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testemunhos

Pastor perdoa terroristas que mataram sua família em ataque

Reverendo atribui ataque que matou seus familiares às polêmicas leis de blasfêmia do Paquistão.

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Rev Aftab Gohar (Foto: Reprodução/Church of Scotland)

O Reverendo Aftab Gohar, um ministro da Igreja da Escócia cuja mãe e 19 parentes foram assassinados por terroristas no Paquistão, compartilhou sua jornada de perdão em relação aos assassinos de sua família. Ele admitiu que não foi fácil perdoar os suicidas que atacaram a Igreja All Saints em Peshawar em setembro de 2013.

“Foi um momento muito difícil para todos nós, e eu me questionava: por que isso aconteceu com aqueles que frequentavam a igreja regularmente? Aqueles que não foram à igreja naquele dia, fizeram a coisa certa? A Bíblia diz ‘quando você é perseguido por sua fé em Jesus, você é abençoado’. Todos eles morreram por sua fé”, apontou ele.

Naquele dia, o Rev. Gohar  estava se preparando para pregar um sermão no culto de domingo de sua igreja na Escócia quando recebeu uma mensagem de texto sobre o ataque suicida e a morte de seus familiares no Paquistão.

De acordo com Christian Today, Gohar, que cresceu no Paquistão e frequentava a All Saints com sua família, não quis decepcionar seus paroquianos cancelando o serviço, então continuou como de costume e só contou o que havia acontecido depois. Pelo menos 122 pessoas foram mortas quando duas explosões devastaram a All Saints e mais de 250 ficaram feridas.

Entre as pessoas mortas no ataque estava a mãe de Gohar, assim como suas sobrinhas, sobrinhos, primos, tios, tias e amigos. Ele admite que não foi fácil perdoar os responsáveis, mas se inspirou em Corrie Ten Boom, uma mulher holandesa que sobreviveu ao campo de concentração de Ravensbrück após ser pega ajudando judeus a escapar dos nazistas.

“Foi difícil para mim perdoar os responsáveis, mas com a força de Deus, fiz isso e me libertei do fardo extra do ódio e da vingança. Na cruz, Jesus orou por aqueles que o crucificavam: ‘Pai, perdoa-os, eles não sabem o que fazem’. Jesus disse ‘Ame seus inimigos e ore por aqueles que os perseguem’, uma lição que algumas pessoas acham impossível de seguir”, disse ele.

Nesse sentido, ele atribui o ataque às polêmicas leis de blasfêmia do Paquistão, que os cristãos dizem que são frequentemente usadas para persegui-los. O Rev. Gohar, que é ministro em tempo integral na Igreja da Escócia desde 2008, se uniu a outros ativistas para entregar uma petição ao Consulado do Paquistão em Glasgow na semana passada.

A petição pede que governo paquistanês melhore a segurança das minorias religiosas e use a lei de blasfêmia para punir aqueles que atacam os cristãos. Segundo a Reverenda Sally Foster-Fulton, Moderadora da Assembleia Geral da Igreja da Escócia, um relatório de 2023 para a Assembleia Geral observou que o Paquistão está em turbulência política e a blasfêmia foi utilizada como arma.

“Estamos unidos em tristeza ao refletir sobre o impacto desta atrocidade nas famílias das vítimas e sobreviventes, e infelizmente os cristãos continuam a ser perseguidos hoje (…) Essa lei afeta a todos, mas tem um impacto desproporcional sobre pessoas e comunidades marginalizadas. Acusações falsas podem destruir vidas, forçando pessoas a deixar suas casas e se esconder”, concluiu.

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