Partido Comunista da China quer erradicar uma das maiores igrejas do país

O Partido Comunista Chinês (PCC) deu início a uma nova campanha rigorosa para “erradicar completamente” a Igreja de Deus Todo-Poderoso (CAG), após três anos de uma “batalha geral” contra a denominação. Esta nova empreitada é uma resposta ao fato de que a CAG ainda existe “de forma organizada e considerável”, representando uma ameaça percebida à segurança política do regime comunista.

Segundo Bitter Winter, as autoridades locais receberam a tarefa de realizar investigações detalhadas para identificar membros e líderes da CAG, como preparação para prisões coordenadas. Desde o início da repressão contra a denominação em setembro de 2020, mais de 10.000 membros foram presos em três anos consecutivos, com um aumento no número de membros condenados.

A nova campanha do PCC, planejada para três anos, envolve uma investigação abrangente dos membros, estrutura e atividades da CAG em todo o país. Os métodos incluem o uso de big data, recompensas por relatórios, pesquisas porta a porta, visitas domiciliares e a utilização do projeto Skynet para vigilância em massa.

Os membros estrangeiros da CAG também estão sob investigação, e qualquer pessoa identificada em vídeos produzidos pela igreja será registrada em um banco de dados para possível detenção e julgamento após retornar à China.

Os governos locais estão treinando funcionários e líderes comunitários para identificar seguidores da CAG com base em seus padrões de comportamento, leitura de livros, vocabulário e outros hábitos específicos.

A população está sendo incentivada a denunciar suspeitos de serem membros da CAG, e avisos de recompensa estão sendo distribuídos em escolas e locais de trabalho para este fim.

Os membros da CAG enfrentam um ambiente cada vez mais hostil, com câmeras de vigilância em toda parte e o risco constante de denúncia e inspeção. A situação deles está se tornando ainda mais difícil com as novas políticas implementadas pelo PCC.