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Professor de missões transculturais fala sobre preparo de jovens
Axel ministra aulas na Escola de Missões Transculturais da Jocum.
Com 26 anos de idade, Axel Wandreus tem se dedicado a formação de jovens com uma vocação missionária, além de trabalhar na área de comunicação para despertar o interesse pelo tema através das redes sociais. Professor na Escola de Missões Transculturais da Jocum em Campinas (SP), ele afirma ter o desejo de conscientizar a Igreja para o seu envolvimento com a missão de Deus.
Ministro de louvor, professor de Escola Bíblia e auxiliar na liderança de jovens da Igreja Batista Em Cristo, o jovem cursou Teologia Ministerial Reformacional no Instituto Educacional Em Cristo (IEEC), Missiologia pelo Perspectivas Brasil, no Movimento Cristão Mundial e Teologia, Apologética e Evangelismo com ênfase ao islamismo pela UM3 – Missão Mundo Muçulmano.
Além de professor da Jocum, Axel Wandreus atua como coordenador do movimento Perspectivas Brasil em Belo Horizonte (MG), onde trabalha na comunicação estadual e mobilização. Ele também foi diretor de comunicação e auxiliar acadêmico da M3 por 2 anos.
Em entrevista ao Gospel Prime, Wandreus fala sobre o desafio de ensinar sobre missões transculturais.
Leia à íntegra da entrevista:
Gospel Prime – Como é ensinar sobre missões transculturais?
Ensinar sobre missões transculturais é um desafio mas um grande privilégio. Missões transculturais é um tema complexo e com uma diversidade de contextos, como por exemplo Missiologia bíblica, Antropologia Missionária, estudos de povos, Vocação Missionária, contextualização, entre outros. Logo, aplicar o seu ensino é um desafio que exige uma boa sistemática e uma boa didática.
No entanto, é um privilégio pois abrange o alvo da Missão de Deus que é constituir para Si um único povo santo que o adore formado por TODAS as etnias da Terra. Este alvo se alcança fazendo Missões Transculturais.
O que você faz para preparar os alunos quanto a comunicação missionária?
Ministro treinamento sobre Mobilização Missionária, abordando o conceito e prática de mobilização, estratégias de marketing digital com aplicação missionária e comunicação com integridade.
Qual orientação os alunos recebem sobre cobertura espiritual? Eles entendem a importância de serem enviados?
Orientamos e prescrevemos que os alunos estejam alinhados com as suas respectivas lideranças da igreja local e/ou agência missionária para que sejam acompanhados, orientados e recebam todo o suporte necessário para o envio. Nunca incentivamos o “auto envio” do aluno.
De que forma um missionário poderia se preparar para atuar junto aos povos não alcançados?
Entender em Deus este direcionamento e como a sua vocação pode ser resposta ao povo. Adquirindo conhecimento sobre a história, cultura, religião e língua do povo. Amar e interceder em favor deste povo. Se capacitando teológica e missiológicamente com ênfase em missões transculturais. Firmar parcerias com agências e/ou missionários que atuam entre estes povos.
Como a Igreja pode ajudar a despertar o interesse pelas missões?
Ministrando biblicamente sobre o papel da Igreja na Missão de Deus. Promovendo conexão com agências Missionárias. Aconselhando, acompanhando e dando suporte ao vocacionado em todo o processo, desde o vocacionamento, capacitação e envio.
Qual a principal lição que os alunos recebem durante o processo de discipulado?
Que eles são chamados para Deus e vocacionados para um propósito.
Deus os chama, através de Cristo, para serem pertencentes ao Seu corpo os tornando assim parte do Seu povo, como ele prometera a Abraão: “E farei de ti uma grande Nação”.
Deus os vocaciona como povo para ser o seu “Reino de sacerdotes” anunciando as suas maravilhas dentre todas as nações para que Ele receba adoração.
O que o vocacionado precisa ter em seu coração para ser enviado?
