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Africanos participam de missa católica sem deixar a religião vodu

Muitas pessoas tentam aproximar uma religião da outra porque acreditam que “Deus é um só”

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Nesse final de semana o Papa Bento XVI estará em Benin, país localizado na região ocidental da África, onde o deus do vodu e o Deus cristão convivem em boa vizinhança, principalmente na cidade Ouidah onde a maioria é vodun, mas muitos desses fiéis também seguem o catolicismo.

“Os padres nos dizem sempre que não podemos fazer as duas coisas ao mesmo tempo”, diz Agbotabatoh Dah Deh que faz parte da família que cuida do templo vodu do píton. Já com a idade avançada, Agbotabatoh fala à AFP que acredita que “Deus é um só”.

“Confundimos vodu e catolicismo”, explica ele que justifica sua crença mutua com a chegada dos missionários há exatamente 150 anos. “Eles esquecem que nós adorávamos o vodu antes da chegada dos missionários”.

O responsável pelos trabalhos da Igreja Católica na cidade é Séverin Adantonon que não acredita no sincretismo propagado na região. “Cada um deve guardar sua identidade”, afirma ele à AFP. Assume sem complexos o fato de ter querido levar adeptos do vodu a frequentarem apenas a igreja de “Jesus”.

Representante da Renovação Carismática, Séverin organiza “preces de libertação”, algo parecido com o exorcismo, para libertar as pessoas de problemas ligados ao culto dos fetiches. Apesar de tentar se aproximar da população o catolicismo enfrenta barreiras e até mesmo hostilidade de alguns grupos. “Dizem-nos que a fé católica é uma religião importada”.

O Papa Bento XVI chegou no país nesta sexta-feira, 18, e deve chegar em Ouidah no sábado para assinar a exortação apostólica saída do Sínodo sobre a África de 2009. Depois disso ele segue para a capital Cotonou encerrando sua visita de três dias em Benin.

Com informações AFP

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