fé
Pastor contesta artigo da Revista Época sobre intolerância de evangélicos contra ateus
Para Rubens Teixeira a jornalista se sentiu ofendida sem ser agredida por palavras, apenas não entendeu o jeito do taxista de pensar
O pastor Rubens Teixeira, da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, escreveu um texto em resposta à Eliane Brum.
A jornalista publicou em seu blog no site da revista Época um artigo intitulado “A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico” onde ela narra um diálogo que teve com um taxista evangélico em São Paulo que não aceitou o fato dela se declarar ateia e a convidou para assistir um culto em sua igreja.
“A parábola do taxista me faz pensar em como a vida dos ateus poderá ser dura num Brasil cada vez mais evangélico – ou cada vez mais neopentecostal, já que é esta a característica das igrejas evangélicas que mais crescem”, declarou a jornalista depois que narrou a história.
Em seu blog Rubens Teixeira escreve dizendo que “quando convidamos alguém para ir à igreja, é um ato de carinho e consideração. Não uma ofensa. Quando alguém sente-se ofendido, é uma inversão de sentido que parte de quem se ofende”. O teólogo também escreveu sobre o fato da jornalista reclamar da falta de tolerância com os ateus sendo que ela também não foi tolerante com o taxista.
“A tolerância e o respeito ao direito dos ateus e crentes, de um modo geral, de crer ou não crer em algo, é uma premissa do evangelho. A aceitação do evangelho só tem valor se for voluntária. A Bíblia fala isto. Portanto, quem faz diferente está errado.”
Na opinião dele, Eliane Brum se sentiu ofendida sem de fato ser ofendida, pois o taxista não lhe faltou com o respeito. “Você elegeu um dos muitos temas, focos naturais e históricos de discordâncias, colocando a discordância como forma de preconceito ou ofensa, quando as coisas não são bem assim. Há mais discussões, debates, brigas e até mortes, no Brasil, por conta de rivalidades no futebol do que entre religiosos e ateus. Você exagerou um pouco aí, não acha?”
O texto da jornalista da Época foi escrito no dia 14 de novembro, na história ela puxa papo com o taxista e ele fala que quer ler a Bíblia e então a religião passa a ser o tema da conversa. ” De que religião você é?”, perguntou ele. “Eu não tenho religião. Sou ateia”, respondeu a jornalista. Assustado com a resposta o taxista disse: “Deus me livre! Vai lá na Bola de Neve”.
No final da viagem o jovem motorista insistiu em convidá-la para a igreja. “Veja se aparece lá na igreja!”, gritou ele. “Veja se vira ateu! “, disse ela antes de fechar a porta. No texto Brum também cita que os católicos são mais tolerantes pelo fato de muitos serem católicos não praticantes, mas já os neopentacostais.
“Por que os ateus são uma ameaça às novas denominações evangélicas? Porque as neopentecostais – e não falo aqui nenhuma novidade – são constituídas no modo capitalista. Regidas, portanto, pelas leis de mercado. Por isso, nessas novas igrejas, não há como ser um evangélico não praticante”, escreveu a jornalista.
Ouça a resposta na íntegra de Rubens Teixeira:
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