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estudos bíblicos

Significado espiritual das árvores

Estudo bíblico sobre as árvores como metáforas para pessoas.

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Árvore cercada por grama e meio ao céu azul (niko photos / Unsplash)

“O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo.” (Mateus 3.10)

Na Bíblia, por diversas vezes, vemos que a árvore é uma metáfora que se refere às pessoas. Vamos conferir isso em alguns textos:

Árvore alta que toca o céu

O livro de Daniel, no capítulo 4, mostra que o rei Nabucodonosor sonhou com uma árvore alta, no meio da terra, que cresceu até alcançar o céu, de forma que as pessoas do mundo inteiro podiam vê-la de onde estavam.

Então, um anjo gritou: derrubem a árvore, cortem os seus galhos e espalhem seus frutos. Somente o toco da árvore e suas raízes foram presos com ferro e bronze, no meio da relva e do campo, durante sete tempos.

O profeta Daniel foi o único capaz de interpretar esse sonho. Ele disse: “A árvore que viste, és tu, ó rei”. Naquela época, Babilônia era a potência mundial e Nabucodonosor era o líder sobre todas as nações.

Mas por ser orgulhoso e não reconhecer a soberania de Deus, ele seria abatido e viveria como um animal durante sete anos. Essa foi a interpretação do sonho do rei, que se realizou um ano depois.

Perceba que ele sonhou que era uma árvore alta, que tocava o céu. O significado disso é ser uma pessoa importante aos olhos do mundo inteiro.

Árvores de outono

No livro de Judas também tem uma passagem interessante que faz um paralelismo entre a árvore e o ser humano:

“Esses homens são árvores de outono, sem frutos, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz.” (Judas 1.12)

Mais uma vez a Bíblia faz um paralelo entre o ser humano e a árvore. Normalmente, a árvore é seca no outono, não tem folhas, então não oferece sombra. A sombra significa descanso e refrigério. Ela também não costuma florescer, então não dá frutos. E os frutos alimentam as pessoas.

Quer dizer que quando Judas comparou os falsos mestres às árvores de outono, ele estava dizendo que eles prometiam descanso, e ofereciam cansaço. Eles prometiam a vida, mas estavam produzindo a morte, no sentido espiritual. Perceba que eles foram citados, metaforicamente, como sendo “árvores duas vezes mortas” e ainda “arrancadas pela raiz”.

Quando se fala de árvore, na Bíblia, é preciso prestar atenção aos detalhes. No caso do rei Nabucodonosor, a raiz não foi arrancada. A árvore foi cortada, e o seu toco com as raízes ficaram presos durante sete tempos. Ali, houve uma sentença de Deus sobre a vida do rei. Deus estava tratando dele.

Já no livro de Judas, aqueles líderes estavam sendo comparados com árvore morta, sem raiz. Deus estava alertando aqueles homens sobre as consequências que sofreriam por enganar as pessoas. Nos versículos anteriores, o apóstolo já havia falado sobre eles. Veja:

“Pois certos homens, cuja condenação já estava sentenciada há muito tempo, infiltraram-se dissimuladamente no meio de vocês. Estes são ímpios, e transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor.” (Judas 1.4)

Judas também os comparou a “pastores que só cuidam de si mesmos”, “nuvens sem água, impelidas pelo vento” e “estrelas errantes”.

Vamos ver agora a questão do “bom fruto”, que faz parte do nosso contexto. 

Fruto de arrependimento

A Bíblia diz que as árvores que não dão bons frutos devem ser cortadas pela raiz.

“O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo.” (Mateus 3.10)

Esse é um texto que faz parte da pregação de João Batista, enquanto ele batizava as pessoas no rio Jordão. O profeta dizia que as pessoas deveriam se arrepender de seus pecados, então ele comparava o arrependimento a um fruto. Nesse paralelo, o ser humano é uma árvore que deve produzir o “fruto do arrependimento”.

Caso a árvore não der esse fruto, que aos olhos de Deus é considerado bom, então ela será arrancada. É por isso que o texto diz que “o machado já está posto à raiz das árvores”. Isso quer dizer que a pessoa morrerá espiritualmente.

Então, João Batista estava alertando, principalmente os fariseus e os saduceus, quando ele dizia:

“Deem fruto que mostre o arrependimento!” (Mateus 3.8)

“Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas? Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins.” (Mateus 7.15-17)

Os frutos são as ações, as atitudes e o trabalho de uma pessoa.

O “machado posto à raiz” é uma figura de linguagem que remete ao juízo final que se aproxima. De acordo com o teólogo Luiz Sayão, na Bíblia Brasileira de Estudos “a ira de Deus é algo de que não se pode escapar, a não ser pelo arrependimento sincero, que produz frutos. Sem frutos, a árvore é cortada pela raiz. Não será podada nem cortada pelo tronco, mas pela raiz”.

Podemos entender essa parábola da seguinte forma: o mundo é uma floresta, as pessoas são as árvores, a vida está na raiz, Deus é o lenhador, o machado é o seu juízo e o fogo é a condenação.

Ainda que essa palavra pareça dura, ela é uma palavra de justiça. Veja o que mais a Bíblia diz:

“Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados.” (Hebreus 12.11)

Então, que essa palavra possa produzir em cada um de nós, o exercício da fé e do discernimento sobre o nosso proceder no decorrer de nossas vidas. Que possamos dar bons frutos e servir de exemplo para os demais. Veja o que Jesus disse:

“Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça…” (João 15.16)

Lembrando também que a Bíblia diz que “aquele que planta, colhe”.

“Digam aos justos que tudo lhes irá bem, pois comerão do fruto de suas ações.” (Isaías 3.10) 

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Jornalista e pesquisadora apaixonada pela Bíblia. Desenvolveu um trabalho de "Jornalismo Investigativo Bíblico", é autora dos livros Derrubando Mitos e Apocalipse Investigado. Seus temas envolvem missões transculturais, Igreja Perseguida, teorias científicas, escatologia e análises de textos bíblicos.

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