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estudos bíblicos

Os gigantes da fé e o seu legado para a Igreja

Exposição sobre o capitulo 11 de Hebreus

em

A fé que faz ver o invisível

Uma nova tríade é alvo de nosso estudo neste tópico:

1. Abraão (seu nome significa pai de multidões) – o grande patriarca de Israel, homem rico, pai de Isaque e avô de Jacó, ex-pagão que ouviu o chamado de Deus, creu, obedeceu e veio a se tornar pai de todos os que creem (Gl 3.7). Neste sentido, visto que imitamos a fé de Abraão, crendo em Deus para justiça, somos seus filhos espirituais. O capítulo 11 de Hebreus dá grande destaque à este patriarca, ressaltando as respostas firmes de Abraão em relação ao chamado e às promessas de Deus:

Primeiro, Abraão “quando chamado, obedeceu e dirigiu-se a um lugar que mais tarde receberia como herança, embora não soubesse para onde estava indo” (11.8). Abraão desvencilhou-se de seus parentes, mas não ousemos dizer que ele “peregrinou no escuro”, pois a fé em Deus era a luz que o orientava na sua peregrinação rumo à Canaã, embora aquele fosse um lugar desconhecido para ele. Embora não soubesse para onde estava indo, Abraão sabia com quem estava indo. Assim, ele pode ver o invisível e confiar na promessa de seu amigo Yavé (Is 41.8).

Segundo, Abraão “recebeu poder para gerar um filho” (11.11), a despeito da sua idade avançada e da esterilidade de sua esposa Sara. Deus lhe prometera dar um filho a Abraão, e nele constituir uma grande nação de inúmeros descendentes – tal como os grãos de areia do mar ou das estrelas do céu (v. 12). Abraão creu, e embora a promessa tenha demorado mais de 10 anos para se cumprir, Abraão não desvaneceu. Quem espera sempre alcança! O choro de Sara e esperança de Abraão foram satisfeitos no sorriso do filho Isaque, o “filho da promessa”.

Terceiro, Abraão, “quando Deus o pôs a prova, ofereceu Isaque como sacrifício” naquele memorável episódio do Moriá (Gn 22)! Deus prometera a Abraão dar-lhe um filho, mas não só isso: a promessa era de aquele filho traria muitos descendentes à família de Abraão. Entretanto, como pode agora, sendo este filho ainda jovem e não tendo casado nem constituído família, Deus pedir a Abraão que lhe oferecesse seu filho em sacrifício? Abraão não faz esse questionamento, e por uma razão: “Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos” (11.19).

Agora raciocine: Deus prometeu que ressuscitaria Isaque, caso Abraão o matasse no sacrifício? Não. Abraão por acaso dispunha de algum precedente histórico, de algum caso de ressurreição anterior no qual ele pudesse repousar seu coração? Todos os casos de ressurreição na Bíblia são posteriores aos tempos dos patriarcas.

Mas veja como Abraão se agigantava na fé a cada desafio proposto por Deus: Abraão creu no inédito, creu que até mesmo ressurreição Deus poderia fazer acontecer ali! De uma coisa Abraão estava certo: seu amigo Yavé era fiel e verdadeiro, e não deixaria de cumprir sua promessa naquele jovem que fora dado milagrosamente à Abraão e à Sara. De fato, Abraão nos ensina que devemos confiar no caráter de Deus, no Deus que não mente e não falha, e que mesmo quando Deus nos pedir para fazer coisas absurdas, e para as quais não tenhamos nenhum caso precedente, devemos confiar que Ele não nos deixará envergonhados e decepcionados. Ele é o Deus de supremo poder e de imensurável sabedoria. Creiamos nEle!

2. José (seu nome significa Que Deus lhe acrescente) – filho predileto de Jacó, moço de uma história de vida admirável, de muita superação e conquistas. A referência a ele na galeria dos heróis da fé (Hb 11.22) é sobre o juramente que ele pediu aos seus irmãos que fizessem de levar seus ossos da terra do Egito onde habitavam naquele momento para a terra que Deus prometera aos seus pais dar-lhes por herança (Gn 50.25).

O pedido de José estava respaldado por sua convicção na intervenção divina em favor dos filhos de Israel: “Deus certamente virá em auxílio de vocês e os tirará desta terra, levando-os para a terra que prometeu com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó” (Gn 50.24).

José não viu este dia, não viveu para ver a libertação do povo hebreu do Egito e a possessão da terra de Canaã, mas pela fé ele estava convicto de que este dia viria. Aliás, já disse o autor de Hebreus que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). Enquanto os materialistas exigem vê para crer, José nos ensina que devemos crer mesmo sem ver!

3. Moisés (seu nome significa tirado das águas) – filho de Anrão e Joquebede, irmão mais novo de Arão e Miriã; era “o príncipe Moisés”, já que foi recebido na família do faraó como “filho da filha de faraó” (Hb 11.24), título que Moisés recusou quando aos 40 anos (tempo em que viveu entre os egípcios e recebeu instrução elevada ali – At 7.22), desceu para ver como estavam seus irmãos hebreus e se compadeceu deles, visto que eram oprimidos pelos egípcios.

Depois de quatro décadas sob a tutela do Egito, Moisés resolve “ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado” (Hb 11.25).

Provavelmente, por ser “filho da filha do faraó”, Moisés teria direito à sucessão no trono egípcio, todavia não fez caso disso, sendo para nós um exemplo de abnegação e renúncia! Era a recompensa que vem do céu que Moisés contemplava (v. 26), e assim, por fé, manteve seu olhar fixo no alvo, olhando sempre pra frente (Pv 4.25).

Com Moisés aprendemos que vale a pena o despojar das riquezas deste mundo, padecer momentaneamente ao lado dos filhos de Deus, e receber a recompensa final reservada para os justos. Paulo diz que se sofrermos com Cristo, com ele reinaremos (2Tm 2.12). Portanto, “sofre as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo” (2Tm 2.3). Ninguém duvida que Moisés precisou de muita fé para assumir a grande empreitada de retirar Israel do Egito, confrontar o faraó e seus bruxos, estender as mãos para abrir o Mar Vermelho e operar tantos sinais e maravilhas em favor do seu povo. Moisés é um ícone de fé!

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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