Siga-nos!

devocional

Túnica colorida: o presente que esconde seu futuro

Não desperdice munições questionando acerca do seu futuro.

em

Túnica colorida (Reprodução)

Durante esses dias imersa no processo de restauração do altar da adoração, eu escutei uma frase numa live cristã que me despertou a ir desbravar a famosa história de José do Egito (Gênesis 37). Seria vaidade guardar essa vivência comigo.

Lá eu pude perceber que nosso futuro, ainda que desconhecido, já foi revelado por Deus no presente com cores. A pastora (e juíza aposentada) Tânia Tereza costuma sempre dizer em suas pregações, que na Bíblia não há letra sobrando nem palavra superficial, e com cortesia adito, quiçá uma história arrematada!

Nossa viagem começa em Gênesis 37. O verso 3 realça o motivo pela qual Israel (antes Jacó) ter presenteado José com uma túnica longa e colorida, uma roupa simples (as vezes bordadas) e mais ou menos ajustada ao corpo que era usada pelos antigos. A benesse da túnica tinha um significado muito especial para os judeus. Quando ela era bordada (ketonet) seria usualmente as vestes do Sumo Sacerdote e dos sacerdotes de Israel quando serviam no Tabernáculo e no Templo em Jerusalém.

O mesmo versículo continua revelando a preferência do pai sobre esse filho: “porque era o filho da sua velhice“, sem esquecer de considerar que era o filho de Raquel, a amada por quem ele trabalhou 14 (quatorze) anos para tê-la como esposa. Ademais, José trazia as más famas dos irmãos, num ato de obediência à ordem superior, o que nos leva a acreditar que acima de tudo, era um menino de confiança e honesto aos olhos do seu Pai, afinal, não seria dado tal função se fosse um mentiroso, não é? Contudo, nos parece um pouco injusto o ciúme dos irmãos, pois o garoto simplesmente nasceu naquelas condições, mas não pediu para estar naquele status de privilégio (versículo 4).

Percebam que após o mimo (versículo 5), Deus já foi manifestando os sinais de como seria o futuro de José usando seus sonhos – seria um futuro colorido, isto é, que recebeu cores, nos dando a impressão de alegria; de vigor; de enredo evidente. E qual o contrário disso? O árduo, pálido e apagado muitos momentos que o menino passou para alcançar o projeto final de Deus para vida dele.

A imaturidade de José o lançou nesse estado cinza de sua história: na medida que ele era um sonhador, ele também era uma pessoa ansiosa. Quando compartilhava as revelações dos sonhos fora de hora, ele alimentava mais ainda o dissabor dos irmãos contra ele (verso 5), e isso despertava ideais para encerrar a sua convivência com a família. Mas mesmo invejado, José alcançava favor. A vontade inicial dos irmãos era matá-lo, mas um deles interveio dando um parecer de vendê-lo, e forjar a sua morte. Para o plano ficar perfeito, eles levariam a túnica colorida suja de sangue de um cabrito para o pai, que sofreria uns dias, mas ia entender depois.

Profeticamente, essa túnica manchada de sangue nos traz uma ideia interessante de descanso: como ela aqui é a representação do nosso futuro colorido, o nosso por vir também foi manchado de um sangue (o do Cordeiro). E é tão precioso que não veio somente nos resgatar de cadeias do pecado, mas veio também: nos dar vida; nos atrair para o lugar de intimidade; veio restaurar os altares quebrados pela religiosidade; veio nos mostrar a liberdade que temos de entrar na sala do trono com leveza; veio apontar riquezas profundas e segredos poderosos que cura a nossa vida e a de outras pessoas, tudo mediante um evangelho simples, com a manifestação de um Deus que fala com clareza.

Recentemente, o Todo-poderoso têm me atraído ao altar da oração (as vezes é manifestado através de uma angústia sem causa, do cansaço de ser a mesma pessoa, da tristeza em repetir os mesmos erros, da incerteza do meu propósito nessa terra ou pela famosa “luta” que atravessamos) somente para se apresentar ao povo dEle.

Com isso, Ele rompe lugares escuros e desconhecidos, acende uma luz, entra de maneira descomplicada, porém profunda, e mostra o secreto e o conserto, não por meio do profeta, mas conversando comigo. O fim de tudo isso, é para nos tornar filhos (as) obedientes porque o amamos, e entendemos no nosso espírito aquela direção como um princípio de proteção – não porque “alguém” nos aconselhou que tinha que ser assim, sem uma justificativa embasada na revelação do Espírito Santo, e sim sustentado por uma doutrina. Cuidado! Cumprir a palavra sem o entendimento do Espírito que escreveu essa palavra é vago, e, portanto, perigoso (isso é comportamento farisaico).

