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Presidente do Mali renuncia em meio a protestos

A situação do país preocupa organizações internacionais

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Ibrahim Boubacar Keita
Ibrahim Boubacar Keita (Reprodução/YouTube)

Após meses de protestos, o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita renunciou na noite de 18 de agosto. Em discurso para a emissora de TV nacional, o governante enfatizou que estava saindo três anos antes do fim do mandato. “Não desejo que sangue seja derramado para me manter no poder… Decidi deixar o cargo”, justifica.

A atitude do governante foi consequência da amotinação de soldados que apreenderam armas na cidade de Kati e depois avançaram para a capital Bamako. Então, eles detiveram sob custódia tanto o primeiro-ministro, Boubou Cisse, como o atual presidente.

Keita anunciou também que a Assembleia Nacional seria dissolvida, como maneira de acalmar os ânimos no país, já castigado pela insurgência islâmica e pandemia da COVID-19. Segundo um contato local da Portas Abertas, a atmosfera no país após o anúncio da renúncia era de aparente paz, mas é preciso ter cautela. “Não temos certeza de quem exatamente está por trás deste levante e precisamos observar cuidadosamente para ver se algum radical vai usar isso como uma oportunidade para ganhar uma posição maior. Obrigado por orar por Mali”, explica.

Instituições internacionais como a União Africana e a Organização das Nações Unidas (ONU) manifestaram preocupação com a situação do Mali. Hoje, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para discutir a situação no território, já que no local há uma missão de paz com 15.600 pessoas.

Não é a primeira vez que o principal governante do Mali é deposto por militares. Em 2012, um grupo liderado pelo capitão Amadou Haya Sanogo também rendeu o primeiro-ministro e desmantelou o governo. Após um governo de transição, as eleições foram convocadas e Keita foi reeleito.

O Mali é o 29° país na Lista Mundial da Perseguição 2020, que classifica os 50 países mais hostis ao cristianismo. De acordo com a pesquisa realizada anualmente pela Portas Abertas, organização que apoia cristãos perseguidos pelo mundo, em 2012 grupos radicais islâmicos tomaram o controle do norte do país, as igrejas foram queimadas e os cristãos tiveram de fugir. O deslocamento de cristãos ainda afeta aqueles que perderam suas casas e cujas igrejas foram destruídas. Embora alguns cristãos e congregações tenham retornado ao norte sob proteção policial, eles ainda vivem sob a ameaça de ataques de radicais.

A instabilidade política do Mali pode afetar fortemente aos cristãos do país.

Uma organização cristã internacional que atua em mais de 60 países apoiando os cristãos perseguidos por sua fé em Jesus

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