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Pedofilia seria causada por um gene alterado, diz pesquisa

Pesquisadores isolaram um gene que acreditam ser a explicação biológica para a pedofilia

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O jornal italiano La Stampa  publicou uma reportagem polêmica sobre o que considera os avanços mais recentes da neurociência apresentadas pela Sociedade Neurológica italiana, em Turim. No artigo “Un gene alterato Scatena la pedofilia” [Um gene alterado desencadeia a pedofilia], neurocientistas das Universidades de Turim e Milão concluem que a pedofilia foi causado por um elemento de crescimento defeituoso no cérebro, chamado proteína pleiotrópicos progranulina (PGRN).

A pesquisa já foi publicada na revista Biological Psychiatry. A teoria baseia-se na história de um homem de 50 anos, que tinha começado a apresentar um comportamento pedófilo. Ele passou por uma análise neurológica e foi encontrada em seu cérebro a mutação de PGRN. O tratamento da doença no início levou a uma interrupção de sua tendência à pedofilia.

Lorenzo Pinessi, coordenador da pesquisa, explicou que o homem analisado por eles  começou a mostrar um comportamento pedófilo que envolvia sua filha de 9 anos de idade. A mutação de progranulina, substância essencial para o processo de diferenciação sexual do cérebro, seria associada com uma redução no controle dos impulsos no lobo frontal temporal, levando à demência. Essa condição é semelhante ao que ocorre em alguém com o Mal de Alzheimer.

Se outras pesquisas confirmares esses resultados iniciais, a atração sexual de alguns adultos por crianças poderá ser considerada uma doença e, portanto, passível de tratamento? Pinessi acredita que sim, pois “depois de algumas semanas de tratamento com medicamentos antipsicóticos e antidepressivos, o paciente parou com seu comportamento pedófilo”, disse o pesquisador. Ainda assim, sua equipe reconhece que é necessária mais investigação para determinar se todos os pedófilos possuem essa mesma mutação genética.

O repórter do La Stampa ressalta que “Há óbvias potenciais implicações éticas e legais para esta descoberta”. O professor Pinessi concorda.

A questão da ética ou no caso, da bioética, é se um comportamento como esse pode ser imputado apenas a um gene defeituoso. Ou seja, eliminaria toda a questão da liberdade humana, do autocontrole e, sobretudo da noção de certo e errado? Nos tempos em que vivemos a linha entre uma coisa e outra parecer estar ficando cada vez mais fina. Outros comportamentos que antes eram apenas considerados morais já foram exaustivamente creditados a questões biológicas e neurológicas. A pedofilia será o próximo da lista? Passará a ser apenas uma questão natural, contra a qual não é possível legislar ou criticar? O tempo dirá.

Traduzida e Adaptada por de Get Religion e Lastampa

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