Cientistas cristãos vistos como menos inteligentes por colegas, diz pesquisa

Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Ohio descobriu que os indivíduos não religiosos tendem a estereotipar e ter uma visão preconceituosa contra cristãos trabalhando em campos científicos por acreditarem que religião e ciência estão em conflito.

A pesquisa, publicada na revista Public Understanding of Science, analisou dois estudos separados para examinar as percepções de incompatibilidade entre Cristianismo e ciência nos Estados Unidos e como isso influencia o estereótipo de cristãos nos campos científicos por parte de indivíduos não religiosos.

O primeiro estudo, com tamanho de amostra de 365, descobriu que os 214 participantes não religiosos eram mais propensos do que os 151 participantes cristãos a perceberem cristianismo e ciência como incompatíveis. O segundo estudo contou com 799 respondentes – 520 cristãos e 279 participantes não religiosos.

Enquanto os respondentes não religiosos percebiam cristãos como menos inteligentes, os cristãos eram mais propensos a perceberem cristãos como mais inteligentes e científicos do que participantes não religiosos.

Em comentários ao PsyPost, o autor do estudo Cameron Mackey, um candidato a doutorado na Universidade Ohio, destacou que houve “inúmeros debates sobre a ensinagem da evolução nas escolas e se o Design Inteligente tem lugar na sala de aula”.

“Nossa pesquisa demonstra que a percepção de conflito entre religião e ciência pode ter efeitos prejudiciais não apenas na performance e interesse de cristãos em ciência (como mostrado em pesquisas anteriores), mas também nos estereótipos de pessoas não religiosas sobre cristãos”, disse Mackey.

“Ou seja, porque os indivíduos não religiosos são mais propensos a acreditar que cristianismo e ciência não podem trabalhar juntos, eles são mais propensos a estereotipar cristãos como sem interesse ou incompetentes em ciência”, continuou.

Mackey acrescentou que muitos ateu proeminentes como Sam Harris e Steven Prinker se opuseram a Francis Collins, um cristão evangélico que serviu como chefe dos National Institutes of Health até sua aposentadoria no ano passado.