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Natal… Jesus ou Papai Noel?

Que a luz do Filho de Deus brilhe sobre sua vida e lhe traga o verdadeiro sentido deste Natal.

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Tradicionalmente, cristãos de todo o mundo comemoram o nascimento de Jesus Cristo no dia 25 de Dezembro. O fato de o nascimento de Jesus, provavelmente, ter sido em uma data diferente dessa não muda em nada o maravilhoso significado d’Aquele que veio ao mundo, através da concepção virginal de Maria e que viveu sem pecado até a sua morte para cumprir a justiça de Deus Pai ao levar sobre si os pecados de toda a humanidade.

A ideia de Roma incorporar a data do nascimento de Jesus à data de celebração de alguma outra divindade pagã não afeta em nada a veracidade do nascimento, vida, obra, morte, ressurreição e ascensão daquele que é Deus sobre tudo e todos. Problema seria se tal divindade pagã estivesse sido associada a Jesus e se ela coexistisse com Ele em termos de “celebração idolátrica” até os dias de hoje.

Séculos mais tarde ao nascimento de Jesus Cristo, uma figura controversa acabou ganhando significado associado ao Natal. No Brasil conhecemos esta figura pelo nome de Papai Noel. Entretanto, sua origem se deu na mistura entre o chamado “Velho Inverno”, dos povos bárbaros do Velho Mundo, que durante o inverno rigoroso batia na porta das casas pedindo comida e bebida. Este mito conta que quem ajudasse o “velhinho” desfrutaria de um inverno mais tranquilo.

A outra personagem é São Nicolau, monge turco que viveu durante o século IV. A tradição cristã conta que São Nicolau teria ajudado uma jovem a não ser vendida pelo pai, jogando um saco cheio de moedas de ouro que poderiam pagar o dote de casamento da garota. Por conta disso, tempos mais tarde, as crianças aguardavam no mês de Dezembro a chegada do bom velhinho com trajes de bispo para lhe trazer presentes[1].

A associação da figura do Papai Noel a celebração natalina tem dividido inúmeros cristãos pelo Brasil afora. Existe uma grande parte de cristãos que proíbem seus filhos de terem contato com o Papai Noel, seja em escolas, seja em eventos comunitários do bairro, shopping centers, etc., os quais alegam que seus filhos estariam participando de um entretenimento mentiroso e que distorce o verdadeiro sentido do Natal.

Por outro lado, muitos cristãos não fazem conta desta questão e entendem que não há prejuízos diretos ou indiretos a fé dos seus filhos. Os que assim o fazem se baseiam em, pelo menos, dois importantes argumentos acerca da neutralidade desta questão.

O primeiro argumento reside no fato de que, se as crianças não podem se entreter com a figura do Papai Noel porque ele não existe, então, certamente, as crianças não poderão se entreter ou ter contato com a figura de todos os heróis dos desenhos em quadrinhos, das princesas dos contos de fada e até mesmo não poderão consumir ovos de chocolate no período de Páscoa, uma vez que todas estas personagens, inclusive o ovo de chocolate não existem (até porque, cá para nós, coelho não bota ovo!).

O segundo argumento trata de um aspecto mais profundo da vida cristã: o ensino coerente dos pais, acerca das Escrituras Sagradas aos seus filhos. Se os pais assumirem a responsabilidade que a Palavra de Deus lhes confere sobre ensinar o seu filho no caminho em que deve andar, ou seja, caminhar junto pelo exemplo, não será uma simples personagem folclórica que ocupará o espaço de Jesus no coração da criança que entendeu o grandioso significado do Seu Salvador.

Ainda sobre este segundo argumento, cada vez mais, pais crentes em Jesus estão relegando o ensino cristão aos seus filhos, terceirizando esta irrevogável tarefa à igreja como se a obrigação da educação fosse das “tias da escola bíblica dominical”. Assim, muitas destas crianças encontram-se crescendo sem saber pensar e agir no mundo a sua volta e acabam por abandonar a fé em função da falta de referência cristã prática em suas vidas.

Se vocês, pai e mãe, encontram-se num dilema acerca de permitir que seus filhos se divirtam com o Papai Noel nas festas de fim de ano, fiquem tranquilos! Assumam o seu papel de primeiro discipulador(a) do seu filho ensinando com palavras e ações a primazia que o Senhor Jesus Cristo possui em suas vidas. Ensinem sobre o caráter periférico que o Papai Noel ocupa nesta data tão singular a nós cristãos. Assim, certamente, o Papai Noel ficará apenas no imaginário de seu filho como algo passageiro e folclórico.

Com isso, nem de perto o lugar de Jesus será ocupado por uma figura inusitada, até porque (convenhamos) isso seria, simplesmente, impossível.

Que a luz do Filho de Deus brilhe sobre sua vida e lhe traga o verdadeiro sentido deste Natal.

[1] HISTÓRIA DO MUNDO. A Origem do Papai Noel. Disponível em:<http://historiadomundo.uol.com.br/curiosidades/a-origem-do-papai-noel.htm/>. Acesso em: 09 de dez. 2016.

Apologista cristão por vocação. Mestrando em Ciências da Religião pela PUC-Campinas-SP. Formado em Filosofia também pela PUC-Campinas-SP e em Teologia pelo Seminário Teológico Batista Independente de Campinas-SP.

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