estudos bíblicos

O que a Bíblia diz sobre doação de órgãos?

O amor que gera vida e gratidão.

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Médicos em meio à uma operação (JAFAR AHMED / Unsplash)

A sociedade de modo geral, e os cristãos em particular, devem se conscientizar da importância do ato de doar um órgão para quem necessita, afinal, este ato de empatia e altruísmo pode salvar vidas! E que mais nobre missão pode haver do que salvar vidas?

Entretanto, julguei necessário acrescentar (como também fiz na semana passada), mais um tópico, onde logo de início discorro sobre como fé e ciência podem estar em sinergia para promover o bem-estar do homem. Bom estudo!

Doação de órgãos: fé e ciência

Doutor Fábio, o que vem à cabeça num momento como esse? Perguntou o repórter após três horas de um transplante de coração realizado com sucesso. O médico cirurgião respondeu:

– Pra mim é que Deus existe. Isso aí é olhar e saber que Ele existe. Sentir que Ele existe!

Quando o senhor está ali [na sala de operação] o senhor sente a presença dEle? Perguntou o repórter.

Felizmente, todo dia.

O repórter ainda entrevistou outro médico que também esteve envolvido no mesmo transplante e lhe fez a mesma pergunta sobre que palavras lhe vinham à mente após a cirurgia, ao que o doutor respondeu:

As palavras de gratidão. Gratidão a Deus por ter me dado a oportunidade de poder fazer parte dessa equipe. Agradecer a Deus mais uma vez por ter iluminado a cabeça daquela família que perdeu uma pessoa querida. E finalmente agradecer a Deus que nos ajudou neste momento para que tivéssemos o êxito até então obtido. [1]

Nas palavras de fé de ambos os médicos, duas coisas podem ser percebidas:

Primeiro é que Deus de fato existe, Ele está bem perto de nós dotando os homens de ciência e sabedoria para fazerem o bem em favor do ser humano. No livro do profeta Daniel está dito que com o avançar do relógio escatológico, “a ciência se multiplicará” (Dn 12.4), e no livro dos Provérbios, bem como na epístola de Tiago, vemos que é Deus quem dá conhecimento e sabedoria aos homens (Pv 2.6; Tg 1.5). Em cada cirurgia bem-sucedida e em cada transplante de órgão realizado com êxito, ali está a boa, sábia e poderosa mão de Deus manifesta, concedendo a alguém mais alguns dias, meses ou anos de vida.

A segunda coisa que ainda pode ser percebida nas palavras daqueles “salvadores de vidas”, é que fé e ciência não precisam nem devem ser conflitantes, antes cooperantes para o bem da humanidade.

Não foi o diabo quem inventou a ciência e a medicina em particular. De Deus é que procedem todo dom perfeito e toda boa dádiva! (Tg 1.17).

Se outrora Asclépio ou Esculápio foi venerado nas culturas grega e romana como o deus da medicina (que até hoje preserva a referência àquele deus mitológico no bastão envolvido por uma serpente, o símbolo da medicina), isso se deu por pura ignorância e misticismo. Pois somente “o Deus que fez o mundo e tudo que nele há… ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas” (At 17.25).

Como não eram ateus os antigos estudiosos da medicina grega, também não precisam serem ateus os homens da ciência hoje. Nem precisam os homens de fé temerem o avanço das ciências médicas, pois, como bem diz o professor Adauto Lourenço, “toda ciência devidamente estabelecida e toda Bíblia corretamente interpretada, jamais entrarão em contradição”.

