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Configuração geopolítica e o “sono” social

“E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim”, Mateus 26:3-6.

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A nossa incapacidade característica – falo de um modo geral -, de não observarmos o que nos cerca, o todo, é certamente um dos motivos de constantemente repetirmos erros do passado.

É como se, em termos históricos, “dormíssemos”, negligenciando erros absurdos que cometemos, como raça humana. Nas últimas décadas, talvez dada à pressa constante das sociedades modernas, isso intensificou-se muito mais. É inacreditável que a Europa da década de 30 tenha se esquecido tão rapidamente da guerra mundial e de seus horrores, menos de duas décadas e meia antes.

E, ainda hoje, olhamos para o passado recente, mais precisamente para os 60 anos de guerra fria em que esteve mergulhado o nosso mundo, e muito nos admiramos de termos conseguido chegar até aqui. Não tenha dúvida, prezado leitor, de que muitos de nós, senão a maioria, já esqueceu todos os horrores, tensão e o potencial de destruição global que poderia ter acontecido nos anos de guerra fria, entre EUA e a União Soviética.

E por que estou dizendo isto? Porque penso que a configuração geopolítica atual aponta para algo similar ao passado, mas com um potencial de destruição inimaginável, no futuro. Refiro-me aos conflitos que parecem desenhar-se a partir do Oriente. Alguém pode dizer que a instabilidade daquelas regiões é algo milenar e que não há motivos para tanta ansiedade. Creio, contudo, que isto não faz jus à questão que vivemos hoje. De fato, o mundo pós-guerra fria configurou-se para o surgimento de três blocos globalistas – e os chamo assim, por suas pretensões “globais” -, que seriam: o islâmico, o social-democrata (ocidental) e o eurasiano. O que une os movimentos dentro destes “blocos” não é tanto a geografia quanto os interesses em comum. E, pelo fato de tais grupos terem pretensões globais, penso que apostam alto, cobram caro e é isto que dá o potencial  de destruição inimaginável ao qual me referi.

O bloco eurasiano, formado principalmente pela coligação Rússia-China-Turquia, há anos tenta desestabilizar o Ocidente e, para tal, vale-se de um jogo ambíguo com movimentos ao estilo “cavalos-de-batalha”, como os grupos terroristas islâmicos. A ideia eurasiana, a aproximação da Rússia com a Europa e a Ásia, tem sua versão original nas mentes de teóricos dos anos 20, do século passado, Nikolai Daniliévski e Konstantin Leontiev, ambos defensores em última análise da expansão russa. O eurasianismo atual é, na verdade, uma forma de neo-eurasianismo, que tem nas vozes de personalidades como o teórico Alexander Duguin, um de seus principais porta-vozes. Tem-se visto também cada vez mais líderes nacionalistas turcos apoiando as ideias eurasianas de Duguin, que defendem uma aproximação maior da Rússia com os países e movimentos da Ásia.

Não é necessário falarmos muito do bloco islâmico, pois as expressões de terror – chamadas insistentemente de “extremistas” pela mídia ocidental -, que são crescentes e lembram o passado de expansionismo sangrento dos muçulmanos pelos seus muitos califados que se dedicaram a tal (como o Império Otomano, que quase toma a Europa inteira), avolumam-se a olhos vistos e os principais defensores da islamização mundial defendem publicamente a ideia de que o Islã tem uma Agenda clara e unívoca para todo o Ocidente: sua islamização. Isto foi, por exemplo, defendido abertamente pelo ex-presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, quando em uma conferência nos EUA, na Universidade de Colúmbia, há alguns anos. Não somente ele, mas centenas de clérigos, políticos e personalidades islâmicas, incluindo empresários, têm defendido que o Islã não tem nenhum outro objetivo, senão a islamização completa do Ocidente.

O terceiro bloco globalista é o social-democrata, a chamada “Esquerda light” do Ocidente, cujos teóricos defendem um pan-esquerdismo mundial, com forte domínio sócio-cultural (não necessariamente bélico), que é exatamente o que tem acontecido com o Ocidente, há décadas.

