Siga-nos!

escatologia

Qual mistério estava oculto?

Análise bíblica contextual sobre o capítulo 3 de Efésios.

em

Bíblia em cima de mesa (Aaron Burden / Unsplash)

“Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vós, gentios, se é que tendes ouvido a respeito da dispensação da graça de Deus a mim confiada para vós outros; pois, segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há pouco, resumidamente; pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo, o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito, a saber, que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho; do qual fui constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do seu poder. A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor, pelo qual temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nele. Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, pois nisso está a vossa glória.” (Efésios 3:1-13) 

Desejo falar aqui um pouco de minhas reflexões sobre o mistério de Deus e de Cristo. Certamente será uma perspectiva apenas e não uma visão total deste assunto, também não será exaustiva, tão pouco absoluta em conclusões. Quero apenas submeter a quem interessar no Corpo de Cristo para que julguem, e, se houver algo proveitoso, que sejam edificados, caso contrário, jogue fora esse texto, esqueça.

O que não é mistério

Para compreender um pouco do mistério de Cristo, me parece que nosso primeiro esforço precisa ser compreender aquilo que não é um mistério nas Escrituras.

O termo mistério se refere ao plano de Deus escondido durante o Antigo Testamento e revelado aos apóstolos de Jesus por meio do Espírito Santo. O assunto desse mistério fala sobre Jesus, sobre os gentios e sobre o futuro. Por ser um assunto ligado ao plano secreto de Deus, devemos primeiro entender qual é o plano não escondido.

Em Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, temos não apenas o início da história da humanidade, mas também os grandes princípios que regem todo o plano de Deus que se desenvolverá até o fim da história.

Em Gênesis 1 e 2 temos o plano básico do início – nos mostra aquilo que era o desejo central do coração de Deus.

Em Gênesis 1 temos um verso muito importante onde descobrimos a intenção de Deus de fazer a humanidade uma espécie de reflexo da realidade do céu, quando lemos que Ele cria os seres humanos como sendo sua imagem. Ser imagem significa que deveríamos viver de tal forma que Deus seria percebido pela criação, por meio de olharem para nossas vidas.

Não é mistério que Deus deseja se revelar ao mundo por meio dos homens – vemos isso no ensino sobre santidade “sejam santos como Eu sou santo” – vemos isso no ensino paulino que fala de sermos conformados “à imagem do filho”.

Em Gênesis 2 vemos uma mudança de foco, que começa com a expressão “descanso”. Deus não se cansa. O sentido dessa frase fala de como a presença de Deus repousa sobre uma obra completamente dentro de sua vontade. Tal obra recebe o nome de Éden, ou Jardim no Éden.

Não é mistério que Deus quer repousar sua presença sobre a terra, não é mistério que Ele deseja habitar conosco.

Em Gênesis 3 temos a queda, e também a promessa de Deus de que ele irá por meio de um ser humano restaurar a humanidade ao seu estado de perfeição original.

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gênesis 3.15)

A linguagem “ferir a cabeça” evoca uma imagem militar e de conquista que posteriormente será desenvolvida.

“Eu o vejo, mas não agora; eu o avisto, mas não de perto. Uma estrela surgirá de Jacó; um cetro se levantará de Israel. Ele esmagará as frontes de Moabe e o crânio de todos os descendentes de Sete. Edom será dominado; Seir, seu inimigo, também será dominado; mas Israel se fortalecerá. De Jacó sairá o governo; ele destruirá os sobreviventes das cidades.” (Números 24.17-19)

“O Senhor disse ao meu Senhor: “Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés”. O Senhor estenderá o cetro de teu poder desde Sião,e dominarás sobre os teus inimigos! Quando convocados as tuas tropas, o teu povo se apresentará voluntariamente. Trajando vestes santas, desde o romper da alvorada os teus jovens virão como o orvalho. O Senhor jurou e não se arrependerá: “Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”. O Senhor está à tua direita; ele esmagará reis no dia da sua ira. Julgará as nações, amontoando os mortos e esmagando governantes em toda a extensão da terra.” (Salmo 110.1-6)

O Novo Testamento deixa claro que após sua ressurreição, Jesus ascendeu ao céu e está à direita de Deus, e de fato ele está lá aguardando o tempo de cumprimento destas profecias.