Segundo Claudionor de Andrade, a história dos transplantes começa em 1902 na França, quando o cirurgião Aléxis Carrel descobriu uma técnica capaz de ligar os vasos sanguíneos. Suas descobertas lhe renderam o prêmio Nobel de medicina em 1912. Andrade nos informa: “Cientista brilhante, jamais deixou de crer em Deus. Aos seus pares, deixou uma exortação grave e bem apropriada. ‘A obrigação de vocês é dar o máximo nos estudos profanos [seculares]: física, química, filosofia, matemática, etc., mas ao mesmo tempo adquirir e manter uma ciência religiosa proporcional à ciência humana. Sem o que, uma coisa matará a outra: sua filosofia, filologia e física arruinarão a fé’” [2]

Já é reconhecido por muitos estudiosos da mente humana e também das ciências médicas, que o recurso da fé pode ser uma ferramenta poderosíssima para auxiliar um paciente no seu tratamento, uma vez que a fé expulsa o medo e o estresse que podem prejudicar o quadro clínico do enfermo. No mais, ainda que conduzida por grandes, respeitados e experientes especialistas, todo transplante de órgãos só pode contar com 100% de êxito se contar com a mão do Médico por excelência chamado Jesus.

Em muitas salas de operação mundo afora sua presença não tem sido notada, mas ele está ali, fazendo pulsar o coração, bombeando o sangue, dando respiração aos pacientes, regenerando células, estancando hemorragias… não raras vezes em resposta às orações de parentes, pacientes e dos próprios médicos e enfermeiros! Sim, “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia” (Sl 46.1).

Doação de órgãos: conceito geral

O transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto.

Transplante de órgãos no Brasil

Segundo informação do Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem o maior programa público de transplante do mundo, no qual cerca de 87% dos transplantes de órgãos são feitos com recursos públicos, e ajuda cada vez mais pessoas a terem uma vida melhor. [3]

Apesar do percentual animador, ainda há muita gente na fila de espera por um órgão novo. Segundo dados de 2017, informados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, 30 mil brasileiros aguardam por um transplante.

E esse número varia diariamente, já que todo dia pessoas morrem na fila de espera por órgãos ou outros pacientes, vítimas de doenças graves, violência ou acidentes, entram para a lista, que é única (por estado) e gratuita – a fim de evitar discriminação de pacientes por condição social ou impedir tráfico de órgãos.

A legislação brasileira

A fim de evitar a comercialização de órgãos e tecidos (o que infelizmente ocorre nalguns países com precária legislação), a Lei 9.434, em seu artigo 9°, normatiza:

“É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau […] ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea”

No parágrafo terceiro deste mesmo artigo, as condições para a doção de órgãos intervivos (quando o doador está vivo) é regulada assim:

“Só é permitida a doação de referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador continuar vivendo sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável, e corresponda a uma necessidade terapêutica comprovadamente indispensável à pessoa receptora”

Quanto à doação de órgãos pós-morte (quando o doador sofre morte cerebral), a mesma lei em seu artigo quarto estabelece a obrigatoriedade do diagnóstico de morte encefálica, constatada por dois médicos, e a autorização dos familiares para a explantação do órgão:

“A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte”

E para dissipar o temor de que o cadáver do ente querido possa sofrer deformações visíveis em razão da retirada do órgão, a Lei ainda prevê a seguinte punição em seu artigo 19°:

“Deixar de recompor cadáver, devolvendo-lhe aspecto digno, para sepultamento ou deixar de entregar ou retardar sua entrega aos familiares ou interessados: Pena – detenção, de seis meses a dois anos”

Todas essas referências à lei brasileira que regulamenta a doação de órgãos são feitas para mostrar que, a não ser por sua permissão no uso de células-tronco embrionárias (que representa a manipulação, morte e descarte de uma vida – cremos na vida a partir da fecundação!), o que nós cristãos consideramos moralmente reprovável, a legislação brasileira é sofisticada e rigorosa quanto ao controle de transplante de órgãos no país.

E também dado ao fato do Brasil ter o maior programa público de transplante do mundo, através de médicos cirurgiões extremamente competentes (não necessitando os brasileiros irem para a América do Norte ou Europa em busca de profissionais qualificados), podemos dizer que não falta ao nosso país nem uma boa legislação nem bons profissionais para transplantes de órgãos. O que faltam apenas são DOADORES! Sem doador não há transplante.

