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opinião

Sobre que Reino estamos falando?

Deus criou o homem para desenvolver um Reino Sacerdotal.

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Cruz (Foto: AaDil/Pexels)

Estamos em uma época singular para tal pergunta, seja no Brasil ou nos EUA , a pergunta reverbera entre muitos: Quem será eleito? No Brasil estamos em período de eleição para prefeitos e vereadores, e no EUA uma interminável eleição presidencial.

Campanhas e discursos na web com denúncias e difamações, revelam o coração de muitas pessoas em busca de um novo Saul para os nossos dias. E como se não bastasse a igreja talvez tenha se posicionado como nunca antes, e não quero aqui dizer que não era pra discutir, ou assumir posição política, a preocupação é como muitas vezes se motiva a fazer por causas escusas indiferentes ao Reino que deveria representar.

Deus criou o homem para desenvolver um Reino Sacerdotal, o qual Ele entregou seu filho para nos ser devolvido depois de sua morte e ressurreição:

“E com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação; e para o nosso Deus os fizeste reino e sacerdotes” (Ap 5:9,10).

João Calvino dizia que: “Todos se vangloriam e carregam um reino no peito”. Então a parte mais fácil disso é pensar sobre reinado. Além disto, o homem já possui um grande desejo de governar. Toda a história humana mostra a luta entre os homens para alcançar posição de domínio sobre os demais. O homem optou por dominar uns aos outros ao invés de dominar sobre o que Deus ordenou. Mesmo a história do povo de Deus mostra claramente como é central a questão de quem vai governar e de que maneira. O nosso problema é que, quando ouvimos falar de reis e sacerdotes, nós ignoramos o sacerdócio e pensamos somente no rei com seus privilégios. Mesmo o menor dentre nós tem um “reino” -ou um “governo”-, um domínio que é exclusivamente nosso, onde a nossa decisão determina o que acontece.

Logo voltamos a pergunta que intitula o texto: Sobre que Reino estamos falando? Não podemos confundir Reinos humanos com Reino Divino.

Pois toda ação sobre outro com opressão e tirania nunca pode revelar um Reino, mas sim o Império das trevas que se opõe a herança concedida aos filhos. Não é de se espantar que a oração que O Messias nos ensinou tinha por objetivo conectar filhos ao Pai, e herdeiros à uma herança. A petição que fazemos no oração do  Pai Nosso, “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade assim na terra como no céu”. Significa que precisamos permitir que Ele governe a nossa vida, e nos impulsiona a  abandonar o trono que nosso “Eu” ocupa.

Quando Israel pediu um Rei se comparando com as  outras nações. Deus falou com clareza ao profeta Samuel à quem o povo estava desprezando. Esforços em nome de Deus para fins pessoais e denominacionais, não trazem soluções para o caos presente, apenas revelam um novo Saul.

O preocupante é que o discurso da grande parte dos líderes quando falam sobre política e religião, refletem quase sempre em preocupação com o físico e material, e esta é a primeira exortação do apóstolo Paulo sobre o que não é o Reino.

“Porquanto o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo;” (Rm 14:17)

Existe uma verdade que omitimos na leitura do Evangelho que está entre os versos que não grifamos, e este talvez seja o evangelho do Reino mais puro que não queremos enxergar.

O Messias ensina no mesmo capítulo da oração do Pai Nosso: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.33) Que coisas são estas? O contexto é claro: alimento, vestuário, habitação.

Talvez a primeira coisa que precisamos entender sobre o Reino, é que já temos um Rei que governa, e é Senhor. Mas para voltar a pergunta do início, sobre que Reino estamos falando? Devemos responder a pergunta do nosso Mestre Messias:

“ E por que me chamais: ‘Senhor, Senhor’, e não praticais o que Eu vos ensino?” (Lc 6:46)

Alexandre Kaman é pastor, escritor, ministro de adoração e palestrante. Cursou a Escola Ministerial do Projeto Vida Nova de Irajá e o Instituto Metodista de Formação Missionária. Além de Bacharelado em Teologia e Pós-graduado em História de Israel. Lider da Escola Mavid (Manifestando a Vida de Deus), dedicado ao propósito da Restauração.

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