“Mas quando este sacerdote acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus. Daí em diante, ele está esperando até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés;” (Hebreus 1:12,13)         

Será isso que irá ocorrer quando Jesus voltar. Ele vai vencer seus inimigos em uma forte campanha militar, que colocará todos que se opõe ao Reino – debaixo dos seus pés.

“Vi os céus abertos e diante de mim um cavalo branco, cujo cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e guerreia com justiça. Seus olhos são como chamas de fogo, e em sua cabeça há muitas coroas e um nome que só ele conhece, e ninguém mais. Está vestido com um manto tingido de sangue, e o seu nome é Palavra de Deus. Os exércitos dos céus o seguiam, vestidos de linho fino, branco e puro, e montados em cavalos brancos. De sua boca sai uma espada afiada, com a qual ferirá as nações. “Ele as governará com cetro de ferro.” Ele pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus todo-poderoso. Em seu manto e em sua coxa está escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.” (Ap 19. 11-16)

“Quem é aquele que vem de Edom, que vem de Bozra, com as roupas tingidas de vermelho? Quem é aquele que, num manto de esplendor, avança a passos largos na grandeza da sua força? “Sou eu, que falo com retidão, poderoso para salvar.” Por que tuas roupas estão vermelhas, como as de quem pisa uvas no lagar? “Sozinho pisei uvas no lagar; das nações ninguém esteve comigo. Eu as pisoteei na minha ira e as pisei na minha indignação; o sangue delas respingou na minha roupa, e eu manchei toda a minha veste. Pois o dia da vingança estava no meu coração, e chegou o ano da minha redenção.” (Isaías 64.1-4)

Todo esse plano será executado pelo Messias. Isso nunca foi mistério. O que de fato foi um choque, foi que esse messias era Jesus, mas o assunto não termina aí. Quando lemos na Bíblia sobre como Deus fará para trazer o Messias para a história, vemos surgir aí o grande papel de Israel nas Escrituras, e isso, também não é mistério.

Esse é o motivo pelo qual os evangelhos começam com genealogia

“Registro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mateus 1.1)

Jesus é claramente explicado como descendente de Israel, pelo fato de que Deus estabeleceu um plano, nesse plano, Israel tem um papel central de ser instrumento de bênção no mundo, por meio de ser um povo debaixo do governo de Deus.

E o Messias é o elemento central desta benção para as nações. De forma que ser de Israel era como uma validação para aquele que afirmasse ser o Messias. Não pensamos muito nisso por estarmos geralmente mais focados no Novo Testamento. Mas assim como Jesus é quem traz sentido para o destino de Israel, também Israel, a etnia de Jesus, faz parte de quem atesta a validade de sua identidade. Em outras palavras: Se Jesus não fosse de Israel, ele não poderia ser Messias.

Isso não significa que de fato é Israel que confere poder e autoridade para Jesus, mas sim que se foi Deus quem definiu tais verdades previamente nas Escrituras, então seria preciso que tudo aquilo que Deus disse, se cumpra. De modo que foram as palavras de Deus que estabeleceram que o caminho da manifestação do Messias seria pela via de Israel, e por isso Israel se tornou instrumento de validação de quem afirmasse ser o Messias.

Vamos dar uma olhada nesse aspecto do plano de incluí Israel.

