igreja perseguida

Resistência em meio à fragilidade

O Dia da Mulher traz uma reflexão sobre os direitos de mulheres pelo mundo. Porém, muitas cristãs ainda não podem adorar a seu Deus publicamente sem enfrentar retaliações

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Fatemeh. (Foto: Article 18)

No mês de março, o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher. A data remete a manifestações ao redor do mundo no início do século 20, pela igualdade de direitos civis e melhores condições de trabalho para mulheres.

É possível reconhecer melhorias e ainda há oportunidades de evolução para mulheres do século 21 e além. E aqui, pode-se citar mulheres em países minimamente livres, que garantem seus direitos básicos ao trabalho, educação, saúde, família e crença.

Mas, como será a situação das mulheres em países onde os cristãos não podem exercer livremente sua crença e fé? Em países com perseguição extrema a minorias cristãs.

Recentemente, a Portas Abertas, organização que ajuda cristãos perseguidos em mais de 70 países no mundo, realizou uma investigação global para avaliar em profundidade características da perseguição.

Um dos achados foi que além das crianças, cristãs perseguidas enfrentam dupla vulnerabilidade. Ou seja, se ser mulher já é um desafio nesses países, ser mulher e cristã é ainda pior.

Fatores diferentes de perseguição

Mulheres em todo o mundo que são perseguidas por causa de sua fé cristã enfrentam diferentes pontos de pressão em comparação aos homens.

O relatório da Portas Abertas revela que, embora ambos os sexos enfrentem violência, as mulheres são confrontadas principalmente por violência sexual, enquanto para os homens é principalmente violência não-sexual.

“A violência sexual é usada contra mulheres cristãs em todas as regiões”, disse o relatório, acrescentando que muitas vezes deixa mulheres e meninas a sofrer isolamento ao longo da vida em uma situação de “morta-viva”.

O casamento forçado e outros tipos de violência (como espancamentos, negação de água e comida, e cárcere privado) são os outros principais pontos de pressão para as mulheres cristãs, seguidos pelo divórcio forçado e prisão domiciliar.

Violência e pressão

Para a estudante cristã iraniana, Fatemeh Mohammadi, 21 anos, o governo usou uma mistura de fatores de pressão: desde a pressão de interromper sua educação, até a violência da prisão.

Após se converter ao cristianismo, vindo do islamismo, a ativista desapareceu por semanas depois de ser presa em janeiro, perto de uma área onde protestos estavam em andamento após a queda de um avião de passageiros ucraniano pelas forças militares do Irã.

A família não tinha notícias dela, que por semanas foi maltratada enquanto estava detida. Ela foi libertada sob fiança em 26 de fevereiro e está enfrentando acusações de “perturbar a ordem pública participando de uma reunião ilegal”. Sua audiência, originalmente marcada para 2 de março, foi adiada por causa do surto de coronavírus.

Fatemeh tem sido muito sincera sobre sua fé e os direitos dos cristãos à liberdade religiosa. Em troca, ela foi repetidamente perseguida e presa. Em dezembro, ela foi expulsa de sua universidade pouco antes do início dos exames, sem uma explicação. Em 2017, ela foi presa enquanto frequentava uma igreja doméstica e passou 6 meses na prisão de Evin, em Teerã.

Três mulheres iranianas que sobreviveram às sentenças de prisão por sua fé recentemente disseram que a comunidade internacional deveria fazer mais barulho sobre a situação dos cristãos perseguidos, pois isso parece ter um efeito sobre como eles são tratados.

Nessa série de matérias, serão apresentadas outras mulheres que tiveram o curso de suas vidas mudado por se declararem cristãs e, por isso, são fortemente perseguidas.

Suas histórias poderiam ter outro destino se elas não pudessem contar com, sobretudo, o amor de Deus e a ajuda de igrejas e instituições parceiras da Portas Abertas, que as acolhem, auxiliam para que permaneçam firmes em sua fé em Jesus, apesar de toda perseguição e dor.

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