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vida cristã

Pastores discutem validade do “altar” e do apelo para “aceitar Jesus”

“Não somos salvos porque levantamos a mão e caminhamos até o altar, somos salvos quando realmente cremos que Jesus é a nossa provisão”

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Todd Wagner e Jonathan Leeman. (Foto: Reprodução / Youtube)

Pastores continuam debatendo sobre o fenômeno “altar santo”. Eles questionam se o altar é realmente bíblico ou não. Todd Wagner, pastor sênior da Watermark Community Church, em Dallas, no Texas (EUA), acredita que manter um “altar” na igreja embora não seja “antibíblico” também não encoraja a ideia de que ele seja obrigatório.

Para muitos teólogos, esse “ritual” de aceitar a Cristo diante do altar da igreja pode levar muitas pessoas a uma falsa conversão. “Aqueles que respondem espontaneamente, indo até a frente, em resposta à oração para receber Jesus Cristo como Salvador, podem fazer isso por emoção e não por convicção”, explica Todd.

“Eu não estou dizendo que é errado você receber a Cristo no altar”, continuou. O pastor reforça que, hoje em dia, muitos consideram que os novos convertidos são aqueles que levantam a mão e se manifestam publicamente.

Para Jonathan Leeman, que é diretor editorial do ministério 9Marks, chamar as pessoas até o altar não é errado, porém, ele acredita que “produz mais mal do que bem para as igrejas ocidentais”.

Sobre o apelo

“O apelo do altar depende dos poderes da emoção, da persuasão retórica e da pressão social para induzir as pessoas a tomar uma decisão precipitada e prematura. Isso não é o mesmo que fazer discípulos”, argumentou Leeman.

Todd e Leeman pensam da mesma forma, que “os apelos do altar se originaram do movimento de reavivamento, há pouco mais de um século”. Entre os evangelistas famosos que empregaram as chamadas ao altar estão Dwight Moody e Billy Graham.

Geralmente, eles convidam as pessoas a se apresentarem depois de um sermão para fazer uma confissão pública de fé. O pregador Charles Finney, que contribuiu para o Segundo Grande Despertar – movimento de revivificação religiosa dos EUA, ficou conhecido por “usar táticas manipuladoras a fim de forçar uma resposta por parte dos ouvintes”, apontou Todd.

Quando muitos se levantam é um sinal de que a pregação “foi um sucesso”. Mas a emoção das pessoas não deveria servir de referencial para questões espirituais. Não é pelo argumento humano que se converte, mas através da ação do Espírito Santo.

A fé não deve se basear na sabedoria humana

Paulo disse em 1 Coríntios 2.1: “Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloquente nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus”. O apóstolo Paulo deixou claro que a fé deveria se basear no poder de Deus. “Esse poder é que deve encaminhar as pessoas até o altar. Mas há pastores manipulando as pessoas emocionalmente, como se elas estivessem ‘fechando um negócio’. Mas esse não é o acordo de Deus”, esclareceu Todd.

Já para David Guzik, pastor e professor na igreja Capela do Calvário, as chamadas ao altar são apropriadas. “É justo pedir por uma decisão. Jesus chamou seus discípulos para segui-lo. Discípulos são aprendizes e não convertidos”, opinou.

Depois lembrou que “o momento da conversão de Pedro foi quando ele confessou que Jesus era o Cristo e não quando começou a seguir Jesus”. “Quem converte é o Espírito Santo, nós devemos fazer o chamado e ensinar tudo o que Ele ordenou”, disse Guzik.

Todd finalizou fazendo mais uma observação: “Quando Pedro pregou em Atos 2, ele simplesmente expôs a mensagem do Evangelho. Quando as pessoas perguntaram o que fazer para serem salvas, ele disse que deveriam confessar com suas bocas que Jesus é o Senhor e crer em seus corações que Deus os ressuscitaria dos mortos”.

“Nós não somos salvos porque levantamos a mão e caminhamos até o altar. Somos salvos quando cremos sinceramente que Jesus é a nossa provisão, salvação e solução para que os nossos pecados sejam perdoados”, concluiu Todd.

Jornalista e pesquisadora apaixonada pela Bíblia. Desenvolveu um trabalho de "Jornalismo Investigativo Bíblico", é autora dos livros Derrubando Mitos e Apocalipse Investigado. Seus temas envolvem missões transculturais, Igreja Perseguida, teorias científicas, escatologia e análises de textos bíblicos.

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