“Não foi mediante a Lei que Abraão e a sua descendência receberam a promessa de que ele seria herdeiro do mundo, mas mediante a justiça que vem da fé.” (Romanos 4.13)

De acordo com o apóstolo Paulo, Abraão e seus descendentes receberam uma promessa: serem herdeiros do mundo. Sua teologia inclui esse verso de Romanos? Seria um sionismo desenfreado? Seria um pré-milenismo de fraca hermenêutica? Não, é só a Bíblia. Vamos dar um passeio para entender isso melhor…

“Depois dessas coisas o Senhor falou a Abrão numa visão: “Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo; grande será a sua recompensa!” Mas Abrão perguntou: “Ó Soberano Senhor, que me darás, se continuo sem filhos e o herdeiro do que possuo é Eliézer de Damasco?” E acrescentou: “Tu não me deste filho algum! Um servo da minha casa será o meu herdeiro!” Então o Senhor deu-lhe a seguinte resposta: “Seu herdeiro não será esse. Um filho gerado por você mesmo será o seu herdeiro”.

 Levando-o para fora da tenda, disse-lhe: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las”. E prosseguiu: “Assim será a sua descendência”. Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça.

Disse-lhe ainda: “Eu sou o Senhor, que o tirei de Ur dos caldeus para dar-lhe esta terra como herança“. 

Perguntou-lhe Abrão: “Ó Soberano Senhor, como posso saber que tomarei posse dela?” Respondeu-lhe o Senhor: “Traga-me uma novilha, uma cabra e um carneiro, todos com três anos de vida, e também uma rolinha e um pombinho”. Abrão trouxe todos esses animais, cortou-os ao meio e colocou cada metade em frente à outra; as aves, porém, ele não cortou. Nisso, aves de rapina começaram a descer sobre os cadáveres, mas Abrão as enxotava. Ao pôr-do-sol, Abrão foi tomado de sono profundo, e eis que vieram sobre ele trevas densas e apavorantes. Então o Senhor lhe disse: 

“Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por quatrocentos anos. Mas eu castigarei a nação a quem servirão como escravos e, depois de tudo, sairão com muitos bens. Você, porém, irá em paz a seus antepassados e será sepultado em boa velhice. Na quarta geração, os seus descendentes voltarão para cá, porque a maldade dos amorreus ainda não atingiu a medida completa”. 

Depois que o sol se pôs e veio a escuridão, eis que um fogareiro esfumaçante, com uma tocha acesa, passou por entre os pedaços dos animais. 

Naquele dia o Senhor fez a seguinte aliança com Abrão: “Aos teus descendentes dei esta terra, desde o ribeiro do Egito até o grande rio, o Eufrates: a terra dos queneus, dos queneus, dos cadmoneus, dos hititas, dos ferezeus, dos refains, dos amorreus, dos cananeus, dos girgaseus e dos jebuseus”.” 

O que se conclui desta passagem?

Deus prometeu uma descendência numerosa para Abraão e um vasto território. Esta promessa tem uma relação direta com justificação pela fé, de modo que concluímos que essa promessa se deu pela graça.

“Estabelecerei a minha aliança como aliança eterna entre mim e você e os seus futuros descendentes, para ser o seu Deus e o Deus dos seus descendentes. Toda a terra de Canaã, onde agora você é estrangeiro, darei como propriedade perpétua a você e a seus descendentes; e serei o Deus deles.” (Gn 17:7,8)

Deus fez uma aliança eterna – de modo que ela não será mudada. Deus fez uma aliança com os descendentes de Abraão – de modo que ela não passará à outras pessoas. Deus especificou o território – de modo que ele não será espiritualizado.

“ó descendentes de Abraão, seu servo, ó filhos de Jacó, seus escolhidos. Ele é o Senhor, o nosso Deus; seus decretos são para toda a terra. Ele se lembra para sempre da sua aliança, por mil gerações, da palavra que ordenou, da aliança que fez com Abraão, do juramento que fez a Isaque. Ele o confirmou como decreto a Jacó, a Israel como aliança eterna, quando disse: “Darei a você a terra de Canaã, a herança que lhe pertence”.” (Salmo 105.6-11)

Deus fez uma promessa para os descendentes de Abraão. Deus fez uma aliança para mostrar sua fidelidade no cumprimento da promessa. As pessoas que eram alvo desta promessa-pactual são os descendentes de Israel – a promessa inclui claramente a posse de um território no oriente médio.

Isso não é mistério e tão pouco sionismo, é só a Bíblia. Em amarelo vemos o território prometido na Bíblia, por Deus, para Abraão.

