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Opositores de Nicolás Maduro são excluídos da vacinação
Especialistas apontam para controle eleitoral do governo em relação à concessão dos subsídios.
As pessoas que possuem um cadastro de fidelidade ao regime ditatorial da Venezuela estão sendo escolhidas para a vacinação contra a covid-19, enquanto os opositores de Nicolás Maduro estão sendo excluídos do processo de imunização no país.
A população idosa começou a ser vacinada na semana passada, os beneficiários foram informados que a seleção era feita por um registro que a administração de Maduro usa para monitorar a lealdade dos eleitores e concede subsídios, de acordo com a agência de notícias Bloomberg.
O cartão de subsídios do Estado, como o “Carnet de la patria”, é concedido às pessoas que dependem de ajuda do governo, as tornando mais leais a Maduro, todos os venezuelanos possuem a carteira de identidade nacional, mas nem todos se cadastram por auxílio.
Os médicos especialistas, ONGs e a oposição estão criticando o uso desse registro pelo governo, pois deixaria de cobrir 8 milhões de pessoas, pois o registro conta com 20 milhões cadastrados, sendo que a população da Venezuela é de 28 milhões.
Discriminação com a população
Esse cartão de benefícios tem sido usado pelo governo de Maduro nos últimos anos para administrar o acesso das pessoas aos programas de alimentação, combustível e benefícios de assistência social.
“Para uma estratégia de vacinação, temos que partir de um registro que inclua 100% da população venezuelana. Usar o Sistema Pátria para decidir quem é vacinado ou não, em nossa opinião, é discriminatório”, afirma o epidemiologista de Caracas, Julio Castro, assessor da oposição.
O líder da oposição Já Juan Guaidó, disse que “nem na ditadura mais cruel do mundo existe discriminação para ter acesso a uma vacina”.
Para Rafael Uzcátegui, de uma ONG de direitos humanos, o Carnet de la Patria é usado para controlar as eleições, por isso muitas pessoas se recusam a participar desses programas de subsídios.
O Ministério da Saúde da Venezuela ainda não se manifestou em relação às reclamações. Atualmente o país encontra-se com 175.812 casos de pessoas infectadas por covid-19, segundo os dados do governo.
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