sociedade

Igreja Universal colabora na reinserção de moradores de rua

Moradores recebem corte de cabelo e alimentos, além de orações e orientações de fé

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De acordo com levantamento realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social de Combate à Fome (MDS) em 71 municípios do País, 31.922 adultos vivem em situação de rua. As pessoas pesquisadas foram encontradas vivendo em calçadas, praças, rodovias, parques, viadutos, postos de gasolina, praias, barcos, túneis, depósitos e prédios abandonados, becos, lixões, ferro-velho ou pernoitando em instituições de apoio. A pesquisa mostrou também que os vícios, desemprego e desavenças familiares foram os fatores principais que desencadearam a situação de rua para essa população.

A pesquisadora e assistente social Maria Lucia Lopes da Silva, autora do livro “Trabalho e População em Situação de Rua no Brasil”, explica que, na maioria dos casos, a pessoa adquire vícios diante da situação vivida nas ruas: “A pessoa bebe porque está na rua, e não o contrário. É uma reação à degeneração das condições de vida, é o desespero. É lógico que o uso de álcool e drogas acaba agravando a situação, mas não é o que levou a maioria para as ruas em um primeiro momento.”

Quem vive nessa situação acaba sendo classificado por muitos como mendigos ou pedintes, porém, a pesquisa revela que apenas 15,7% das pessoas pedem dinheiro como principal meio para a sobrevivência. A maioria exerce atividades como catador de materiais recicláveis, flanelinha, construção civil, limpeza e carregador.

Decadência nas ruas

As pessoas nessa situação são constantemente impedidas de entrar em certos locais por causa de suas condições de higiene. Era o caso do comerciante Mário Santos Costa, de 50 anos, que viveu 12 anos de sua vida como morador de rua. Mário conseguiu dar a volta por cima e se reinserir no mercado de trabalho. Ele conta que tinha um emprego fixo e uma família unida, até começar a usar drogas: “Quando estava drogado, ficava tão agressivo que quebrava tudo em casa e queria agredir a todos que estavam na minha frente.”

Dominado pela vontade de consumir cada vez mais o crack, Costa saiu de casa e foi viver nas ruas como pedinte, dependendo de doações para consumir drogas e se alimentar. Ele enfrentou o frio, a chuva, a fome. Mas o pior momento vivido foi ser humilhado por quem o alimentava. “Estava na fila da sopa e quando chegou a minha vez ela acabou e a pessoa que estava servindo, ao me ver drogado, disse que não iria mais me dar nada, porque eu era vagabundo e deveria comer na cadeia”.

A volta por cima

Um dia, com sede, decidiu entrar na Igreja Universal para beber água e sentiu-se atraído pelas palavras do pastor. Daquele dia em diante, abandonou os vícios, conseguiu um emprego como pedreiro e se reaproximou da família. “Eu não tinha no que acreditar. A partir do momento em que ouvi o pastor falando que Deus poderia mudar a minha vida, eu dei crédito àquela palavra e comecei a praticar os ensinamentos”, conta. Hoje, ele é dono de um comércio de ótica na cidade de Santos, no litoral paulista. Conquistou casas, carros e outros bens. Costa garante que todas essas conquistas só foram possíveis por causa da fé em Deus e do apoio que recebeu na IURD. “Hoje eu tenho felicidade nas pequenas coisas e agradeço por tudo: pela cama, pelo sofá, pelo almoço e até quando vou à manicure. Às vezes até me belisco pra ter certeza de que não estou sonhando”, brinca.

Em todo o Brasil, a IURD realiza ações em favor da população de rua, ocasião em que são realizados cortes de cabelo, de barba, distribuição de alimentos e de roupas. Orientações espirituais e orações também são feitas para aqueles que querem se livrar dos vícios. “Nós resolvemos ajudá-los na parte social e espiritual e o resultado é imediato, há uma mudança no semblante de cada um, pois estamos dando atenção a uma parte da população que não está acostumada a ser vista como ser humano pela sociedade”, diz o coordenador do movimento em São Paulo, pastor Geraldo Vilhena.

Fonte: Arca Universal

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