Mapa do Israel prometido por Deus (Reprodução)

Se Deus prometeu todas essas verdades para Abraão, e obviamente tais promessas não foram cumpridas e tão pouco podem ser espiritualizadas como se tivessem sido “cumpridas em Cristo”, só nos resta crer que serão cumpridas no futuro. E isso nos traz muito conteúdo para entendermos as profecias bíblicas.

Depois deste período onde Deus deixou clara a sua promessa para Abraão, ele fez mais uma aliança com Israel, hoje em dia chamamos esta promessa que vamos olhar agora de “antiga aliança”.

“E agora, ó Israel, ouça os decretos e as leis que lhes estou ensinando a cumprir, para que vivam e tomem posse da terra, que o Senhor, o Deus dos seus antepassados, dá a vocês.” (Deuteronômio 4.1)

Nesta aliança vemos uma drástica mudança. A posse da terra antes prometida de graça, agora recebe um acréscimo da necessidade de obediência para tal coisa. É interessante notar que esse é o mesmo tipo de dilema que enfrentamos em nossas vidas – sabemos que a salvação é de graça e ao mesmo tempo estamos cientes da necessidade de obediência, mas não conseguimos conciliar em nossa mente em todo o tempo as duas realidades.

Mas de fato eles precisavam obedecer para que pudessem entrar e permanecer na terra, não apenas isso, mas sua desobediência seria castigada.

“Quando vocês tiverem filhos e netos, e já estiverem há muito tempo na terra, e se corromperem e fizerem ídolos de qualquer tipo, fazendo o que o Senhor, o seu Deus, reprova, provocando a sua ira, invoco hoje o céu e a terra como testemunhas contra vocês de que vocês serão rapidamente eliminados da terra, da qual estão tomando posse ao atravessar o Jordão. Vocês não viverão muito ali; serão totalmente destruídos. O Senhor os espalhará entre os povos, e restarão apenas alguns de vocês entre as nações às quais o Senhor os levará.” (DT 4. 25-27)

Mas, por ter Deus se comprometido com Abraão em aliança eterna, Deus mesmo garante que esse período de disciplina não irá durar para sempre.

“Quando vocês estiverem sofrendo e todas essas coisas tiverem acontecido com vocês, então, em dias futuros, vocês voltarão para o Senhor, o seu Deus, e lhe obedecerão. Pois o Senhor, o seu Deus, é Deus misericordioso; ele não os abandonará, nem os destruirá, nem se esquecerá da aliança que com juramento fez com os seus antepassados.” (DT 4.30-31)

Depois de mais alguns anos, Deus fez mais uma aliança que se conectava diretamente com a promessa previamente feita para Abraão, uma aliança que diferente da anterior (aliança mosaica/antiga aliança) não se cumprirá como fruto da obediência de seus participantes.

“Sempre estive com você por onde você andou, e eliminei todos os seus inimigos. Agora eu o farei tão famoso quanto os homens mais importantes da terra. E providenciarei um lugar para Israel, o meu povo, e os plantarei lá, para que tenham o seu próprio lar e não mais sejam incomodados. Povos ímpios não mais os oprimiram, como fizeram no início e têm feito desde a época em que nomeei juízes sobre Israel, o meu povo. Também subjugar todos os seus inimigos. Saiba também que eu, o Senhor, lhe estabelecerei uma dinastia. Quando a sua vida chegar ao fim e você descansar com os seus antepassados, escolherei um dos seus filhos para sucedê-lo, um fruto do seu próprio corpo, e eu estabelecerei o reino dele. Será ele quem construirá um templo em honra ao meu nome, e eu firmarei o trono dele para sempre. Eu serei seu pai, e ele será meu filho. Quando ele cometer algum erro, eu o punirei com o castigo dos homens, com açoites aplicados por homens. Mas nunca retirarei dele o meu amor, como retirei de Saul, a quem tirei do seu caminho. Quanto a você, sua dinastia e seu reino permanecerão para sempre diante de mim; o seu trono será estabelecido para sempre” (2 Samuel 7) 

Dentro da promessa de Deus descrita em 2 Samuel 7, vimos que não apenas Deus prometeu um território para Abraão, mas também prometeu uma dinastia monárquica para Davi. E isso, não é mistério.

