “pregadores de internet”, sem compromisso com o comissionamento de Jesus para a sua igreja, mas interessados apenas no próprio bolso.

O pós-pandemia será de avivamento mundial ou de apostasia?

Para uns, avivamento. Para outros, apostasia.

Os que querem a santidade, se santificarão ainda. Vejo expandir-se na terra um movimento de santificação, oração e jejum, mas limitado a um número não tão grande de pessoas.

Porém, a grande maioria dos crentes está num caminho de apostasia, acomodados em suas casas com os cultos na internet e “lives” de pregadores e cantores charlatões e heréticos descomprometidos com a igreja.

O senhor teve COVID quando estava em Portugal. Como foi ter tido essa doença longe de seu país?

Foi bastante difícil. Mas entendo que era um plano de Deus, pois eu, sendo presidente do Ministério, por orientação divina decidi ser atendido pelo sistema público de saúde de Portugal, como todos os nossos valentes missionários. Embora, carinhosamente, os pastores e irmãos do Brasil quisessem investir em um tratamento particular e até no fretamento de um voo para o Brasil, a vontade do Senhor era que eu passasse por toda essa situação como qualquer um do povo.

Experimentei um sistema de saúde pública colapsado pela superlotação. Passei três noites no hospital sentado em uma cadeira, para então ser atendido com mais cuidado e ter um leito em uma enfermaria. Passei por situações bem complicadas, que hoje, passado o caso, se tornam hilariantes. Mas o Senhor me deu vitória, mesmo tendo tido a integralidade dos meus dois pulmões (os cinco lobos) atingida pelo vírus.

Acredita que houve um propósito de Deus em ter permitido que passasse por essa prova?

Além do propósito divino de estar solidário com todos os missionários e o nosso povo em geral, o fato de eu estar sozinho lá, longe inclusive da minha esposa, levou a igreja a uma grande comoção, que desembocou em um grande movimento de oração pelos enfermos que perdura até o dia de hoje, mesmo quase um ano após a minha cura.

Como sua família e sua igreja lidaram com este período de sofrimento?

A Ana, minha esposa, minha mãe, meus irmãos e familiares, e os crentes em geral tiraram forças de todo esse episódio, e levantaram-se como leões de Deus. Pelejaram em oração e venceram.

Minha mãe, então com 85 anos, ia com a Ana para as vigílias no Vale da Oração, no gélido inverno de 2020 (era julho daquele ano), sob o impiedoso vento que cortava o descampado.

Lembro das fotos que os irmãos tiraram da noite em que um ciclone sobreveio sobre Porto Alegre. A água cobriu a ponte que precisa ser cruzada para chegar ao Vale da Oração, mas os irmãos não tiveram medo. Arriscaram a vida, para irem ao Vale clamarem por mim. Isso se chama “amor de Deus”.

Durante a Pandemia da COVID-19, muitos se questionaram o porquê de Deus permitir o sofrimento. Como a Bíblia responde essa pergunta?

O Salmo 139.16 diz que Deus escreveu todos os nossos dias. Nós temos livre arbítrio para tomar decisões, mas a partir das decisões que tomarmos, haverá um caminho preformado por Deus em consequência de nossas decisões. Para cada uma das milhões de combinações de decisões possíveis, há um caminho preformado por Deus. É dessa forma que Deus mantém tudo sob seu controle. Do contrário, Deus não teria o controle, mas o controle seria do homem. Então, repito, as decisões que surgem dentro do caminho preformado por Deus são tomadas conforme o nosso livre arbítrio; contudo, uma vez tomada a decisão, cessa o livre arbítrio, e passamos a andar naquilo que a Bíblia chama de preformação, que Deus escreveu quando éramos massa ainda informe, ou seja, nos primeiros cinco dias de nossa gestação no ventre materno. Escrevi um livro sobre o tema “preformação”, cujo título é “O Plano Divino para Cada Ser Humano”, publicado pela Editora Ramo da Videira.

Deus é um ser ético, que premia o bem e condena o mal. Logo, todo o mal e todo bem praticados têm as suas consequências preformadas.

A Bíblia diz que Deus criou todas as coisas. Então, como podemos entender a criação do mal?

Como Deus é um ser ético, ele criou o bem. Ora, uma vez existindo o bem, aquilo que se opõe ao bem é o mal. Logo, se Deus criou o bem, necessariamente, por decorrência lógica, criou também a possibilidade do mal.

De acordo com a cosmovisão cristã, como devemos tratar a questão fé e ciência?

A ciência não passa da descoberta das leis e princípios da criação. A ciência não cria nada. Apenas descobre, explica e aplica as leis e princípios naturais estabelecidos pelo Criador.

Por sua vez, a fé é a firme convicção nas promessas do mesmo Criador. Portanto, a verdadeira fé jamais se choca com a verdadeira ciência, pois ambas têm origem no mesmo Ser: o Criador.

Evidentemente que a fé pode ser superior à ciência, uma vez que o Criador, se quiser e quando quiser, pode romper com as próprias leis naturais que estabeleceu: isso se chama milagre. Porém, isso depende da revelação, por meio da Palavra, que produz a fé que, por sua vez, produz o milagre.

De acordo com a Escatologia Bíblica, o mundo está vivendo os últimos dias?

Os sinais demonstram que estamos caminhando para o fim do tempo da igreja na Terra. O arrebatamento está próximo.

Há quatro grandes termômetros para isso:

  1. A apostasia: a igreja evangélica tem apostatado da fé, em especial no que tange à santidade. A amizade e o amor ao mundo por parte dos crentes têm manchado as vestes da igreja visível. Ora, a igreja invisível que vai subir tem suas vestes incontaminadas; ela é sem ruga e sem mácula. Logo, o que estamos vendo nos dias atuais é a manifestação da igreja de Laodicéia, uma igreja morna, que nem é totalmente do mundo e nem totalmente de Deus. É a igreja apóstata, que será vomitada por Cristo no dia da Sua vinda;
  2. Israel: o reaparecimento de Israel e a opressão sobre a nação física escolhida indica o recolhimento da nação espiritual comprada pelo sangue do Cordeiro;
  3. Natureza: a natureza está colapsando. Nesse ano de 2021, a par da pandemia da COVID-19, estamos vendo um recrudescimento impressionante da atividade vulcânica;
  4. Preparação para o anticristo: a geopolítica, o chamado “novo humanismo”, o globalismo, tudo indica a preparação do mundo para o reinado do anticristo. A pandemia serviu para o povo aceitar passivamente a perda de garantias individuais; a liberdade de culto tem sido violada no Ocidente democrático como nunca antes desde o início da Idade Contemporânea; candidatos com viés de uma esquerda autoritária estão chegando ao poder em importantes nações; a aceitação do homossexualismo como algo desejável também faz sentido frente a Dn 11.37; o mundo está preparando-se velozmente para um governo com o controle total. Por esses e outros sinais, entendo que a vinda de Jesus para arrebatar a sua igreja esteja muito próxima.

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