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“Deus providenciou tudo”, diz órfão ao se formar em medicina na África

Sendo o terceiro filho de cinco, de diferentes pais, ele cresceu sozinho.

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Sithembiso (Foto: Reprodução/Facebook)

Sithembiso Madlala, um jovem sul-africano, enfrentou inúmeras dificuldades ao longo de sua vida após ter sido abandonado pela família na infância. No entanto, sua jornada de superação é atribuída à proteção, provisão e ao poder de Deus.

De acordo com o Christian Today, apesar dos obstáculos, Sithembiso formou-se em medicina pela renomada Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. Sendo o terceiro filho de cinco, de diferentes pais, ele cresceu sozinho, já que seus irmãos viviam com os pais enquanto sua mãe o deixava em casa sem nenhum cuidador.

“Aprendi a cozinhar muito cedo para poder me alimentar. Eu simplesmente não entendia onde ela estava ou quando ela voltaria para casa, então fiz o melhor que pude”, relatou Sithembiso.

Sua mãe, Bongi, era viciada em álcool e, quando bebia, tornava-se violenta, chegando a espancá-lo. Em um desses episódios, perfurou o olho do filho com uma vara, e em outro, o atingiu com uma faca no ombro. Após denúncias dos vizinhos, Sithembiso foi levado para um orfanato por representantes do serviço social.

Enfrentando adversidades e bullying durante sua estadia no orfanato, o jovem sul-africano lutou para se adaptar a um novo ambiente e a uma língua diferente:

“Eu não falava inglês, e todos falavam inglês lá. Eu não conseguia entender as pessoas. Na minha primeira semana, fui amarrado a uma árvore e jogaram urina em mim. Foi como um ritual de iniciação”, compartilhou.

Apesar das dificuldades, Sithembiso não desistiu de seus estudos e começou a aprender inglês com livros deixados por missionários no orfanato. Sua determinação chamou a atenção dos professores e médicos voluntários que visitavam o local para auxiliar. Ele se dedicava à tradução de documentos médicos do inglês para o Zulu, enquanto observava o trabalho dos profissionais de saúde.

Aos 12 anos, Sithembiso teve seu primeiro contato com o Evangelho por meio de um pastor chamado Warren Holland, contratado pelo orfanato para realizar devocionais matinais com os meninos antes de irem para a escola. Isso despertou seu interesse em conhecer mais sobre Deus.

Em uma dessas reuniões, o pastor Warren leu a passagem bíblica de Romanos 6:23, e Sithembiso compreendeu que precisava de Cristo em sua vida. Ele reconheceu sua condição de pecador e entendeu que Jesus morreu por seus pecados, necessitando assim da salvação.

Após aceitar a Cristo, Sithembiso foi designado para ensinar crianças na Escola Dominical, e seu desempenho acadêmico melhorou cada vez mais durante o ensino médio. Ele teve um encontro marcante com um médico negro após uma cirurgia, que o incentivou a seguir a carreira médica e compartilhou informações sobre especializações e treinamentos necessários para trabalhar na área de saúde.

Guiado por seu propósito, Sithembiso ingressou na Universidade de Witwatersrand em janeiro de 2015, enfrentando desafios ao adaptar-se às mudanças culturais e de estilo de vida.

“Nos orfanatos, eu nunca precisei lidar com dinheiro ou ter muita liberdade pessoal. Agora, eu tinha toda essa liberdade e precisava aprender a administrar minhas despesas. Havia tentações como álcool e drogas. Eu estava convivendo com pessoas brancas e ricas. Parecia que eu tinha entrado em outro planeta”, relembrou Sithembiso.

Durante seu tempo na universidade, sua fé se tornou um alicerce fundamental. Sithembiso optou por ser batizado em uma igreja local, expressando publicamente sua fé no Evangelho de Jesus, que havia transformado sua vida.

“Quando me tornei cristão, minhas prioridades mudaram. Foi isso que me ajudou nos momentos mais difíceis durante a universidade”, afirmou ele.

Citando o Salmo 119:9, ele acrescentou: “Como pode um jovem manter puro o seu caminho? Vivendo de acordo com a tua palavra”.

Sithembiso continuou a progredir academicamente e atualmente trabalha como residente em três hospitais na cidade de Pietermaritzburg, na província de KwaZulu Natal, África do Sul. Ele está adquirindo experiência ao colaborar com médicos mais experientes até que possa escolher sua especialidade.

“Eu sempre soube que queria trabalhar com cirurgia de trauma. Em áreas carentes, problemas como ferimentos causados por facas e tiroteios são comuns, devido ao alto consumo de álcool. É onde sinto que posso fazer a diferença”, afirmou.

Além de sua carreira médica, Sithembiso planeja estabelecer uma organização de caridade para ajudar crianças que enfrentam desafios semelhantes aos que ele viveu.

“Quero que mais crianças conheçam as oportunidades que existem para elas. Acredito que muitas crianças não têm acesso a informações sobre o que podem conquistar na vida nas escolas municipais”, ressaltou.

Sithembiso expressa profunda gratidão a Deus por ter colocado pessoas certas em sua vida e acredita que a provisão divina foi essencial em sua jornada.

“Penso muito sobre como Deus providenciou. Os voluntários do orfanato, as pessoas que pagaram meus custos durante meus anos na universidade. Deus colocou todas essas pessoas no meu caminho. Ele providenciou tudo através delas”, compartilhou.

Concluindo, ele destacou: “Eu não estaria aqui se não fosse por outras pessoas que dedicaram tempo de suas vidas para me ajudar e servir. Agora, é minha vez de me dedicar a servir aos outros”.

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