Por causa da aliança mosaica temos na história de Israel o que chamamos de cativeiro. O cativeiro foi resultado da desobediência de Israel aos parâmetros estabelecidos pela aliança da lei. Devido a isso, e ao fato de que Deus prometeu para Abraão uma descendência e um território, assim como também prometeu para Davi uma dinastia monárquica para reinar sobre a descendência de Abraão, temos o resultado das profecias que falam de uma nova aliança que Deus fará com Israel, trazendo eles de volta para a terra.

“O Redentor virá a Sião, aos que em Jacó se arrependerem dos seus pecados”, declara o Senhor. “Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles”, diz o Senhor. “O meu Espírito que está em você e as minhas palavras que pus em sua boca não se afastarão dela, nem da boca dos seus filhos e dos descendentes deles, desde agora e para sempre”, diz o Senhor.” (Isaías 59.20-21)

““Estão chegando os dias”, declara o Senhor, “quando farei uma nova aliança com a comunidade de Israel e com a comunidade de Judá. Não será como a aliança que fiz com os seus antepassados quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito; porque quebraram a minha aliança, apesar de eu ser o Senhor deles”, diz o Senhor. “Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois aqueles dias”, declara o Senhor: “Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo.” (Jeremias 31-33)

“‘Certamente eu os reunirei de todas as terras para onde os dispersei na minha ardente ira e no meu grande furor; eu os trarei de volta a este lugar e permitirei que vivam em segurança. Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Darei a eles um só pensamento e uma só conduta, para que me temam durante toda a sua vida, para o seu próprio bem e o de seus filhos e descendentes. Farei com eles uma aliança permanente: Jamais deixarei de fazer o bem a eles, e farei com que me temam de coração, para que jamais se desviem de mim. Terei alegria em fazer-lhes o bem, e os plantarei firmemente nesta terra de todo o meu coração e de toda a minha alma. Sim, é o que farei’.“Assim diz o Senhor: ‘Assim como eu trouxe toda esta grande desgraça sobre este povo, também lhes darei a prosperidade que lhes prometo.” (Jeremias 32. 37-42)

Por isso, diga à nação de Israel: Assim diz o Soberano, o Senhor: Não é por sua causa, ó nação de Israel, que farei essas coisas, mas por causa do meu santo nome, que vocês profanaram entre as nações para onde foram. Mostrarei a santidade do meu santo nome, que foi profanado entre as nações, o nome que vocês profanaram no meio delas. Então as nações saberão que eu sou o Senhor, palavra do Soberano, o Senhor, quando eu me mostrar santo por meio de vocês diante dos olhos delas.“Pois eu os tirarei dentre as nações, os ajuntarei do meio de todas as terras e os trarei de volta para a sua própria terra. Aspergirei água pura sobre vocês e ficarão puros; eu os purificarei de todas as suas impurezas e de todos os seus ídolos. Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Porei o meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis. Vocês habitarão na terra que dei aos seus antepassados; vocês serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.

A nova aliança possui, dentre outros objetivos, fazer de Israel uma nação santa para que, vivendo em obediência à lei, possam viver para sempre na terra que a eles foi prometida por Deus e assim serem a nação exemplo que sempre deveriam de ter sido.

Uma vez que tal promessa nunca se cumpriu na história, esperamos um cumprimento futuro dessas realidades, onde Israel vai se reconciliar com Deus por meio da nova aliança no sangue de Jesus.

Quando chegamos ao Novo Testamento, algumas frases parecem tomar mais forma tendo esse pano de fundo que falamos até aqui.