Paixão por ver Deus sendo glorificado entre todos os povos. Convicção do seu chamado e propósito de cumprir a Missão de Deus em toda terra. Amor e misericórdia pelas almas. E disposição para sacrificar-se.
De que forma os alunos colocam em prática as lições aprendidas?
Na EMT presencial, os alunos passam por um período prático em algum contexto transcultural. Já houveram práticos entre tribos indígenas e entre muçulmanos.
No Movimento Perspectivas Brasil, nós promovemos uma conexão com agências missionárias que atuam com o suporte e envio do vocacionado ao campo transcultural em diversos contextos.
Neste ano, na primeira edição online da EMT nós idealizamos algo inédito: Um pratico virtual. O prático é uma Mobilização Virtual onde cada aluno usará de suas mídias sociais com o intuito de levantar intercessores, recursos e para conscientizar a Igreja sobre a urgência da Evangelização de povos não Alcançados, direcionados ao projeto Eayla Hanani, dos missionários Rafael e Paula (nossos parceiros) que atuam na Jordânia entre refugiados sírios e Iraquianos, e entre Beduínos no deserto.
Nos primeiros dois dias já alcançamos mais de 10mil pessoas.
Quais os desafios de preparar missionários de forma eficaz?
Primeiro o tempo e ações necessárias para o despertamento, conscientização e Mobilização do aluno. Muitos deles precisam de um acompanhamento e aconselhamento mais próximo para que entendam o seu chamado e necessidade de se capacitar.
Segundo, os recursos, tanto financeiro e de estrutura, quanto humanos. Conduzir uma escola demanda muita trabalho em diversas áreas, como Acadêmico (principalmente), financeiro, direção, Coordenação e etc.
Como tem lidado com estes desafios?
Primeiro, buscando a cada dia mais relacionar-me intimamente com Cristo afim de receber renovo de Sua Graça e unção, pois sem Ele nada posso fazer, e direção por intermédio do Espírito Santo.
Segundo, buscando sempre agregar ao meu conhecimento para saber como vencer os desafios. Por fim, buscando promover pontes com pessoas e Instituições. Todo desafio é vencido pela unidade.
Fale-nos sobre a sua experiência. Qual foi o seu papel na M3 – Missão Mundo Muçulmano?
Durante os 2 anos e meio que estive na M3, minhas funções eram Diretor de Comunicação e Aux. Acadêmico. Foi um tempo de muito aprendizado, principalmente relacionado ao Islã e missões aos muçulmanos, e também sobre as dinâmicas de uma instituição Missionária.
Tive experiências incríveis, como a de conhecer líderes e missionários que atuam há anos no contexto transcultural, inclusive o Joshua Lingel, fundador da I2 ministries (um dos maiores centros de treinamento missionário para a evangelização de muçulmanos do mundo), ministrei para vários alunos vocacionados, produzi conteúdo informativo e de ensino e alcancei milhares pelas mídias sociais informando e mobilizando sobre o alcance de muçulmanos com o Evangelho.
Você atua na Comunicação & Mídia da Jocum Campinas? Qual a importância das redes sociais para a missão?
Atuo na Comunicação & Mídia da Escola de Missões Transculturais da Jocum de Campinas. Hoje, no mundo globalizado, as mídias sociais são uma das maiores ferramentas de alcance e mobilização missionária. Através dela temos acesso e poder de traspor barreiras geográficas e culturais para mobilizar e capacitar a Igreja para o seu envolvimento efetivo na Missão de Deus e também para a Evangelização dos povos.
O que você faz no Movimento Perspectivas Brasil?
Sou coordenador do movimento na Cidade de Belo Horizonte, MG, comunicador no estado de Minas Gerais e auxiliar na comunicação nacional e mobilizador. Nosso papel é mobilizar e capacitar cristãos para pensar e potencializar o seu envolvimento na tarefa de glorificar a Deus entre todos os povos.