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estudos bíblicos

A mordomia do cuidado da terra

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 12 do trimestre sobre “Tempo, Bens e Talentos”.

em

Natureza. (Foto: Lukasz Szmigiel / Unsplash)

IV. A mordomia do meio ambiente

1. A falha do homem na mordomia da terra

A Declaração Evangélica sobre o Cuidado com a Criação resume nestas palavras nossa falha na mordomia da terra: “Porque pecamos, falhamos na nossa mordomia da criação. Por isso arrependemo-nos da forma como poluímos, distorcemos ou destruímos grande parte da obra do Criador”.

Mais à frente este documento diz ainda que “o resultado carnal do pecado humano foi uma mordomia pervertida, uma manta de retalhos de jardim e lixeira que o lixo vem aumentar (…) Sendo assim, uma das consequências do nosso mau uso da terra é uma injusta negação da dádiva de Deus aos seres humanos, tanto agora como no futuro”.

Cremos que uma reflexão sobre o ensino bíblico e teológico que fala da obra redentora de Deus em termos de renovação do seu propósito para com a criação pode ajudar-nos a retomar nossa mordomia da criação, e passar a tratar com mais cuidado a natureza que pertence ao Senhor e foi criada para sua glória.

2. A degradação da terra

Novamente citamos a Declaração Evangélica sobre o Cuidado com a Criação, dado suas colocações sucintas e objetivas quanto ao tema que estamos abordando:

Estas degradações da criação podem ser resumidas como: 1) degradação do solo; 2) desmatamento; 3) extinção das espécies; 4) contaminação das águas; 5) poluição global; 6) alterações na atmosfera; 7) degradação humana e cultural.

3. A restauração da terra

É certo que, a despeito de toda degradação causada na terra pelo pecado adâmico e pela própria ação humana devastadora, esta terra não será destruída pelos homens, nem os homens se autodestruirão. Não é esta a previsão que temos na Bíblia quanto ao fim desta presente ordem.

Cremos piamente na “restauração de todas as coisas”, ainda que em caráter provisório para o reino milenar de Cristo (pois cremos que ao final do milênio, “passarão o céu e a terra”). Quando Jesus vier com sua Igreja estabelecer um governo de justiça e paz e reconciliar o homem com Deus, com o próximo e com a natureza, a criação será redimida e seus gemidos cessarão. O equilíbrio edênico anterior à Queda voltará a prevalecer em toda a terra! (Conf. Is 11.6-9; 65.20-25)

Todavia, esta esperança quanto ao porvir não deve levar-nos a cruzar os braços e aguardar “deitado eternamente em berço esplêndido” que estas coisas aconteçam, e, enquanto isso, irmos devastando a criação aos poucos. Não! Nossa esperança de redenção da criação, deve produzir em nós uma consciência de amor pelo meio ambiente (ainda que não um apego idólatra, como fazem os animistas, que veneram a natureza).

Se Deus redimirá a criação é porque a ama e tem prazer nela. Esse também deve ser o nosso sentimento, e sendo verdadeiro, deve mover-nos a uma postura de trato responsável, zelo e cultivo ordeiro da terra. Somos todos filhos de Adão e sobre nós pesa igualmente o mandato cultural para dominar e sujeitar a terra (Gn 1.26,28) e para lavrá-la (Gn 3.23).

Conclusão

Sem cairmos no extremismo ideológico e político de muitos ativistas ambientalistas, nem na veneração idólatra dos panteístas e povos animistas, cumpramos nossa missão como verdadeiros filhos de Deus e mordomos fiéis da natureza que ele nos entregou. Cuidemos do nosso lar terreno enquanto aguardamos nosso lar eterno!

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[1] Silas Daniel. A sedução das novas teologias. CPAD, p. 271
[2] John Stott. O discípulo radical, Ultimato, p. 45
[3] citado por John Stott. Op. cit. p. 51

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