  • “Eu fui enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel” (Mc 7.24)
  • “a salvação vem dos judeus” (Jo 4.22)
  • “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego” (Rm 1.16)
  • “Digo, pois, que Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos nossos pais” (Rm 15.8)

Se formos resumir o que tentamos dizer até agora, podemos fazer dessa forma: Deus tem um plano maravilhoso de nos fazer pessoas que refletem sua glória nesta terra enquanto Ele repousa sua presença sobre nós.

Tendo o pecado entrado no mundo, Deus prometeu que um homem irá destruir tudo que impossibilita este plano de acontecer. O meio através do qual tal homem irá se manifestar será por meio da descendência de Abraão, vivendo na terra de Canaã, submetida ao reinado do descendente de Davi, para que isso ocorra, o Senhor fará uma nova aliança, para que Israel obedeça a lei, viva na terra, e seja assim governado pelo seu messias – Jesus.

E nada disso – é novo ou mistério no Novo Testamento. Deus sempre deixou isso bem claro. Deus sempre deixou claro que as nações seriam abençoadas por meio daquilo que Deus iria fazer em Israel, principalmente por meio do Rei de Israel. Isso não é mistério.

O mistério

O mistério se encontra em situações como as dos discípulos no caminho de Emaús. Veja o que eles dizem para Jesus quando ele misteriosamente se aproxima deles em Lucas 24:

“O que aconteceu com Jesus de Nazaré”, responderam eles. “Ele era um profeta, poderoso em palavras e em obras diante de Deus e de todo o povo. Os chefes dos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram; e nós esperávamos que era ele que ia trazer a redenção a Israel. E hoje é o terceiro dia desde que tudo isso aconteceu.”

Para eles, a cruz foi o momento de derrota. Foi quando a esperança de que Jesus era o redentor de Israel, morreu e, por isso, concluíram que deveriam estar enganados sobre ele ser de fato o Messias. Mas a resposta de Jesus foi maravilhosa:

“Ele lhes disse: “Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram! Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?” E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras…” 

Difícil imaginar por onde Jesus passou para explicar sobre seu sofrimento como sendo o elemento que faltava na compreensão dos discípulos. Possivelmente passou por Isaías 53, Salmo 22, o sistema de sacrifícios do templo…, mas permanece o fato de que isso era algo que não estava claro na mente deles. Na verdade, isso até hoje não é entendido por muitos rabinos.

O messias não era um mistério, mas um Messias crucificado – isso, sim, era um mistério.

Parece que isso se tornou um refrão para Paulo de alguma forma:

“Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloquente, nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado.” (1 Coríntios 2:1,2)

Então parte da pregação dos apóstolos era afirmar para os judeus que já conheciam o plano de Deus de que Jesus, aqueles que eles conheceram pessoalmente (alguns somente por causa da ressurreição) era o Messias.

“Depois que Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo se dedicou exclusivamente à pregação, testemunhando aos judeus que Jesus era o Cristo.

Mas outra coisa era dizer que o Messias era um Messias crucificado, isso parecia ser algo mais complicado ainda…

“Os judeus pedem sinais miraculosos, e os gregos procuram sabedoria; nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios, mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus.”

Então o primeiro aspecto do mistério que temos contato é que Jesus é o messias e que o messias deveria de sofrer como meio de garantir o cumprimento das promessas de Deus para Israel. 

Mas existe um segundo aspecto desse mistério que não diz respeito apenas ao messias, mas também ao povo do messias.

Na Bíblia, ” povo de Deus” é assunto importante. No Antigo Testamento sabemos que para ser parte do povo de Deus, duas coisas eram necessárias:

  1. ser descendente de Abraão;
  2. ser circuncidado.

No Novo Testamento temos uma mudança significativa, e essa mudança proporciona a todos nós um penetrar maior no significado desse mistério, pois agora para ser povo de Deus:

  1. ao invés de “estar em Abraão”, você precisa “estar em Cristo”
  2. ao invés de ser circuncidado, você precisa batizar.

