devocional
Onde estão os nossos ai’s?
“De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?”
Como grande parte dos crentes deve ter percebido o quanto está despreparada para quaisquer reconfigurações geopolíticas!
A ânsia por dar conselhos não vividos em redes sociais; as disputas e verdadeiras “guerras religiosas de egos”, por congregações que variam de 3500 a 35 pessoas; o peso da incultura bíblica, histórica, política, econômica, cultural estão, todas estas coisas, cobrando agora um preço alto!
Percebe-se, em meio ao desespero que quase não pode mais ser escondido, um sentimento de impotência que também não pode mais ser ignorado. Nenhum misticismo, nenhuma regra de “catecismos”, nenhuma “fórmula litúrgica”, nada disso é suficiente para solapar a dúvida que se insurge: “Como será após a linha que aparece no horizonte?”.
Somente a genuína crença na presença de um Deus que ama, cuida, exorta e reverte, traz a paz e a confiança de que tanto precisamos.
Os crentes que aprenderam, como disse, a darem tantos conselhos não seguidos por eles próprios, a defenderem uma Bíblia que normalmente não conhecem, a cobrarem o que não dão, teimando em eclipsarem o sol da sabedoria da graça pela sua própria, assim como a lua, terão de ceder cada vez mais lugar, por causa de uma força invisível que os empurra, bem como a todos, afim de que tudo o mais se realinhe. E, creia-me: as coisas estão se reconfigurando!
Não importa o quão rápido voltemos àquela atmosfera com a qual nos acostumamos. Àquele mundo em que nos entorpecemos – com os nossos caprichos, minúcias, birras e picuinhas -, embora quase ninguém admita que ele parecia nos expelir para fora, vomitando-nos, como se estivéssemos fazendo mais mal do que bem.
Não sabemos ao certo para onde vamos, imediatamente. Uma coisa, porém, é certa, parafraseando o que disse certo pesquisador, qualquer tentativa aleatória, imprudente, é tentar “voltar a um mundo que não existe mais”.
Por mais que se teime em não se ver, é inegável que tudo mudou. Controles sociais rígidos se impõem, sob o pretexto onipresente de “serem melhores para todos”. Perseguição pode, a qualquer momento e por qualquer razão, existir sob a forma de “cuidado”.
A reconfiguração sociocultural que se apresenta diante de nossos olhos é tão profunda e abrangente, que não duvido que, em breve, as próprias relações humanas mudem, sendo proibidas as mínimas manifestações de espontaneidade. E se as coisas caminharem para onde se imagina que caminhem, aprenderemos mais rápido do que imaginamos, que nossas diferenças, egoísmos, disputas, ranhuras e ai´s, na verdade não significam nada.
Tiago 4:1: “De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?”.
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