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“Rainha” de Bolsonaro põe fim a Lava Jato em Curitiba

Augusto Aras criticou operação e seus integrantes publicamente.

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Jair Bolsonaro, Augusto Aras e Sergio Moro ao fundo
Jair Bolsonaro, Augusto Aras e Sergio Moro ao fundo (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O Ministério Público Federal (MPF) anunciou nesta quarta-feira (3) que a força-tarefa da Lava Jato no Paraná foi oficialmente encerrada no dia 1º de fevereiro. A operação deflagrada em 2014, segundo o MPF, continuará dentro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), mas com estrutura reduzida.

A extinção da força-tarefa é um golpe final na operação, em uma ofensiva que partiu do próprio MPF, que desde 2020 vinha impondo revezes para os integrantes da Lava Jato. O procurador-geral da República, Augusto Aras, que foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro e apontado como uma “rainha”, em analogia ao Xadrez, fez série de ataques contra a força-tarefa.

“Pessoal, vamos imaginar um jogo de xadrez no governo, vamos imaginar? Jogo de xadrez. Os peões seriam, em grande parte, quem? Os ministros. Lá para trás, um pouquinho, o Moro, da Justiça, é uma torre. Paulo Guedes, um cavalo. E a dama, seria quem? Alguém tem ideia? Quero ver se vocês são inteligentes. Quem seria a dama? Qual autoridade seria a dama? Que pode ser um homem, obviamente. Não, o presidente é o rei. A dama é a PGR. Tá legal?”, questionou Bolsonaro na época da indicação.

Apenas alguns dos procuradores que atuavam na operação em Curitiba serão destinados ao Gaeco, onde deverão se envolver em outras atribuições. O encerramento da força-tarefa deverá destinar os procuradores que eram da Lava Jato para dividir suas atribuições com outros casos.

Além da Lava Jato, outras forças-tarefas de combate à corrupção também foram encerradas sob a gestão de Aras, como no caso da Operação Greenfield, que investigou fraudes em fundos de pensão de estatais, sendo finalizada quando havia concluído apenas 45% das suas metas.

Augusto Aras passou a criticar publicamente a força-tarefa no primeiro semestre de 2020, quando determinou o compartilhamento do banco de dados da operação com a cúpula do MPF em Brasília, o que acabou causando temor de uso político das informações.

O procurador-geral também criticou publicamente, em julho, os procuradores de Curitiba por se oporem ao compartilhamento de dados. Ele afirmou que a Lava Jato seria uma “caixa de segredos” e que era preciso uma “correção de rumos” para que o “lavajatismo não perdure”.

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