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Apostasia: Igreja transmite pregação feita por inteligência artificial

Igreja na Alemanha realizou um culto experimental para mais de 300 pessoas.

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IA realiza liturgia do culto (Foto: Matthias Schrader/AP)

Uma igreja na Alemanha realizou um culto experimental com a ajuda da inteligência artificial do ChatGPT. O evento ocorreu na sexta-feira (9) na Igreja de St. Paul, durante a Convenção de Protestantes da Alemanha, e contou com a participação de mais de 300 pessoas.

De acordo com a AP News, quatro avatares da IA foram responsáveis por conduzir o culto, que incluiu elementos como adoração, oração e pregação. A inteligência artificial ministrou toda a liturgia, interagindo com os fiéis e transmitindo mensagens de fé.

Para iniciar a celebração, o ChatGPT pediu aos presentes que se levantassem e louvassem ao Senhor. Durante a ministração da Palavra, um avatar de um homem negro de barba apareceu em uma tela no altar e começou a pregar.

“Queridos amigos, é uma honra para mim estar aqui e pregar para vocês como a primeira inteligência artificial na convenção dos protestantes na Alemanha deste ano”, afirmou o avatar com uma voz monótona e rosto sem expressão.

Os fiéis prestaram atenção à mensagem transmitida pela inteligência artificial, que abordou temas como deixar o passado para trás, enfrentar os desafios do presente, superar o medo da morte e manter a confiança em Jesus.

Em alguns momentos, o avatar arrancou risadas da congregação ao mencionar, com uma expressão séria, a importância de orar e frequentar a igreja regularmente para manter a fé.

O culto, que teve duração de 40 minutos, foi criado no ChatGPT por Jonas Simmerlein, teólogo e filósofo da Universidade de Viena. Ele explicou que a maior parte do conteúdo, cerca de 98%, foi gerada pela máquina, enquanto ele apenas acompanhou o processo.

“No congresso da igreja, você é um pregador… Como seria um culto na igreja?” – perguntei à inteligência artificial. E o resultado foi um serviço religioso bastante sólido”, comentou Jonas em entrevista à Associated Press.

No entanto, nem todos tiveram uma impressão positiva da experiência. Heiderose Schmidt, de 54 anos, que trabalha com Tecnologia da Informação e participou do culto, sentiu que faltava emoção e autenticidade nos avatares.

“Não havia coração nem alma”, comentou ela. “Os avatares não demonstravam nenhuma emoção, não tinham linguagem corporal e falavam tão rápido e monótono que era muito difícil para mim me concentrar no que diziam”.

Jonas Simmerlein enfatizou que seu objetivo não é substituir os líderes religiosos pela inteligência artificial, mas sim facilitar seu trabalho diário nas congregações. Ele acredita que é importante aprender a lidar com a IA, já que ela se tornará cada vez mais presente em várias áreas da vida.

Ele também reconheceu as limitações da IA, destacando que ela não pode substituir a conexão pessoal entre pastores e fiéis.

“A pastora está na congregação, ela mora com eles, ela as conhece desde o início. A inteligência artificial não pode fazer isso. Não conhece a congregação”, observou.

Jason Thacker, presidente de pesquisa em ética tecnológica da Igreja Batista do Sul, tem acompanhado os desenvolvimentos da inteligência artificial e compartilha da opinião de que os pastores sábios e virtuosos não permitirão que a nova tecnologia prejudique a imersão pessoal na redação dos sermões.

No entanto, ele também alerta para possíveis abusos ou usos inadequados da IA. Alguns jovens pastores podem se tornar excessivamente dependentes das máquinas e não perceber as imperfeições dessas ferramentas.

“A inteligência artificial pode imitar isso em algum nível. Mas acho que nunca poderá oferecer qualquer tipo de sensação de sofrimento, dor, tristeza, da mesma forma que um ser humano pode”, ressaltou.

Ele concluiu afirmando que a verdadeira pregação vem do coração e da alma, e que é isso que distingue os grandes pregadores, algo que uma máquina não pode alcançar.

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