A nossa alegria é perceber que durante esse tempo de altar, Deus está bordando nossa túnica. Na história de José foi semelhante. Os irmãos resolveram vendê-lo, e como conhecemos o final desse enredo, fica mais difícil nos colocar na pele dele. Mas parem para pensar na aflição para um menino de 17 (dezessete) anos indo sozinho para terra de línguas estranhas, com povo desconhecido, para viver um futuro cinza como escravo.

Ainda bem que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, porque mesmo naquela condição, todos aqueles homens estavam enviando o garoto para o alvo que era o seu futuro colorido, e a Bíblia diz que, em todo o tempo, Deus era com José.

Quando ele chegou no destino, mais uma vez recebeu favor do Pai (Gênesis 39:4). José foi trabalhar para o capitão da guarda de Faraó chamado Potifar, foi fiel – guardando a mesma essência de quando morava na casa de sua família – recebeu tudo que era do seu senhor nas mãos e o fez prosperar. Entretanto, sua condição de homem agraciado foi interrompida pela sua beleza e formosura e o tornou homem odiado.

Quando José acreditava que sua vida estava avançando, ele caiu na graça dos olhos da esposa de Potifar, que maliciosamente tentou despertar o prazer do jovem que a rejeitou. Por isso, essa mulher induziu seu marido a crer que o errado era o servo.

Deus! Mais uma vez a cena se repetindo, a mentira prevalecendo e o injusto atingindo seu objetivo, afinal, eu não pedi para estar nesse status de belo. Quando penso que as coisas estão se ajustando, me sobrevém tamanha aflição. Essa pode ter sido a oração de José, e pode ser sua súplica também, mas continue focado no presente colorido que você ganhou ainda na casa do seu pai, ora Deus estava com José.

Ele foi lançado no calabouço: da religião, do medo, do pecado, do vício, da mentira, da pornografia, da desonestidade. No entanto, nesse lugar o Senhor deu uma oportunidade para o menino mostrar sua habilidade e dom nEle. Quem sonha, entende o sonho dos outros, e revela-o. Essa foi a chave recebida pelo Hebreu para o por vir.

Na prisão, talvez sob a opressão e a umidade daquele lugar, ele rogou a compaixão dos colegas de cela para fazerem menção dele quando estivessem diante do Faraó (Gênesis 40:14) – utilizando o padrão “jeitinho brasileiro” – a fim de acelerar o processo que Deus já tinha estabelecido para sua vida. Isso revela que a ansiedade do garoto ainda não estava forjada em sua plenitude. E claro, o pedido só poderia ter sido esquecido pelo Copeiro-mor, até o dia ideal de cumprimento da vontade de Deus (Gênesis 41:9).

Dois anos se passaram, mas o dia em que nos arrumamos e ficamos bem aparentadas para irmos na presença do Faraó chega. Fomos lembrados, e agora temos uma missão a cumprir: revelar o sonho do Rei, reconhecendo que tudo é por Ele e para Ele. Nesse estágio, não somente clareamos o sonho, mas também ditamos as estratégias para se cumprir com sabedoria e discernimento aquele sonho. E aqui de quebra, ganhamos um governo.

Apesar do enredo da vida ser repleta de ciladas forjadas, injustiças, mentiras que aparentemente prevalecem, esquecimentos, rejeições, abusos, invejas, sonhos interrompidos,  compartilhados fora do tempo ou divididos com quem estava desalinhando ao Espirito que habita em você, o seu futuro colorido já foi projetado, e já te foi entregue ainda no ventre de sua mãe. A sua obediência e fidelidade serão consideradas, e não importa o seu presente (seja no sentido de dádiva ou de benesse; seja no sentido de tempo à vista), continue colorindo esse futuro.

Hoje, meu convite é te encorajar a acessar seu atelier, e aqui é descabido perder o precioso momento de adorar ao Senhor com amplitude. Não desperdice munições questionando acerca do seu futuro. O presente revela sua túnica sendo bordada e adornada, colorida e vívida, livre e leve, prestes a receber um governo que dará validade ao sonho do Rei nessa terra.

Larissa Fabiana do Amaral Pereira é advogada, membro da igreja Bola de Neve em Mossoró (RN). Uma das idealizadoras do ministério Preciosas e ex-aluna do Instituo Teológico Detrás das letras, na Suíça.

Trending