Papa Francisco pede ética da Inteligência Artificial contra discriminação

O Papa Francisco expressou o desejo de que o próximo Dia Mundial da Paz foque no impacto, oportunidades e perigos da inteligência artificial à medida que a tecnologia se desenvolve e influencia um número crescente de campos, desde a informação até a guerra.

Nesse sentido, na terça-feira, um comunicado do vaticano apontou que o Papa Francisco convocou um diálogo aberto sobre o significado dessas novas tecnologias, “dotadas de possibilidades disruptivas e efeitos ambivalentes”.

“Ele enfatiza a necessidade de vigilância e trabalho para que uma lógica de violência e discriminação não enraíze na produção e uso desses dispositivos, em detrimento dos mais frágeis e excluídos: injustiça e desigualdades alimentam conflitos e antagonismos”, continuou o comunicado.

De acordo com Christian Today, criado em 1967 pelo Papa Paulo VI, o Dia Mundial da Paz é uma celebração católica anual centrada no tema da paz e observada em 1º de janeiro, o mesmo dia da Solenidade Católica de Maria. Geralmente, os papas proferem um discurso nesta ocasião, centrado nos temas de paz e reconciliação.

Assim, o tema do próximo ano será “Inteligência Artificial e Paz”, em um momento em que a IA está se tornando cada vez mais comum e já começou a revolucionar a guerra. A invasão da Ucrânia pela Rússia elevou as preocupações sobre o possível uso de sistemas de armas autônomas, bem como a ciber guerra utilizando tecnologia de IA.

Além disso, o comunicado abordou a “necessidade urgente de orientar o conceito e uso da inteligência artificial de maneira responsável” que se concentre na proteção das pessoas e do meio ambiente. Também pediu maior estudo e legislação da IA, já que os quadros legais em todo o mundo estão aquém dos avanços tecnológicos nesse campo.

“A proteção da dignidade da pessoa e a preocupação por uma fraternidade efetivamente aberta a toda a família humana são condições indispensáveis para que o desenvolvimento tecnológico contribua para a promoção da justiça e da paz no mundo”, dizia o comunicado.

Por fim, a Pontifícia Academia para a Vida, um think tank do Vaticano, emitiu numerosas reflexões e organizou conferências sobre o tema da IA. Em 10 de janeiro, representantes das fé católica, judaica e islâmica se reuniram em Roma para assinar uma petição pedindo a implementação de diretrizes éticas para a inteligência artificial.