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estudos bíblicos

Vivendo com a mente de Cristo

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 14 do trimestre sobre “A obra da salvação”

em

Cérebro. (Raman Oza por Pixabay)

II. VIVENDO EM ESPERANÇA COM A MENTE DE CRISTO

– Tendo a mente de Cristo em meio às provações

Desde o início de seu ministério, Jesus costumava chamar os pecadores após si da seguinte forma: “quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. Aqui Jesus ressalta em poucas palavras grandiosas lições:

  1. É preciso ir após Cristo, mas isso deve ser voluntário
  2. A renúncia deve ser a marca do autêntico discipulado
  3. Há uma cruz para carregar
  4. Devemos seguir os passos de Jesus por toda jornada

Atente especialmente para os elementos RENÚNCIA e CRUZ presentes nas palavras de Cristo, pois a mentalidade de um salvo não pode deixar escapar o grande compromisso da fé cristã: a mortificação da carne e a sujeição total ao senhorio de Cristo. Mas, antes que alguém desanime da jornada com Cristo, julgando-a árdua demais para caminhar, vejamos o que Cristo nos ensina:

  • ELE DIVIDE O FARDO CONOSCO: “Tomai sobre vós o meu jugo… meu jugo é suave e meu fardo é leve” (Mt 11.29,30)
  • ELE NOS DÁ PAZ E ESPERANÇA DE VITÓRIA: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33)

Quando temos a mente de Cristo, não murmuramos em meio às adversidades, nem as encaramos como punições divinas, mas como processo de crescimento e amadurecimento, segundo a vontade de Deus para nós. É bem verdade que há angústias na vida que são consequentes de atitudes precipitadas, de ações não pensadas e de desejos inadequados. Mas mesmo nestes casos, o sofrimento é uma escola para nós, onde aprendemos que o pecado tem um preço caro e que o melhor é sempre obedecer a Deus.

No mais, os que têm a mente de Cristo não lançam mão do arado para voltar atrás, antes vão até o fim, mesmo em meio à dores, não desistem. No Getsêmani, em agonia, o Filho de Deus orava: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). Cumprir a vontade de Deus é o alvo de nossas vidas. E, como dizia Paulo, “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Pedro diz que as situações contrárias são “a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo” (1Pe 1.7). Novamente Paulo diz: “Se sofrermos com ele, com ele reinaremos” (1Tm 2.12).

O exegeta Leon Morris diz que “o homem espiritual não vê as coisas na perspectiva do homem do mundo. Ele as vê na perspectiva de Cristo”. Por isso as Escrituras dizem que “o justo até na morte se mantém confiante” (Pv 14.32). Gosto das palavras do dr. William Craig, sobre nosso sofrimento comparado ao de Cristo por nós: “Quando contemplamos a cruz de Cristo, seu amor, e o que ele se dispôs a suportar por nós, o problema do sofrimento fica em uma perspectiva totalmente nova. Significa que podemos suportar o sofrimento que Deus nos chama a suportar nessa vida com coragem e com otimismo por uma vida eterna, de alegria sem fim, além da cova, por causa do que Cristo fez por nós”. Quando entendemos isto devidamente, então deixamos de reclamar pelas lutas, e passamos a nos considerar bem-aventurados por suportá-las ao lado de Cristo! A murmuração dá lugar à gratidão, a tristeza perde moradia para o júbilo e o sentimento de derrota é suplantado pela certeza de vitória! “Em todas estas coisas somos mais que vencedores” (Rm 8.37).

– Tendo a mente de Cristo na esperança do porvir

Já aprendemos na Lição passada sobre a mui bendita esperança da ressurreição e da vida eterna. E também já vimos, ainda que em lampejos, o fulgor da glória celestial que nos está reservada. Mas, dentro da presente lição, vale ressaltar que os que receberam a mente de Cristo estão contemplando a eternidade e não só a vida material do momento. Paulo, inspirado pelo Espírito, diz que há uma coroa da justiça reservada para todos quantos amam a vinda de Cristo (2Tm 4.8). Você ama a vinda de Cristo, meu irmão? Aguarda ansiosamente por ela? Minha oração é para que o pálido brilho dos bens terrenos não ofusque de nossa visão o resplandecente fulgor da glória celeste onde o nosso Pai habita. Como dizia o poeta Emílio Conde, “Os encantos do mundo não podem ofuscar esta glória d’além”.

Para um Pedro inseguro, sobre como ficaria sua situação após ter renunciado tudo para seguir Jesus, a resposta de Cristo foi: “Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna” (Mt 19.28,29). De fato, quantas casas têm se aberto para nós, recebendo-nos para ouvir a pregação do Evangelho? Quantos irmãos ganhamos em nossa família da fé em volta de todo o planeta? E quanto às moradas celestes, quem pode descrevê-las com exatidão? Mas breve iremos para lá, desde que mantenhamos a mente de Cristo e sigamos os seus passos!

“Na casa de meu Pai há muitas moradas”, disse Jesus, “se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo 14.2,3). Os que têm uma mente carnal só pensam nas mansões da terra, mas os que têm a mente de Cristo, “pensam nas coisas que são do alto” (Cl 3.2), pensam em como belo é o Senhor e a casa onde vamos com Ele morar! Você já pensou no céu hoje?

Muitos crentes há que estão tristes e desanimados devido as aflições da vida. Lamentavelmente tem se multiplicado aqueles que estão sucumbindo em meio à depressões e até suicídio! Deus tenha misericórdia de cada um de nós, e ajude-nos a terminar com honra nossa batalha aqui, para não sermos envergonhados diante dele no grande dia da prestação de contas! Mas é na esperança da vinda gloriosa de Cristo que está nosso consolo, não em prosperidade financeira, ascensão social ou conquista de poder. Ao falar sobre a ressurreição dos mortos e a transformação dos santos vivos para o encontro com o Senhor nos ares, o apóstolo Paulo conclui: “Consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.18). Estás desanimado, irmão? Este final de ano não chega como tu pretendias? Consola-te na bendita esperança do encontro com teu amado Senhor! Pois “o mundo passa…”.

Aproveitando que estamos não só em final de trimestre, mas em final de ano, e já que estamos falando da mente de Cristo para superarmos os desafios da vida presente e encontrar consolo na esperança de vida eterna, gostaria de concluir este estudo trazendo novamente o dr. William Craig, renomado apologista da fé cristã, mas também um homem apaixonado por Jesus Cristo. Craig nos chama a confiar em Deus e demonstrar resiliência no meio das aflições da vida:

“Embora possamos fracassar na tarefa em que estamos empenhados, se respondermos ao fracasso com fé, coragem e dependência na força do Senhor, antes que com desespero, amargura e depressão, somos vistos como sucesso à vista dele. Você nunca ficará acabado somente por fracassar. Você estará acabado somente se desistir. Mas não desista! Com a força de Deus, recolha os cacos de seu fracasso e, tendo aprendido com ele, prossiga”.

Desejo a você a toda sua família um feliz ano novo na presença do Senhor Jesus, nosso amigo fiel de todas as horas! Não desanime, PROSSIGA!

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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