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Putin visita Irã para fortalecer laços com regime islâmico

Russo busca desenvolver vínculo com o regime islâmico em meio ao ataque à Ucrânia.

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Vladimir Putin com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi (Foto: Mikhail Klimentyev/AP)

Enquanto Moscou continua em guerra contra a Ucrânia, Vladimir Putin, presidente russo, visita o Irã nessa terça-feira (19) para desenvolver vínculo com o regime islâmico.

De acordo com a CBN News, essa é a segunda viagem de Putin ao exterior desde que iniciou a invasão na Ucrânia. A programação de Putin, inclui conversas com o presidente iraniano Ebrahim Raisi, com o aitolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã e com o presidente turco Tayyip Erdogan.

O ponto central das conversas, serão as questões relacionadas a guerra civil síria e sobre o acordo apoiado pela ONU, que tem por objetivo retomar as exportações de grãos ucranianos, a fim de amenizar a crise alimentar global.

Rússia, Irã e Turquia apoiam lados opostos no conflito sírio. Já que os presidentes de Rússia e Irã estão apoiando o presidente sírio Bashar al-Assad, e a Turquia tem apoiado os rebeldes anti-Assad.

A exemplo disso, Erdogan anunciou planos para fazer outra operação a fim de atingir o que ele chamou de grupos “terroristas” curdos da Síria. Rússia e Irã são contra essa operação.

Apesar da Turquia ser membro da OTAN e tenha tido conflitos anteriores com a Rússia, ambos veem a possibilidade de ganhar algo com as negociações de alto risco no Irã.

Isso porque, ao contrário de boa parte dos países, a Turquia não impôs sanções à Rússia, tornando-se assim, um parceiro potencial quase que automaticamente, já que Moscou se vê isolada.

A Turquia conta com o mercado russo, em meio aos seus problemas econômicos e mais, o país em questão ajudou a intermediar as negociações para o fim da guerra na Ucrânia.

A Rússia sabe da necessidade de parceria com o Irã, uma vez que estão sofrendo com o isolamento no cenário internacional. O Irã, por sua vez, está mais aberto a negociações em meio a boatos de uma aliança árabe-israelense apoiada pelos EUA, e isso poderia derrubar o equilíbrio de poder no Oriente Médio.

“Considerando a evolução dos laços geopolíticos após a guerra na Ucrânia, o establishment tenta garantir o apoio de Moscou no confronto de Teerã com Washington e seus aliados regionais”, disse um alto funcionário iraniano.

Poucos dias após Biden, presidente dos EUA, visitar Israel e Arábia Saudita, Putin resolve visitar o Irã. Essa viagem do presidente russo, emite uma mensagem ao Ocidente de que o Kremlin está disposto a criar laços com os inimigos ocidentais.

Yuri Ushakov, conselheiro de Relações Exteriores de Putin, chamou o Irã de “um parceiro importante para a Rússia e disse que as duas nações têm desejo de levar suas relações a um novo nível de parceria estratégica” elogiou.

A relação entre Irã e Rússia já está dando frutos, é o que acredita a Casa Branca. Segundo Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA, o Irã está se preparando para enviar muitos veículos aéreos não tripulados à Rússia em sua guerra contra a Ucrânia.

O Irã aguarda que com o apoio da Rússia, possa cobrar os EUA a fazer concessões do acordo nuclear de 2015.Tal acordo, foi assinado pela Alemanha, China, Grã-Bretanha, França, Irã, Rússia e EUA.

O acordo suspendeu boa parte das sanções internacionais contra Teerã em troca de limites ao programa nuclear. Na ocasião, os críticos argumentaram que o acordo foi mal negociado e possibilitou ao Irã, um caminho para a arma nuclear ao acabar com restrições do programa.

Quando o ex-presidente dos EUA, Donal Trump, abandonou o acordo e impôs sanções ao Irã, o pacto entrou em colapso, a saber, no ano de 2018. Após isso, no ano de 2019, o Irã começou a violar os limites do acordo e progrediu no desenvolvimento nuclear aproximando-se a uma bomba, de fato.

Sabendo disso, o atual presidente dos EUA, Joe Biden, quis fortalecer o acordo, mas as negociações com Teerã pararam em março.

Em meio a essa situação está Israel, que enxerga o Irã como uma ameaça direta à sua existência. Israel é contra o acordo nuclear iraniano e planeja atacar o Irã, caso seja necessário.

O país em questão se encontra em situação complicada, por causa dos esforços americanos em combater a influência russa no Oriente Médio. Israel tem ótima relação com a Rússia e já chegou a apoiá-la em ataques aéreos do Irã.

Entretanto, a guerra na Ucrânia está acabando com o bom relacionamento de Israel com a Rússia e declarações confirmam isso.

O primeiro-ministro de Israel, disse que a Rússia está cometendo crimes de guerra e Jerusalém tem ajudado a Ucrânia com equipes médicas.

Moscou por sua vez, respondeu no início deste mês que Israel deveria interromper a campanha de ataque aéreo contra alvos apoiados pelo Irã e Síria, mostrando assim a interrupção dos lações que havia entre eles.

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