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opinião

O relatório fake da CPMI das Fake News contra o Gospel Prime

Qual o objetivo não declarado disso tudo? Calar as vozes dissonantes!

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Deputada Lídice da Mata e senador Ângelo Coronel (Geraldo Magela / Agência Senado)

O conceito atual de “fake news”, ou notícias falsas, acabou desvirtuado por questões políticas. Ao longo da história, veículos de comunicação, pequenos ou grandes, em algum momento erraram na divulgação de informações.

Após novos indícios virem à tona, ou alguém requerer pedido de resposta, eles se desculpavam e se corrigiam. Isso podia ser visto em seções nos jornais com a chamada “Erramos” ou na TV através do conhecido “uma correção”.

Contudo, durante a campanha do presidente Donald Trump nos Estados Unidos, em 2016, ele começou a ser vítima de matérias tendenciosas e focadas na tentativa de difamá-lo. Sua resposta muitas vezes era chamar a imprensa, em especial a gigante CNN de fake news.

Em pouco tempo o termo tomou outra conotação, acirrando seu uso quando se trata de política. Claro, notícias inventadas existem, muitas vezes divulgadas em forma de mensagens de WhatsApp sem uma assinatura ou sem o registro de quem a criou. Mesmo assim, a grande mídia passou a usar esse tipo de situação para classificar qualquer um que não estivesse de acordo com o que tentava vender como narrativa de “fake news”.

“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é propaganda”, diz a frase cunhada por William Randolph Hearst, jornalista influente no início do século XX, cuja vida inspirou o protagonista do clássico “Cidadão Kane”.

Se essa máxima permanece verdadeira no século XXI, toda a mídia moderna se oporá aos que falam sobre as notícias que alguém “não quer que se publique”. A mais antiga notícia que ninguém quer que seja publicada é, justamente, a “boa notícia” sobre Jesus: o Evangelho.

Nessa miríade de posições e opiniões sobre o que é verdadeiro e o falso nos dias de hoje, fica evidenciada a guerra midiática constante contra o conservadorismo. Os canais que não se alinham ao que pensam os grandes grupos de comunicação vão sendo calados por tentativas de intimidação e acusações de proliferar mentiras. Ironicamente, chegou ao Congresso a tentativa de censurar opinião através da desculpa de combater fake news.

Em meio a tudo isso, publica-se mais uma lista inquisitória onde aparece o nome do portal Gospel Prime. Não nos causa espanto o fato de políticos de esquerda estarem buscando meios de desqualificar nosso trabalho, já que eles não têm nenhum apreço pelos evangélicos. No entanto, é espantoso que a Câmara dos Deputados aceite como relevante um relatório neste sentido.

Ao longo de mais de 10 anos de existência, o portal tem pautado sua atuação na verdade, na ética e no respeito, mas reservando-se sempre ao direito de embasar nossas pautas em uma visão cristã, o que acaba por irritar certos grupos, cuja visão de mundo consiste em perverter valores e desconstruir a cultura judaico-cristã.

Já fomos alvo de ataques da Globo, através da revista Época. Em abril de 2018, fomos chamados de propagadores de mentiras, numa reportagem falaciosa sobre os dirigentes palestinos serem ou não um grupo terrorista.

As ações mais recentes do inquérito ilegal e inconstitucional de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), foram acompanhadas por ações no Congresso, através da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News.

Tal comissão divulgou um relatório onde cita o Gospel Prime como site propagador de notícias falsas – sem fundamentar sua acusação – que teria recebido investimentos do Governo Federal através de anúncios.

O fato de o relatório não apontar nenhum material comprobatório da acusação sobre fake news já seria motivo mais do que suficiente para refutá-lo. Mas eles justificam que a presença do portal na lista se deve ao fato de produzir “conteúdos inadequados”, o que demonstra que a menção se deve por puro preconceito.

De acordo com o relatório, foi solicitado à Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), por meio do Sistema Eletrônico do Serviço de Informação ao Cidadão (e-SIC), dados dos canais que exibiram anúncios do governo federal no período de 1º de janeiro a 10 de novembro do ano passado.

Neste relatório, o Gospel Prime aparece como beneficiado pelos anúncios, que são veiculados através da plataforma Google Ads, sendo que as verbas são direcionadas automática e exclusivamente pelo Google, que utiliza critérios de inteligência artificial para distribuir os valores aos sites parceiros. O portal recebeu tais valores através desta distribuição – sem qualquer vínculo direto com o Governo Federal.

Levando em conta o valor médio por mil impressões pago pelo Google, o pretenso “lucro” do site com as propagandas governamentais que eventualmente foram veiculadas é irrisório, menos de R$ 100. Nem de longe se compara ao valor pago a grandes portais pelo mesmo número de impressões.

Vale lembrar que os sites parceiros do Google não têm acesso aos dados dos anunciantes, recebendo apenas os valores por visualização de páginas, sem saber de quem são os pagamentos. O contrato é feito com o próprio Google, não com os anunciantes.

Nesse “balaio de gato”, a lista divulgada pela CPMI inclui até um jornal centenário, a Gazeta do Povo, com um século de existência. Embora possa ser considerado parte da grande mídia e – outra ironia, ser do grupo que retransmite o sinal da Globo no Paraná – acaba de ser chamado de “fake news” por ter assumido uma linha assumidamente conservadora desde que se tornou um veículo apenas digital.

Qual o objetivo não declarado disso tudo? Calar as vozes dissonantes, evitar que aqueles que falam sobre os fatos em uma perspectiva diferente sejam ouvidos.

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