Quem pode doar e o que pode ser doado

Sobre o programa de doação e transplante de órgãos, o Ministério da Saúde informa que “Há dois tipos de doador. O primeiro é o doador vivo. Pode ser qualquer pessoa que concordo com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes, só com autorização judicial. O segundo tipo é o doador falecido. São paciente com morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral)”. [4]

No caso de doação pós-morte, a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) orienta:

“No Brasil, para ser doador de órgãos e tecidos, não é necessário deixar nada por escrito. Basta avisar sua família, dizendo: ‘Quero ser doador de órgãos’. A doação de órgãos e tecidos só acontece após a autorização familiar documentada. Quando a pessoa não avisa, a família fica em dúvida” [5]

O tipo mais comum de transplante é o de sangue, ou mais apropriadamente, a transfusão de sangue. Outros órgãos e tecidos que podem ser doados são: rim, coração, pulmão, fígado, pâncreas e também córneas, pele e ossos, sempre após a autorização dos familiares. Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação.

Exemplos de doação na Bíblia

É fato que a Bíblia não fala, senão metaforicamente, do transplante de órgãos. Sobre o transplante espiritual que faria no povo de Israel, o Senhor diz: “E lhes darei um só coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne” (Ez 11.19; 36.26). É sobre a conversão do povo judeu que o Senhor está falando aqui, não de um transplante literal, até porque literalmente ninguém tem coração de pedra (esta é uma metáfora para o homem que é resistente ao chamado de Deus para arrependimento).

Óbvio, nos tempos bíblicos a ciência não gozava de tão grandes avanços como os que podemos contemplar hoje. O médico francês Jean Bernard (1908-2006) dizia que “A medicina evoluiu muito mais nos últimos cinquenta anos do que nos cinquenta séculos que nos precederam” [6].

Ainda na primeira metade do século I, escrevendo aos gálatas o apóstolo Paula fala do amor daqueles crentes quando uma nova comunidade de fé foi implantada ali em meio a grave enfermidade que o apóstolo sofria: “…Tenho certeza que, se fosse possível, vocês teriam arrancado os próprios olhos para dá-los a mim” (Gl 4.15, NVI).

Aquele apóstolo que escrevia com “letras grandes” (Gl 6.11) por acaso padecia de alguma doença nos olhos? Talvez, mas não sabemos exatamente. Mas Paulo mesmo testemunha que os gálatas, caso a medicina lhes permitisse naquele tempo, teriam feito transplante caso necessário para devolver àquele pioneiro da fé a sua saúde.

Não obstante, temos na Bíblia o que mais importa: os princípios morais que norteiam todas as nossas crenças e práticas, seja em que tempo for e sobre que assunto for! Assim, a Bíblia não precisa falar diretamente sobre doação de órgãos para ter uma palavra autoritativa nessa questão. Basta que ela estabeleça os fundamentos da empatia, do altruísmo, da misericórdia e do amor fraternal, como de fato estabelece, para que então saibamos como proceder sobre esta questão.

Empatia: sentir a dor do outro

A definição mais comum de empatia é a capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende, etc. É colocar-se no lugar do outro para sentir seus próprios sentimentos. Ainda que contra a vontade, por um momento os acusadores daquela mulher adúltera sentiram empatia por ela quando Cristo lhes sugeriu: “Quem não tem pecado atire a primeira pedra”. Certamente alguns daqueles pecadores, ávidos pelo juízo alheio, sentiram as pedradas em suas próprias costas, e então, um por um se retirou de diante de Jesus e da mulher a quem buscavam matar.

A Ética Cristã deve ser favorável ao transplante de órgãos, haja vista nosso próprio Senhor Jesus Cristo ser empático aos homens. Senão vejamos: “Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos” (Hb 2.11); “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15).

