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estudos bíblicos

O processo da salvação

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 10 do trimestre sobre “A obra da salvação”

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Homem com joelhos dobrados dentro de igreja. (Foto: Pexels / Pixabay)

III. SANTIFICAÇÃO

  • O que é santificação?

Tudo o que o homem tem que fazer para ser justificado e regenerado é crer em Jesus Cristo como seu Salvador pessoal e a ele entregar-se arrependido. Nem a justificação, nem a regeneração são graduais ou progressivas. São pontuais e ocorrem apenas uma vez na vida do salvo. A santificação, porém, difere dos aspectos anteriores pelo seu caráter progressivo. Outro fator que também distingue santificação de justificação e regeneração, é que há aqui agora algo ligado à vida diária do cristão, sendo, portanto, um assunto de ordem prática, e que muito nos diz respeito. A santificação é posicional (fomos santificados no sangue de Cristo, na conversão), é progressiva (estamos nos santificando a cada dia pela Palavra), e é definitiva ou final (alcançaremos o grau mais elevado de santidade preparado para nós, por ocasião da vinda de Cristo, onde o mortal dará lugar à imortalidade, e o corruptível dará lugar a incorruptibilidade).

O conceito que o pastor Claiton Pommerening nos traz na Lição é suficiente ao nosso estudo: “A santificação é o processo pelo qual o crente se afasta (separa) do pecado para viver uma vida inteiramente consagrada a Deus, desenvolvendo nele a imagem de Cristo (Rm 8.29)”. Destaquemos estes dois aspectos da santificação: SEPARAR E CONSAGRAR:

– SEPARAÇÃO

Na conversão, Deus nos separa do mundo. Não no sentido físico, óbvio, mas no sentido espiritual e moral. Ou seja, já não estamos mais do lado dos inimigos de Deus, nem vivemos mais segundo as inclinações carnais dominantes no mundo. Como disse Jesus, nós estamos no mundo, mas não somos do mundo (Jo 17.14). As palavras de Paulo expressam com clareza este rompimento moral com o mundo: “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13). Duffield e Van Cleave ressaltam que “o termo popular grego para ‘igreja’ é ecclesia, com o sentido de ‘os chamados para fora’. Cada membro da igreja é especialmente separado para dar glória a Deus” (16).

– CONSAGRAÇÃO

Não só deixamos de comungar com as obras infrutuosas da carne (Ef 5.11), como passamos agora a viver uma nova vida, com novos valores e novas práticas, que estão em conformidade com o caráter de Deus, visto que por Ele e para Ele fomos consagrados. Ao mesmo tempo em que fala do rompimento de velhas relações marcadas pelo pecado, Paulo apresenta-nos também a necessidade de fazermos novas relações que sejam marcadas pelas virtudes, o que deve ser comum na vida de um santo: “Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (2Tm 2.22). Como no Antigo Testamento, quando os objetos consagrados ao Senhor para uso no culto judaico não podiam ser usados para quaisquer outros fins que não fosse o da adoração a Deus, assim também o crente consagrado ao Senhor, não pode “se embaraçar com os negócios desta vida” (2Tm 2.4).

Piadas imorais, vestes indecentes, pensamentos impuros, palavrões, consumo desregrado de comida ou bebida, amor ao dinheiro, mau uso do dinheiro, programações televisas saturadas de apelações sexuais ou violência, programas que ridicularizam dos valores e da fé cristão… nada disso mais deve ser atrativo aos olhos e ao coração do crente santificado, pois ele agora está separado destas coisas e foi dedicado para uso do Senhor Jesus, em “toda boa obra” (2Tm 2.21).

