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estudos bíblicos

O exílio de Davi

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 8 do trimestre sobre “O Governo Divino em Mãos Humanas – Liderança do Povo de Deus em 1º e 2º Samuel”.

em

Caverna. (Foto: Ksenia Kudelkina / Unsplash)

II. Davi e o amor com os pais

1. Protegendo seus pais

Compreendendo que seus pais corriam risco de vida no território de Judá, em Adulão, Davi providencia para que eles encontrem exílio na distante terra de Mispa, dos moabitas, do outro lado do Mar Morto (1Sm 22.3,4).

O próprio Davi, com anuência do rei de Moabe, viveu por muito tempo naquele “lugar seguro”, como o próprio texto bíblico o chama, até que, sob orientação do porta-voz de Deus, o profeta Gade, Davi retornou ao território judeu – este fora um teste de confiança em Deus, no qual Davi fora aprovado já que prontamente obedeceu ao profeta (1Sm 22.4,5). Diferentemente de Saul, que era desobediente aos profetas de Deus, Davi podia ter outras falhas, mas a desobediência a uma expressa ordem de Deus dada através de seus profetas não era algo de que Davi podia ser acusado.

Analisando naturalmente a situação, sem exigirmos de Davi aquele mesmo dom da fé pelo qual ele voluntariou-se para a batalha contra o gigante Golias, concluímos que fazia muito sentido ele buscar em Moabe abrigo temporário para seus pais, já que Rute, a moabita, era bisavó de Davi (Rt 4.13-22). Assim, não deixavam os moabitas de terem algum parentesco com Davi. Entretanto, ainda que a Bíblia nada mais diga sobre os pais de Davi, segundo MacDonald, “diz a tradição [judaica] que, mais tarde, os moabitas mataram os pais de Davi”[2].

Se isso de fato ocorreu, seria demais da nossa parte culpar Davi pela atrocidade dos moabitas. Davi, ainda que muitas vezes guiado por Deus, era “homem sujeito às mesmas paixões que nós” (como se diz de Elias, em Tg 5.17), e não podia prever todas as ações de seus adversários, como não pode prever a decisão do assassino rei Saul que mandou liquidar todos os sacerdotes do Senhor, começando por Aimeleque, por ter este ajudado Davi.

O que podemos ter certeza é que enquanto Saul não temia ameaçar e agredir seu próprio filho Jônatas (que esteve em iminência de morte nas mãos de seu pai – conf. 1Sm 20.30-33), Davi, ao contrário, demonstrou amor e proteção para com sua família, buscando coloca-la a salvo dos perigos que a rodeavam.

2. A recompensa bíblica para os filhos obedientes

Os mandamentos de Deus entregues ao povo de Israel estabeleciam a obediência e honra aos pais, e isso mediante uma promessa: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Êx 20.12).

O teólogo holandês Jacó Armínio (1560 – 1609) explicou que honrar pai e mãe demanda três atitudes por parte dos filhos: (1) que seja exibida reverência à pessoa de nossos pais (infelizmente há filhos que não demonstram nenhum respeito na presença de seus pais); (2) que seja prestada obediência às suas ordens; e (3) que seja evidente a gratidão, ao conceder-lhes todas as coisas necessárias para a preservação da vida atual, com respeito à dignidade de suas pessoas e funções, recompensando-os por tudo que já fizeram pelos filhos.[3]

O apóstolo Paulo interpreta esse mandamento com promessa acrescentando: “Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra” (Ef 6.3). Logo, filhos que honram seus pais, com as atitudes que elencamos acima, gozam não só de longevidade, mas de boa qualidade de vida. Davi, portanto, estava debaixo dessa promessa, visto que mostrou cuidados para com os seus pais.

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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