Se Israel pudesse ter um pensamento de cidadãos de primeira classe, isso foi mudado:

“Portanto, lembrem-se de que anteriormente vocês eram gentios por nascimento e chamados incircuncisão pelos que se chamam circuncisão, feita no corpo por mãos humanas, e que naquela época vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo. Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a Lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade. Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito.” Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também estão sendo edificados juntos, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito. (Efésios 2:11-22)

 Mas existe um nível maior deste mistério. Não apenas que estamos unidos com Israel, mas também que Israel rejeitar o Messias demonstra algo misterioso não previsto claramente nas Escrituras, e ainda que estivesse lá, não era percebido por muitos.

“Irmãos, não quero que ignorem este mistério, para que não se tornem presunçosos: Israel experimentou um endurecimento em parte, até que chegue a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: “Virá de Sião o redentor que desviará de Jacó a impiedade. E esta é a minha aliança com eles quando eu remover os seus pecados”.” (Romanos 11:25-31) 

Além do Messias crucificado, outra verdade, outro aspecto do mistério, é esse endurecimento parcial de Israel até que os gentios cheguem em sua plenitude, e assim, Israel voltará a ser afetado de forma mais ampla com a salvação do Senhor.

Não é mistério que Israel tem um papel para abençoar as nações, mas é mistério que as nações têm um papel na salvação de Israel.

Deus planeja por meio da Igreja, gerar “ciúmes” em Israel, que ao vermos provando a vida de Deus, eles se ergam para viver aquilo que para eles foi destinado.

Mas então eu me pergunto: como eu como um cristão no século 21, posso pensar em de alguma forma participar do plano de Deus para gerar ciúmes em Israel?

Acredito que em efésios 3 existe uma breve pista para começarmos a pensar sobre isso.

Por essa razão, eu, Paulo, sou prisioneiro de Cristo Jesus por amor de vocês, gentios — Certamente vocês ouviram falar da responsabilidade imposta a mim em favor de vocês pela graça de Deus, isto é, o mistério que me foi dado a conhecer por revelação, como já lhes escrevi em poucas palavras. Ao lerem isso vocês poderão entender a minha compreensão do mistério de Cristo. Esse mistério não foi dado a conhecer aos homens outras gerações, mas agora foi revelado pelo Espírito aos santos apóstolos e profetas de Deus, significando que, mediante o evangelho, os gentios são co-herdeiros com Israel, membros do mesmo corpo, e co-participantes da promessa em Cristo Jesus. (Efésios 3:1-3)

Parece que Paulo está falando que um elemento do mistério e que por meio do evangelho, aos gentios, participamos também da promessa feita para Abraão e Davi. Somos filhos de Abraão pela fé e somos participantes do Reino do Messias pela fé.

“Deste evangelho me tornei ministro pelo dom da graça de Deus, a mim concedida pela operação de seu poder. Embora eu seja o menor dos menores de todos os santos, foi-me concedida esta graça de anunciar aos gentios as insondáveis riquezas de Cristo e esclarecer a todos a administração deste mistério que, durante as épocas passadas, foi mantido oculto em Deus, que criou todas as coisas.” (Efésios 3:7-9) 

O ministério de Paulo envolve explicar como Deus tem administrado a revelação e execução deste mistério que estava oculto. Mas a resposta que procuro acredito estarem nas próximas palavras…

“A intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais, de acordo com o seu eterno plano que ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor, por intermédio de quem temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele.” (Efésios 3:10-12)

A graça que Paulo recebeu de anunciar aos gentios esse plano maravilhoso tem um alvo: mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais, de acordo com o seu eterno plano…

O alvo de todo esse plano, desde Gênesis, não era apenas que todos os povos fossem abençoados, mas que até mesmo os principados e potestades fossem afetados por meio da igreja revelar a sabedoria de Deus que possui muitos aspectos.

Para isso, para que como igreja possamos cumprir o propósito eterno de Deus, precisamos conhecer essa sabedoria de Deus.

“nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios, mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem”. (1 Coríntios 1:23-25)

Tenho a convicção que Paulo acreditava que a sabedoria de Deus era o Messias crucificado. E o que isso fala a nós?