A sócia-democracia varreu a Europa e a América, produzindo partidos “social-cristãos”, cujos membros muitas vezes apenas se tem conscientizado das propostas pró-Esquerda de suas legendas muito tempo depois de permanecerem nestas mesmas legendas. Esta confusão se dá porque, tradicionalmente, o ocidental de um modo geral não sabe o que significa social-democracia. É isto o que faz com que no Brasil, por exemplo, a esmagadora maioria do povo imagine partidos como o DEM (antigo PFL), PSDB, PSC etc., como “direitistas”. Ledo engano. Obviamente que as propostas deste partidos não são comunistas, mas seu comprometimento com a Esquerda (liberal econômica) nunca esteve tão em alta. E o projeto político deste bloco é realmente uma social-democratização global.

Como isto fica um pouco anuviado nas mentes do ocidental e do oriental comum, pensa-se que as questões geopolíticas são decididas por homens com interesses pequenos, como os nossos, meros mortais. Na verdade, em termos sociais, culturais e políticos, a disputa entre estes três segmentos, com suas alianças geográficas pontuais por necessidade, pode ser facilmente vista com um olhar um pouco mais atento acerca do que se desenha no cenário político mundial e, infelizmente, não é algo bonito a se contemplar: talvez ainda este ano, uma guerra da EUROPA contra a RÚSSIA seja inevitável. A CHINA está, há anos, interessada neste conflito. O sistema EURASIANO valer-se-á de seu cavalo de batalha, o Islã, que infiltra dezenas de terroristas diariamente na EUROPA, sob o estigma de “refugiados”.

Os EUA estão enfraquecidos pelos 8 anos de desestruturação ininterrupta do governo de Barack Hussein Obama e, apesar deste “peitar” a RÚSSIA publicamente, internamente desmantela as forças armadas. A FINLÂNDIA está desesperada por um acordo militar de proteção com os EUA, e a ALEMANHA, num jogo globalista de Merkel entre os interesses do bloco eurasiano e ocidental (Social-Democrata), à medida em que quer receber dezenas de milhares de refugiados sírios e que a EUROPA receba ao total 1.000.000, anunciou à população alemã que “estocasse água e comida”.

O líder psicopata da CORÉIA DO NORTE, King il-Sung, incentivado pela CHINA, lançou recentemente mísseis de um submarino, bem próximo ao Mar do JAPÃO, intimidando a CORÉIA DO SUL. A CORÉIA DO NORTE não aguenta meia-hora de guerra contra os EUA ou a OTAN, mas são a segunda parte do perfeito cavalo de batalha da RÚSSIA contra o Ocidente (a outra, como disse, é o Islã). E a RÚSSIA quer um, um único pretexto para invadir a UCRÂNIA, a POLÔNIA, a ÁUSTRIA, valendo-se da fraqueza ocidental, acentuada pelas forças desestruturadoras social-democratas, que atuam aqui livremente sob os mais diversos nomes de “minorias” e insurgentes, há uns 40 anos.

Lembro das palavras do Senhor Jesus, que, como penso, pontuou com exatidão os sinais que precederiam a sua volta. Diz-nos a Bíblia: “No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século. E ele lhes respondeu: Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos. E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim”, Mateus 26:3-6.

Certamente, nunca ouvimos falar tanto de “guerras e rumores de guerra” como temos ouvido, desde o século passado. E, o que mais assusta não são as manobras geopolíticas que se reconfiguram, muitas vezes seguidas de torpezas inimagináveis e derramamento de sangue sem fim como nas duas Grandes Guerras, mas a insistência psicológica da maioria das pessoas, inclusive de grande parte dos cristãos, em não querer saber sobre as peças do tabuleiro de xadrez político global, cujas decisões erradas podem ceifar a vida, não de milhões, como nas guerras passadas, mas de bilhões!

As sociedades que antecederam a Primeira Grande Guerra, bem como a Segunda Grande Guerra, principalmente a alemã, erraram por não se darem conta de tudo o que as cercava e, por isso, pagaram um preço terrível, além da mancha causada na História. Aquilo, porém, foi nada perto do que se está reconfigurando a olhos vistos, bem diante do adormecido e completamente alienado homem moderno.

Maranata! Ora vem, Senhor Jesus!

Bacharel em Teologia e Filosofia. Pós-graduado em Gestão EaD e Teologia Bíblica. Mestre e Doutorando em Filosofia pela UFPE. Doutor em Teologia pela FATEFAMA. Diretor-presidente do IALTH -Instituto Aliança de Linguística, Teologia e Humanidades. Pastor da IEVCA - Igreja Evangélica Aliança. Casado com Patrícia, com quem tem uma filha, Daniela.

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