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Sem comida e eletricidade, cubanos se revoltam contra ditadura comunista
A embaixada dos EUA em Havana emitiu uma nota monitorando os protestos.
Cuba enfrenta uma grave crise generalizada que já perdura por pelo menos três anos, caracterizada pela escassez de alimentos básicos, eletricidade, aumento significativo dos preços dos combustíveis e do transporte, além de um êxodo recorde, que resultou na migração de mais de 400 mil pessoas para fora da ilha. Essa situação desencadeou uma resposta massiva da população, que saiu às ruas em protesto em diferentes pontos do país e também no exterior.
Na segunda maior cidade de Cuba, Santiago, onde os apagões duram até 18 horas por dia, os manifestantes expressaram sua indignação com a situação atual do país, clamando por “comida e eletricidade”, como mostram vídeos divulgados nas redes sociais. Em algumas áreas próximas aos protestos, houve interrupção ou limitação dos serviços de internet, e a polícia foi acionada pelo governo para reprimir os atos.
O líder do regime, Miguel Díaz-Canel, confirmou os protestos em uma rede social, tentando justificar a crise na ilha com os motivos habituais, como o embargo dos EUA. Além disso, ele pediu que a situação fosse resolvida com “paz e tranquilidade”, enquanto acusava “terroristas” americanos de fomentarem novas revoltas para desestabilizar o regime.
Apesar das manifestações em Santiago e em outras partes do país, Havana e regiões próximas, que foram palco de grandes protestos em 2011, aparentemente não foram afetadas até a noite deste domingo. Imagens de supostos protestos foram capturadas em outra grande cidade, Bayamo, e em Miami, onde cubanos com dupla cidadania se reuniram em frente ao restaurante Versailles, protestando contra a ditadura.
A embaixada dos EUA em Havana emitiu uma nota monitorando os protestos e pedindo ao regime cubano que respeitasse os direitos humanos dos manifestantes e atendesse suas necessidades legítimas. No entanto, o ministro das Relações Exteriores de Cuba criticou os comentários da embaixada americana, atribuindo a atual crise na ilha ao embargo comercial e às sanções dos EUA, e pedindo para que se abstenham de interferir nos assuntos internos do país.
As estimativas oficiais indicam que a economia cubana encolheu 2% no ano passado, com uma inflação de 30%, um número que provavelmente é muito maior do que o informado pelo governo.
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