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estudos bíblicos

A mordomia do trabalho

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 9 do trimestre sobre “Tempo, Bens e Talentos”.

em

Soldador. (Foto: Christopher Burns / Unsplash)

II. A Bíblia e a mordomia do trabalho

1. O homem foi criado para o trabalho

Conforme Gênesis 1.28, Deus não criou o homem para a ociosidade, mas para dominar (ou administrar como mordomo) a terra e sujeita-la (isto é, trabalhar sobre ela). Não havia espaço para preguiça ou vida contemplativa no Éden, pois Adão precisaria colher da terra o seu alimento (Gn 1.29), e, tão logo fora criado, recebeu de Deus uma ocupação que certamente lhe tomou muito tempo e lhe exigiu esforço intelectual: nomear todos os animais criados por Deus (Gn 2.19.20). Se você acha esse trabalho de Adão enfastioso, então certamente você não tem vocação para a Zoologia.

Eva também não fora criada para ser mera companhia de Adão no playground do Éden, como se a vida a dois devesse se resumir ao namoro e à diversão. Observe que o contexto da criação da mulher é justamente a necessidade de uma parceira, auxiliadora, ajudadora para Adão em seu trabalho (Gn 2.18-22). Muito antes da moderna inserção da mulher no mercado de trabalho e da grande participação feminina na indústria, Deus já dotara a mulher, desde o Éden, de vocação para o trabalho ao lado do homem! O homem pode ter vantagem sobre a mulher no que diz respeito à musculatura, todavia, não tem nenhuma vantagem quanto à força da mente, à percepção aguçada, ao discernimento e outras inteligências necessárias para o trabalho e a vida. Nessas faculdades, não raro, as mulheres se sobressaem aos homens. A visão e força da mulher não são pontos facultativos para os homens, mas necessidades!

2. O trabalho antes da Queda

Quando falamos em Queda (com “Q” maiúsculo) nos referimos ao pecado original, isto é, àquela grande queda espiritual em que Adão e Eva precipitaram consigo toda a raça humana, quando desobedeceram a Deus e comeram do fruto proibido (Gn 3.6). Não se refere a um tropicão numa pedra, mas ao grande tropeço espiritual que trouxe afastamento de Deus, enfraquecimento da força humana, obscurecimento da inteligência e do discernimento, além de doenças, morte e toda maldade a que a raça humana está submetida.

A narrativa bíblica que antecede a Queda é muito breve para afirmamos muitas coisas. Todavia, podemos pressupor que antes deste triste episódio, o labor humano estava livre das opressões psicológicas e físicas que hoje acometem os homens; havia deleite e satisfação, já que o homem contava com saúde plena, equilíbrio na natureza, alegria de viver e, acima de tudo, a presença de Deus bem junto a ele para fazer-lhe progredir em conhecimento e sabedoria.

É sempre assim onde há comunhão plena com Deus: o trabalho, mesmo que exigente, se torna, senão prazeroso, menos enfadonho e mais agradável. Como está escrito, sobre o homem que teme ao Senhor: “Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem” (Sl 128.2).

3. O trabalho depois da Queda

Após o pecado, Adão foi posto para fora do Éden “para lavrar a terra de que fora tomado” (Gn 3.23, ARC; NVI traduz “para cultivar o solo do qual fora tirado”). A sentença divina contra Adão demonstra como o trabalho passou-lhe a ser penoso na terra: “com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará” (Gn 3.17-19).

O trabalho é plano original de Deus para o homem, pois até Deus mesmo trabalha, como já vimos; todavia, o trabalho penoso, carregado de sofrimento, é consequência do pecado deliberado de Adão. Enfado físico e psicológico, doenças, acidentes de trabalho, opressão e escravidão, além do próprio desequilíbrio no cosmo (que dificultou o cultivo da terra), são males oriundos da Queda – Cristo redimirá a criação desta escravidão a que ela está submetida, quando vier reinar nesta terra durante o Milênio e restabelecer o padrão edênico de trabalho.

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