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opinião

Castelo forte é o nosso Deus: refúgio inabalável

Ainda que toda a estrutura da criação seja abalada, confie, pois, somente em Deus há Refúgio e Fortaleza!

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“Castelo forte é o nosso Deus, espada e bom escudo”. Essa é uma sublime frase escrita pelo teólogo e reformador alemão Martinho Lutero quando estourou a perseguição e se encontrava imerso numa reflexão sobre o cuidado e proteção existentes em Deus, convicto de que Deus é um abrigo seguro cercado de muralhas que mantém o inimigo à distância.

Foi o reformador inspirado por este que é um cântico a respeito da cidade de Deus. Era cantado pelos levitas em sua parte inicial (vv 1-3) enquanto que o mestre de música cantava a segunda e terceira estrofes. Esse salmo celebra a segurança da Jerusalém de Deus:

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações, Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam” (Sl 46).

Ainda que as obras das mãos de Deus venham sofrer o ataque violento das placas tectônicas nas profundezas, e a terra se abale e os maremotos sacudam os montes devido a sua fúria… Neste ponto do cântico eles fazem uma pausa (no texto representada pela expressão selá “selah”).

Esta pausa é providencial para que introduzamos aqui um dos grandes livramentos de Deus em favor do seu povo: cerca de três séculos e meio depois de Davi, o exército assírio colocou Jerusalém sob cerco e cortou seu fornecimento de água. Ao deixar a cidade sem água no calor do oriente médio, os assírios pensaram que sua vitória seria rápida. Eles não imaginavam que os israelitas fossem protegidos pela fortaleza de Deus.

O rei Ezequias liderou os homens na construção de um túnel de mais de 540 m, chegando a fonte de Giom no vale de Cedrom. A água clara e fresca da fonte fluía para dentro dos muros de Jerusalém (2 Cr 32). Os assírios ficaram expostos ao sol escaldante por todo o tempo esperando que os israelitas se rendessem e o povo dentro das muralhas desfrutando, literalmente, “de sombra e água fresca”.

Senaqueribe envia uma carta a Ezequias e, este, prontamente a apresenta ao Senhor no templo e diz: “Senhor Deus de Israel, tu que te assentas entre os querubins (aqui ele fala com convicção do senhorio de Deus sobre os reinos), só tu és Deus sobre todos os reinos da terra, vê e ouve as palavras que Senaqueribe enviou-nos para insultar nosso Deus”.

É bem verdade que os reis assírios destruíram reinos, mas, agora, cutucavam a menina dos olhos de Deus. Pelo que o Senhor respondeu essas palavras que deveriam chegar à Senaqueribe:

“A virgem a filha de Sião zomba de você e meneia a cabeça enquanto você foge”. E, em uma redundância, o Senhor pergunta: “você sabe de quem zombou? De quem blasfemou? Contra quem levantou sua voz? Contra quem levantou seu olhar arrogante? Bem, contra o Santo, sim. O Santo de Israel. Vens contar vantagens a mim? Meus carros são incontáveis. Subi aos pontos mais elevados do Líbano, destruí seus bosques e me assenhoreei de seus ricos cedros. Em terras estrangeiras cavei e bebi água. Com a sola de meus pés sequei os rios do Egito – o que se diga de passagem, é uma presunção da parte de Senaqueribe, visto que, não havia conquistado o Egito” (2 Rs 19.21-24).

E continua o Senhor: “Eu sei onde você está. Sei quando sai e quando você volta”. (Aqui Deus está dizendo: não existe um lugar para onde você vá que eu não saiba). Vi seu atrevimento. Agora (à exemplo de um obelisco assírio, onde em seu topo é retratado o rei assírio Esar-Hadom, o próprio filho de Senaqueribe, rei após ele, 681-669 a.c. segurando cordas presas por anzóis aos narizes de quatro de seus inimigos), o Senhor dá a sentença: “porei meu anzol em seu nariz, meu freio em sua boca e o farei voltar pelo caminho por onde vieste” (2 Rs 19.28). Então volta-se a boca do Senhor à Ezequias confortando-o e dizendo: “Senaqueribe não invadirá minha cidade” (2 Rs 19.32.

Numa única noite o anjo do senhor fere a 185 mil homens do exército assírio. Quando o dia amanheceu, Senaqueribe saiu ao arraial e foi aterrorizado pela chocante cena com milhares de cadáveres no chão. Ao que parece, segundo Heródoto, historiador grego, a ferramenta utilizada pelo anjo pode ter sido a peste bubônica. Senaqueribe humilhado, se retira do campo de batalha e volta para Nínive.

Algumas pessoas colocam sua confiança na riqueza, outros, em seu elevado grau de inteligência, outros ainda confiam em seu poderio militar e bélico. Contudo, com o dinheiro não compram a felicidade; com sua inteligência, não conseguem amar ao próximo e, muito menos, conhecerem a si mesmos e; com seus armamentos, não conseguem alcançar a paz. Nenhuma dessas coisas podem ser consideradas “uma muralha que nunca será derrubada”.

E, continuando a narrativa que fora interrompida pela pausa na canção, o salmo afirma: “Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela não será abalada. Deus a ajudará ao romper da manhã” (46. 4,5)

Ainda que toda a estrutura da criação seja abalada, confie, pois, somente em Deus há Refúgio e Fortaleza!

Referências Bibliográficas
Bíblia de Estudo NVI, notas de rodapé p. 624.
Bíblia de Revelação Profética, Revista e Corrigida. Pérolas da Vida Diária p.657.
Dicionário Bíblico Wycliff, CPAD.

Bacharel em Teologia pela FAETEL - Faculdade Teológica de Ciências Humanas e Sociais Logos, São Paulo e; graduando em Psicologia (2017) e Pós-graduando em Didática do Ensino Superior (2017), FACIMED - Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal, RO.

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