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Ministério da Justiça recebeu integrante do Comando Vermelho para reuniões

Assessores de Flávio Dino estiveram duas vezes com a mulher de um dos líderes da facção criminosa.

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Flávio Dino (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A mulher de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas e líder do Comando Vermelho, Luciane Barbosa Farias, foi recebida por assessores do ministro da Justiça, Flávio Dino, duas vezes neste ano, conforme informações confirmadas pelo Ministério da Justiça. A notícia foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira.

Luciane, casada há 11 anos com Tio Patinhas, que chegou a figurar no topo da lista dos mais procurados da polícia do Amazonas e está cumprindo pena, também foi condenada no mesmo processo que o marido, por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa, mas recorre em liberdade. No Ministério da Justiça, foi recebida como presidente de uma ONG de defesa dos direitos dos presos do Amazonas.

Em nota ao Estadão, o Ministério da Justiça esclareceu que as reuniões foram solicitadas pela Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim), com a presença de várias advogadas, e que Luciane, mulher do líder do Comando Vermelho, “não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados”.

Segundo o Estadão, Luciane costuma circular por Brasília acompanhada da advogada Camila Guimarães de Lima e da ex-deputada estadual pelo Psol Janira Rocha (RJ).

Luciane esteve com Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos de Flávio Dino, em 19 de abril, e em 2 de maio, encontrou-se com Rafael Velasco Brandani, secretário Nacional de Políticas Penais (Senappen). Nesse mesmo dia, esteve também com autoridades dentro do Ministério da Justiça. Esses assessores foram nomeados diretamente por Dino e ocupam cargos de confiança.

Luciane relatou a visita às autoridades do ministério de Dino em uma postagem no Instagram, onde mencionou denúncias de revistas vexatórias no sistema prisional amazonense e apresentou um “dossiê” sobre “violações de direitos fundamentais e humanos” nas prisões do Estado.

O processo penal contra Luciane e Tio Patinhas, ao qual o Estadão teve acesso, descreveu Clemilson como um “indivíduo de altíssima periculosidade, com desprezo à vida alheia”. O Ministério Público do Amazonas relatou que o patrimônio dele veio do tráfico de drogas e que ele costuma ser cruel com seus devedores. Sobre Luciane, afirmou que ela atuou como o “braço financeiro” da operação do marido, ocultando valores e adquirindo bens com dinheiro do narcotráfico.

A Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), ONG de Luciane, atua em prol dos detentos ligados ao Comando Vermelho. Criada no ano passado, a organização também seria financiada com dinheiro do tráfico, conforme investigação sigilosa citada pelo Estadão.

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