Na santificação há um aspecto cooperativo, ou seja, um sinergismo entre o Espírito Santo, que é o santificador, e o crente, que é santificado. Embora seja uma obra da graça, como diz o pastor Raimundo de Oliveira (17), o crente, que foi capacitado pela graça, é chamado a corresponder com o Espírito Santo, não dando ouvido ao conselho dos ímpios, não se detendo no caminho dos pecadores, nem se assentando em volta dos escarnecedores, antes deve dedicar à Palavra do Senhor todo seu coração para que em tudo possa prosperar! (Sl 1.1-3). Se na conversão, é o sangue de Cristo que nos santifica, mudando-nos de posição de imundos para santos, na vida diária é o Espírito Santo que nos santifica por meio da Palavra (Jo 17.17). Mas é necessário que prestemos atenção a essa Palavra, e a ela obedeçamos livremente, para que então ela produza efeitos positivos em nós!

É neste sentido de cooperação que a Palavra ordena: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). O termo grego aqui para segui é diokete, que literalmente significa “perseguir”, “correr atrás”, “buscar desejosamente”. Santificação não é uma dádiva que se recebe passivamente, mas ativamente! O crente deve esforçar-se a cada dia, pelo poder que nele opera, para despojar-se do velho homem e revestir-se do caráter de Cristo, e experimentar o crescimento diário do fruto do Espírito em seu ser. Deus não remove todo orgulho, vaidade, avareza, dúvida, ansiedade, medo, pensamentos impuros de uma vez só, nem nos impede de sofrer tentações diárias. O fruto do Espírito (Gl 5.22), cresce a cada dia, conforme oramos mais, lemos mais a Bíblia, participamos mais da comunhão com a igreja e deixamos o Espírito agir em nossa vida. Fato é que somente os limpos de coração verão a Deus! (Mt 5.8) Ppor esta razão somos advertidos a ser santos em toda a nossa maneira de viver (2Pe 1.15), e termos o nosso espírito, alma e corpo santificados integralmente para sermos achados irrepreensíveis na vinda de Cristo (1Ts 5.23).

“Sem santificação ninguém verá a Deus”! Se nós crentes levássemos a sério esta palavra não viveríamos em práticas continuadas de pecado ou em negligência na obra do Senhor! Persiga a santificação! Deseje-a de todo coração! Como um caçador em busca da caça, como um predador em busca da presa, assim a Bíblia ordena-nos perseguir a santificação.

  • Quais as bênçãos da santificação?
  1. o caráter de Cristo modelado em nós
  2. maior comunhão diária com Deus
  3. mais produção de frutos para glória de Deus
  4. maior sensibilidade para o Espírito Santo
  5. certeza de poder entrar nas mansões celestes que Cristo nos foi preparar

Irmãos, sede santos!

Boa aula!
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(1) William Menzies e Stanley Horton. Doutrinas bíblicas, CPAD, p. 85
(2) Antônio Gilberto. Teologia Sistemática Pentecostal, CPAD, p. 334
(3) Orton Wiley e Paul Culberstone. Introdução à teologia cristã, CNP, p. 315
(4) Declaração de Fé das Assembleias de Deus, CPAD, p. 111
(5) Walter Brunelli. Teologia para Pentecostais, vol. 3, Central Gospel, p. 344
(6) J. Rodman Williams. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal, Vida, p. 406
(7) Raimundo de Oliveira. As grandes doutrinas da Bíblia, CPAD, p. 225
(8) J. Rodman Williams, op. cit., p. 404
(9) J. Rodman Williams, op. cit., p. 406
(10) William Menzies e Stanley Horton, op. cit., p. 85
(11) William Menzies e Stanley Horton, op. cit., p. 89
(12) Declaração de Fé das Assembleias de Deus, CPAD, p. 112
(13) Antônio Gilberto. Teologia Sistemática Pentecostal, CPAD, p. 361
(14) Orton Wiley e Paul Culberstone, op. cit., pp. 321,2
(15) Myer Pearlman. Conhecendo as doutrinas da Bíblia, Vida, p. 245
(16) Guy Duffield e Nathaniel Van Cleave. Fundamentos da Teologia Pentecostal, vol. 1, p. 327
(17) Raimundo de Oliveira. Op. cit., p. 235

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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