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opinião

Cristãos, precisamos falar sobre golpe

Em se tratando de República, e do mundo evangélico, o que é Golpe?

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“Acabe, rei de Israel, perguntou a Josafá: “Você vai comigo combater contra Ramote Gileade?”Josafá respondeu: “Sou como você, e meu povo é como o seu povo. Lutaremos juntos com você! Contudo, é melhor que primeiro consultemos o SENHOR!” 2 crônicas 18.3-4”

O que mais vemos, na atualidade é a política entrando na vida da igreja. Diga-se que não é a boa política não. É a velha política do conchavo, do toma para ti e pego para mim. É bom que se fale que há a boa e a má política desde sempre, e também nos tempos bíblicos. E para este tema podemos evocar novamente os personagens Acabe e Josafá. Já fiz isso antes por aqui, pela razão de que o exemplo político do casal Acabe e Jezabel são remakes insuperáveis mesmo nos nossos dias.

Quando lemos o versículo citado acima isoladamente, não vemos problema nenhum. No entanto, quando lemos todo o entorno deste versículo, que chamamos também de contexto, percebemos, claramente a roubada que Josafá entrou por sua escolha desastrada e inconsequente em lutar guerras que não eram suas. Josafá era um rei próspero e não precisava do apoio político de Acabe.

Contudo, Josafá ultrapassou a linha divisória da política da boa vizinhança e desagradou a Deus. Acabe, que era uma verdadeira raposa, idólatra, apegado ao poder, e que perseguia Elias e outros profetas do Senhor, acabou por conquistar o voto e apoio do bem-intencionado rei de Judá. O rei de Judá era bom, mas não sabia aonde estava pisando, nem com quem estava lidando.

Quando Josafá escapou da guerra, por um triz, e retornou a sua antiga vida, ele foi duramente exortado por um outro profeta do Senhor sobre suas atitudes. Ele disse para Josafá:

“Devia você ajudar os maus e amar aqueles que odeiam o SENHOR?”

Desta vez, preciso impor a ênfase em Josafá. E olhando para este texto, vemos que o nosso problema, como igreja de Cristo, somos nós mesmos e não os velhos políticos assediando o púlpito em época de eleição, se convertendo e sumindo em seguida.

Josafá, eu e você, e os demais cristãos, não temos feito uma distinção devida entre a vontade de Deus e as causas terrenas, e seguidamente escolhemos a ignorância política. Não sendo nisso muito diferentes dos demais brasileiros.

Vai aqui um exemplo desse nosso desconhecimento sobre fatos. Tenho visto que alguns cristãos chamam de golpe o que está acontecendo com o governo eleito do nosso país. Será que quando não sabemos o que significa ser uma República, achamos ser “inconstitucional” que se aplique as formas constitucionais? A saber, que um presidente da República, quando afastado por um crime, seja substituído pelo vice que também foi eleito.  A isso se dá o nome de República e essa forma de governo foi escolhida pela maioria, e não está com muito tempo não.

Antes de falar em “GÓPI” você precisa saber o mínimo sobre formas de governos. Sugiro que nos lembremos, ao menos no santinho jogado nas calçadas no dia das eleições. Este santinho trazia duas fotos de duas pessoas e UM número somente para ser digitado. Na República é assim, votamos em duas pessoas e não em uma só, para cargos de Presidente, governador, prefeito, e pasmem, de Senador também. Para que, no impedimento de um o vice assuma.

Isto significa que se votar em duas pessoas para cargos de mandatários do país, é ser um republicano. E o contrário disso é a Monarquia. Um monarca é um senhor absoluto. Ele governa sozinho, sem jurisdição de ninguém. E quando ele SOME com o dinheiro público, ou “MAQUIA” as contas públicas, ou mesmo, quando este Senhor absoluto usa a “coisa pública” do jeito como bem lhe parece, não perde o cargo por isso. Ele continua governando, até a sua morte.

É bom se dizer que a monarquia bíblica é bem diferente dessa forma de governo que vemos em alguns países, como no Reino Unido, por ser Teocêntrica, e apontava para o governo que viria no futuro, Cristo. A questão não é qual a melhor forma de governo terreno, mas o que nós como cristãos entendemos do nosso mundo real, e como servimos aos propósitos do Evangelho e não a causas políticas. E mais, como repetimos ideias mundanas em terreno santo. Papagaios repetem, e eu não devo fazer isso. Antes devo fazer profundas reflexões, antes de gritar, Golpe!

Em se tratando de República, e do mundo evangélico, o que é Golpe? É a política malandra que esconde os conchavos e as alianças partidárias por trás do nome do vice, até mesmo com o consentimento de pastores ao estilo “Acabe”, que viajam para Cuba com seus apadrinhados de causas, provam dos manjares dos deuses ditadores latinos, e voltam com a cabeça virada para os supostos “pobres” carentes das políticas narcisistas.

Golpe é quando aquele pastor à Josafá, ingenuamente concedeu a palavra no púlpito para homens mal-intencionados e despreparados, esperando que com isso um terreno fosse doado para a igreja, um favor aqui outro ali, como se a noiva de Cristo precisasse disso. E depois vê o povo sofrer com os desmandos destes políticos apoiados pelas igrejas. Ruas esburacadas e postos de saúde lotados.

E, por último, golpe foi o seu voto mal concedido, quando mesmo precisando ser um cristão consciencioso, você mal sabia quais ideias defendeu o seu candidato. Quando disse, nenhum é honesto mesmo, tanto faz… E mesmo sendo estas ideias contra as Escrituras, você as endossou com o seu voto.

Certamente que, tanto o Acabe quanto o Josafá modernos terão suas repreensões devidas no tempo oportuno

É verdade que, como cristãos devemos, por consciência diante de Deus, sermos os mais preparados e preocupados com a “coisa pública”, porque isso significa cuidar do que é justo, ao mesmo tempo em que preservamos a liberdade de pregarmos o evangelho. Isso inclusive, é a nossa única intenção quando votamos, pois, comida e amparo sempre teremos da parte do Senhor. E enquanto vigiamos, precisamos mudar e educar aos nossos filhos e membros na Ética Pública e não envergonhar o evangelho se aliando com ímpios. Sobretudo, crendo que o melhor governo sempre virá da Palavra eterna e cheia de Graça: Cristo.

Jornalista e escritora, com um livro publicado "Feminilidade Bíblica - Repensando o papel da mulher à luz de cantares", e também escritora de livro didático. Casada com Nelson Ferreira, pastor da IPB, mãe da Acsa e avó da Clarisse. Em breve publicará seu primeiro romance .

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