Em primeiro lugar a sabedoria de Deus está em direta oposição a sabedoria desta era. Da perspectiva desta era a sabedoria de Deus é:

  • Loucura
  • Fraqueza

De fato, sermos fortes e racionais sempre foi uma das características daquilo que esta era considera como grandeza. A questão toda é que para Deus, os valores de grandeza dele são totalmente opostos aos deste era.

“Aquilo que tem muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus.” (Lc 16.15) 

A cruz é uma fraqueza total na perspectiva humana. Perder, morrer, sofrer é algo que os homens evitam ao máximo, mas é exatamente aí que Deus está manifestando sua sabedoria.

“despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.” (Cl 2.15)

Jesus derrotou os maiores governantes desta era por meio da cruz. E creio que Deus tem chamado a igreja para fazer o mesmo. Revelar esta sabedoria por meio dela também, abraçar a mesma sabedoria, a vida crucificada.

Não é exatamente este o centro da vocação cristã? negar a si mesmo, tomar a cruz dia a dia e seguir o Messias em seu estilo de vida crucificado? A maior arma de batalha espiritual que temos não é a oração, mas a cruz. De nada adianta a oração de alguém que está centrado em si mesmo. Mas aquele que ora a partir de um lugar de quebrantamento, consegue mover as regiões celestiais e gerar ciúmes em Israel. Eu vejo isso no testemunho de Estevão.

“Ouvindo isso, ficaram furiosos e rangeram os dentes contra ele. Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita de Deus, e disse: “Vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé, à direita de Deus“. Mas eles taparam os ouvidos e, dando fortes gritos, lançaram-se todos juntos contra ele, arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”. Então caiu de joelhos e bradou: “Senhor, não os consideres culpados deste pecado”. E, tendo dito isso, adormeceu. E Saulo estava ali, consentindo na morte de Estêvão.” (Atos 7:54-60)

Perceba como Estevão pode ser um paradigma para a igreja neste tempo:

  1. Ele era judeu helênico – ele não era totalmente judeu. Ele é uma figura da igreja gentílica.
  2. Ele deu testemunho em martírio. Exatamente o que Atos 1.8 propõe.
  3. Ele testemunhou para judeus, como nós como igreja faremos futuramente.
  4. Seu testemunho e sofrimento foi a vivência prática da sabedoria de Deus, e como consequência os céus foram abertos. Os principados e potestades viram a sabedoria de Deus.
  5. Saulo foi afetado de tal forma que se tornou aquilo para o qual Israel deveria existir – ser uma benção para as nações.

Se observarmos a forma que ele morreu – repetindo as palavras da crucificação – vemos que ele emulou a realidade da Cruz – de fato seguiu Jesus até o fim. Mas como ele se tornou esse tipo de pessoa?

Seu ministério começa em Atos 6 como diácono. Servindo as mesas das viúvas em um momento de crise na igreja onde provavelmente o problema não era falta de comida, mas excesso de racismo.

Estevão entra em cena para viver o dia a dia da igreja, com seus conflitos relacionais sempre constantes. E sendo um servo da igreja, ele foi formado como um mártir que afeta as regiões celestiais e provoca ciúmes em judeus.

Eu acredito que esse é o chamado para igreja nesse tempo. Abraçarmos a cruz nas tensões relacionais – para provarmos toda a formação cruciforme necessária para darmos testemunho a Israel no fim dos tempos – enquanto abrimos os céus na revelação da sabedoria do Cristo crucificado no nosso viver.

“Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja; da qual me tornei ministro de acordo com a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor, para dar pleno cumprimento à palavra de Deus: o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória;” (Colossenses 1:24-27)

É pastor sênior da Igreja Cristã Convergência e líder do Movimento Convergência (Igreja, Sala de Oração e Base Missionária), ambos em Monte Mor/SP. Faz parte do Ministério Impacto e está ligado ao Four12 (África do Sul), movimento de apoio às igrejas em vários países. As ênfases do seu ensino estão relacionadas a temas como: “Fim dos Tempos”, “Cultura de Oração” e “História da Redenção”.

Trending