Nesses dois versículos percebemos o quanto Jesus é solidário com a raça humana, tão solidário que assumiu forma humana para sentir nossa dor e nossas limitações e pleitear como nosso irmão e também nosso sumo sacerdote o socorro de que tanto necessitamos. Se Jesus se humanizou (sem deixar de ser espiritual), por que nós, cristãos nos espiritualizaríamos à custa da humanização? Digo, por que seríamos alheios à dor do nosso semelhante, endurecendo nosso coração para aqueles que precisam de algo que podemos lhes dar? “Chorem com os que choram” nos ordena a Bíblia (Rm 12.15). Sintamos a dor dos que sofrem e providenciemos tanto quanto possível, ainda que compartilhando literalmente um pedaço de nós, o alívio para seu sofrimento.

Altruísmo: fazer o bem de livre vontade pelo outro

Altruísmo é uma palavra de origem francesa (altruisme) que significa atitude de amor ao próximo ou ausência de egoísmo. É a atitude filantrópica, desobrigada, voluntária e espontânea, motivada não por pressão e coação, mas por uma vontade livre de fazer o bem ao outro, sem esperar recompensa daquele a quem o bem é feito.

A doação de órgãos não é obrigatória. Ninguém responde criminalmente por não fazê-lo. Também em virtude de nenhuma sentença bíblica que a ordene explicitamente, não poderíamos dizer que pecam aqueles que não doam órgãos. Todavia, visto que a doação de órgãos não deve impor dano à saúde de quem doa (ainda que haja um risco, admitimos) e pode dar vida a quem padece alguma enfermidade, tal atitude está entre as mais elevadas demonstrações de altruísmo. A saúde renovada e o sorriso daquele que recebe o órgão doado, o alívio e a alegria no coração dos parentes do enfermo, e os anos de vida que lhe são acrescentados em virtude do transplante bem-sucedido… tem dinheiro que pague isso? O altruísta fica por demais feliz em converter lágrimas em sorrisos!

Ainda que o doador ou a família não receba nenhum pagamento e mesmo que nunca venha a conhecer o receptor daquele órgão doado, sem dúvidas a atitude espontânea de doar parte de si para alguém não ficará sem a justa retribuição divina (Hb 6.10). Se aquele que dá um copo de água fria aos pequeninos do Senhor não ficará sem seu galardão (Mt 10.42), imagina aquele que doar um órgão, muito mais valioso que um copo d’água! De modo algum sugiro aqui salvação por obras, antes, dirigindo-me aos cristãos, professores e alunos da Escola Bíblica Dominical, exorto-os a demonstrarem através de boas obras sua salvação já recebida pela fé (Tg 2.18)! Assim fazendo, “recompensado te será na ressurreição dos justos” (Lc 14.14). Ressurreição dos justos esta na qual todos os santos do Senhor tomarão parte, e pela qual nosso corpo que foi sepultado fraco, deficiente, corrompido ou com algum órgão faltando, “ressuscitará em incorrupção… com vigor… corpo espiritual” (1Co 15.42-44). Pode ficar muito tranquilo que ninguém vai sentir falta de absolutamente nenhum órgão ou nenhuma célula sequer no novo corpo ressurreto, corpo glorificado como o do nosso Senhor Jesus!

Misericórdia

Bem-aventurados os misericordiosos porque eles alcançarão misericórdia, disse Jesus no sermão do monte, onde princípios éticos universais e atemporais foram estabelecidos (Mt 5.7). Misericórdia é compaixão, é ter dó do outro.

Tomemos como exemplo de misericórdia, o samaritano da parábola contada por Jesus (Lc 10.30-35). Ao deparar-se com um homem caído e ferido, devido violência infligida por assaltantes, não foi indiferente como os religiosos que já haviam passado por aquele mesmo caminho. Antes, parou, prestou os primeiros socorros, conduziu o desconhecido ferido para uma hospedaria e ainda assumiu todas as despesas pelo seu tratamento médico.

Vale perguntar: se aquele homem ferido tivesse necessitado de um transplante e se aquele “bom samaritano”, em virtude da pronta misericórdia que demonstrou tivesse as condições que temos hoje, não teria ele também doado parte de si para o enfermo? Certamente sim. Ao menos doação de sangue ele teria feito para ajudar aquele que foi tão machucado no caminho e deixado “quase morto” (v. 30).

