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estudos bíblicos

Chamada à salvação

Tal como sucedeu com o carcereiro daquela cidade macedónia – Filipos – o processo de Salvação visa transformar pessoas sem esperança em homens e mulheres de Deus, que se tornam servos do Senhor.

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Paulo e Silas na prisão. (Foto: churchofjesuschrist.org)

Inspiremo-nos no caso do carcereiro de Filipos, que guardava na cadeia Paulo e Silas, segundo o relato do Livro de Actos 16:11-40. Paulo e Silas numa das suas viagens missionárias passam pela Macedónia e vão à cidade de Filipos.

Como era seu hábito procuram os judeus junto ao rio, pois nas cidades gentias que ainda não contavam com uma sinagoga, os judeus reuniam-se junto a um curso de água para as suas abluções rituais.

Porém, encontram um grupo de mulheres a quem decidem evangelizar. Lídia, a vendedora de púrpura, converte-se e é baptizada junto com a sua família. Mas durante alguns dias Paulo e Silas são perturbados por uma moça possuída por um espírito de adivinhação (o Inimigo sabia quem eles eram!), que Paulo expulsa, perdendo assim os seus senhores aquela fonte de rendimento, pelo que são então acusados, chicoteados e lançados na cadeia.

Acompanhemos então o processo dum homem que desconhecia o Deus vivo e verdadeiro, até se converter e tornar servo do Senhor: 

O carcereiro começou por conhecer o testemunho cristão.

“E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam(25).

Decerto o homem também ouviu as orações e os cânticos antes de cair no sono. Imaginemos o seu teor. Que estariam a orar? E a cantar? Certamente reafirmaram a fé e confiança no seu Deus, apesar das dores decorrentes das chicotadas com que foram flagelados, do desconforto dos pés presos por correntes de ferro a um cepo cravado no chão da cela, e à sensação de injustiça derivada das falsas acusações formuladas contra eles e que os levaram à cadeia. 

Mas o carcereiro ainda não sabia o que era viver na fé.

“E, acordando o carcereiro, e vendo abertas as portas da prisão, tirou a espada, e quis matar-se, cuidando que os presos já tinham fugido” (27).

O desespero não age sobre factos mas sobre medos. Pensou que os presos tinham fugido, mas de facto todos ficaram ali, decerto por terem sentido que algo sobrenatural acabara de suceder. Paulo ensinava aos cristãos de Corinto que deviam mover-se não pelo que viam mas pelo que criam: “Porque andamos por fé, e não por vista” (2 Coríntios 5:7).

A resposta à necessidade profunda do carcereiro era uma palavra de esperança.

“E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar? (30).

Ao contrário do sistema de fé judaico e do modus operandi romano, a Salvação não está no fazer mas no crer… O que tinha de ser feito já foi há muito. Basta crer e viver de acordo com essa crença, essa fé.

Os servos de Deus responderam a essa necessidade. 

“E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (31).

A resposta era um passo de fé. Um salto de fé é sempre um risco, ou então não é fé. Quem tem fé não fica com a água pelos joelhos no mar da vida espiritual, antes entra por esse mar adentro com toda a confiança.

O carcereiro dispôs-se a ouvir a pregação da Palavra.

“E lhe pregavam a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa” (32).

A Bíblia ensina que a fé vem por ouvir: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10:17). Mas para que alguém ouça e necessário que alguém fale: “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10:13,14).

O carcereiro recebeu a Palavra e deu frutos.

Em que podemos avaliar tais frutos? Desde logo nas obras: “E, tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões” (33a).

Quando Jesus está na nossa vida tendemos a reparar o mal que aflige o próximo, mesmo quando esse mal é feito pelos outros. Mas também podemos verificar os frutos da Palavra na obediência: “e logo foi batizado, ele e todos os seus” (33b). Se tu crês deves ser baptizado. O baptismo bíblico é um acto de obediência a Deus. Toda família creu e foi baptizada.

O carcereiro tornou-se um servo.

“E, levando-os à sua casa, lhes pôs a mesa; e, na sua crença em Deus, alegrou-se com toda a sua casa” (34).

No Médio Oriente não se convidava qualquer pessoa para entrar na nossa casa e muito menos para se sentar à nossa mesa. Mas um convertido e um servo abre espontaneamente a sua intimidade a Jesus…

Tal como sucedeu com o carcereiro daquela cidade macedónia, Filipos, o processo de Salvação visa transformar pessoas sem esperança em homens e mulheres de Deus, que se tornam servos do Senhor.

Nasceu em Lisboa (1954), é casado, tem dois filhos e um neto. Doutorado em Psicologia, Especialista em Ética e em Ciência das Religiões, é director do Mestrado em Ciência das Religiões na Universidade Lusófona, em Lisboa, coordenador do Instituto de Cristianismo Contemporâneo e investigador.

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