Esta parábola também serve para nós hoje, a fim de que não sejamos o sacerdote ou levita sem compaixão, mas o samaritano que se compadece e presta socorro a quem precisa. Como disse Jesus: “Vá e faça o mesmo” (v. 37).

Doar órgãos é um ato de amor

O amor de Deus

A Ética Cristã tem em Cristo o seu ponto de referência. E como bem pontua o comentarista da Lição, o Dr. Douglas Baptista, “o Salvador não doou apenas um ou outro órgão para salvar nossas vidas. Ele entregou a sua vida por inteiro para que não fôssemos condenados à morte eterna”.

O próprio Jesus quem disse: “…o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo” (Jo 6.51). E a motivação não foi outra senão esta: “Porque Deus amou o mundo…” (Jo 3.16).

Se temos a pretensão de ser discípulos de Cristo, então sigamos os seus passos!

O amor pelo próximo

O apóstolo do amor registra o ensino de Jesus sobre qual a maior prova de amor que alguém pode dar: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15.13). Quando aceitamos ser doadores, mais que membros do nosso corpo, estamos doando vida para alguém.

A pessoa que em vida doa órgãos ou a família que autoriza a doação de órgãos do parente que sofreu morte encefálica, está dando uma sublime demonstração de amor, que muito se aproxima daquela grande prova de amor que Cristo deu pelo mundo ao oferecer-se a si mesmo na cruz do Calvário.

Novamente exorta-nos o apóstolo do amor: “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1Jo 3.18). Não doar não é pecado, mas é deixar de participar dessa dimensão mais elevada do verdadeiro amor. Como disse Paulo, “o amor… é benigno” (1Co 13.4).

O amor que gera vida e gratidão

O pastor assembleiano Claudionor de Andrade narra seu testemunho pessoal de transplante de órgãos. Tendo recebido em 2006 o diagnóstico de que sofria de uma grave doença, a cirrose hepática, e que a tal evoluía rapidamente, foi encaminhado para o setor de transplantes do Hospital Geral de Bonsucesso, hospital público do Rio de Janeiro.

Entre longo tratamento, incessantes e fervorosas orações, Deus concedeu a vitória ao seu servo no ano de 2009, através de um transplante de fígado, cujo doador e sua família ele nunca chegou a conhecer.

Hoje o pastor Claudionor de Andrade vive bem para glória de Deus, e inclusive muito ativo na obra do Senhor. A revista da Escola Dominical do próximo trimestre (CPAD) traz os seus comentários sobre o livro de Levíticos. Certamente as palavras do salmista bem poderia ser as palavras do irmão Claudionor: “Não morrerei, mas viverei; e contarei as obras do Senhor” (Sl 118.17).

“Naquele momento, restava-me agradecer a Deus. Faltando-me palavras, orei pela família que, anônima e abnegada, permitiu que os órgãos de seu ente querido viessem a salvar não apenas a mim, mas também a outras pessoas igualmente graves e crônicas”, relata Claudionor de Andrade, já reabilitado. [7]

REFERÊNCIAS

[1] Diálogos verídicos retirados do programa Conexão Repórter, do SBT, transmitido em 10/12/2014. Disponível no Youtube: www.youtube.com/watch?v=fj59pfVnbAs
[2] Claudionor de Andrade. As novas fronteiras da Ética Cristã, CPAD, pp. 125,6
[3] Informação do Ministério da Saúde. Disponível aqui: portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/doacao-transplantes-de-orgaos/sobre-o-programa
[4]  Informação do Ministério da Saúde disponível aqui: portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/doacao-transplantes-de-orgaos/sobre-o-programa
[5] Informação da ABTO disponível aqui: www.abto.org.br/abtov03/Upload/image/Campanhas-e-Eventos/folder2016.pdf
[6] Claudionor de Andrade. Op. cit., p. 122
[7] Claudionor de Andrade. Op. cit., p. 121

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