Siga-nos!

opinião

O dom de línguas já cessou!

Bem, foi esta a afirmação absurda que li em um artigo de um amado irmão de uma Igreja tradicional.

em

Eu sempre gostei daquela iguaria da cozinha paraense que é o Açaí. Aqui no Rio de Janeiro ele é apreciado em uma mistura de xarope de guaraná, morango e mais acréscimos como granola, chocolate granulado, etc. O açaí não é produzido na região sudeste, ele só é encontrado ao norte, sendo assim, chega até nós processado e congelado.

Sempre ouvia os paraenses que moram aqui no Rio dizerem que o sabor deste Açaí que apreciamos aqui não tem nada a ver com o verdadeiro néctar das selvas que é colhido, higienizado e moído na hora lá em Belém. Até o dia que tive a oportunidade de visitar a capital do Pará e fui pessoalmente conferir a verdade sobre o suco da fruta. Realmente, o Açaí do Pará não tem relação nenhuma com aquilo que comemos aqui. Fiquei impressionado

Por mais que eu tente te explicar a diferença jamais conseguirei transmitir minhas sensações, a explosão do sabor exótico por mim jamais experimentado, a sua consistência, aroma, etc. São experiências particulares, subjetivas a terceiros, pois são empíricas (Que faz alusão ao empirismo. Que se apoia exclusivamente na experiência e na observação. Que não se pauta em uma teoria determinada.).

Da mesma forma as coisas espirituais não podem ser explicadas por palavras, pois como bem afirmou o apóstolo Paulo em I Co 2.14 : “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.”

Em se tratando das Línguas Estranhas deve-se ter em mente que elas foram essencialmente um sinal para Israel de que Deus queria atingir todas as nações com o Seu Evangelho.

Isto fica claro em I Co 14.20-22: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento. Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis.”

O problema é que nossos irmãos da igreja de Corinto estavam usando e abusando dos dons espirituais, especialmente as Línguas Estranhas, ou Glossolália (do grego γλώσσα, “glóssa” [língua]; λαλώ, “laló” [falar]) é um fenômeno de psiquiatria e de estudos da linguagem, em geral ligado a situações de fervor religioso, em que o indivíduo crê expressar-se em uma língua por ele desconhecida, por ele tida como de origem divina.).

Paulo, então, os exorta a deixarem de ser crianças e pararem com o exibicionismo. O apóstolo ainda os adverte a tornarem-se homens maduros e entenderem o verdadeiro propósito destas línguas. Este fenômeno era o cumprimento da profecia de Isaias capítulo 28.11-12 : “Pelo que, por lábios gaguejantes e por língua estranha falará o Senhor, a este povo, ao qual ele disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir”.

Estas línguas eram um sinal aos descrentes judeus, isto é, judeus que ainda estavam perdidos por não haverem crido e nem recebido a Jesus como o Messias prometido, o Cristo, o Senhor deles, o Salvador e Deus deles, bem como os outros judeus que creram e foram salvos, mas não criam na salvação dos gentios e nem que o Senhor estava chamando a todas as nações do mundo para formar um corpo espiritual, a Igreja, formada por judeus e gentios. “…Este povo…” em Isaias 28 é uma referência à nação judaica.

Hoje as línguas continuam servindo ainda como um sinal sobrenatural àqueles que não creem.

Dizer que não há mais lugar para esta manifestação em nossos dias é comum a todos aqueles que nunca tiveram esta experiência sobrenatural do Espírito Santo. Eles jamais entenderão toda a complexidade e sensações que nos aquece o coração enchendo-nos da Graça Eterna do Pai que nos faz explodir em Línguas Estranhas. É empírico, é fenomenal, não existe nenhum paralelo terreno.

É praticamente impossível alguém que foi agraciado com o Batismo com o Espírito Santo não se manifestar em Línguas Estranhas, (tanto que esta é uma evidencia Daquele) quando sentindo a presença do Senhor, ou mesmo quando em tribulação sente o refrigério do Espírito Santo de Deus. [Já estou com vontade de falar em línguas aqui enquanto escrevo …]

Concordo que em muitos lugares crentes meninos continuam a abusar deste dom, trazendo escândalos. Entretanto, nossos amados irmãos tradicionais ou descrentes precisam tomar muito cuidado para que suas observações infundadas e maculadas de radicalismos não os conduza à blasfêmia contra o Espírito Santo de Deus (palavra, expressão ou afirmação que insulta ou ofende o que é considerado digno de respeito ou reverência; atribuir ao diabo atividades sabidamente oriundas do Espirito Santo de Deus).

Amado irmão, o Senhor nos chamou à liberdade, mas não abusemos de nossa liberdade para dar lugar à carne. Ore em línguas, fale em línguas e que haja interpretação para a edificação dos irmãos. Não deixemos que as vozes deste mundo impeçam a operação de Deus em nossas vidas.

Bem disse o filósofo Aristóteles: “O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.”

ZAMBE APAMBOLA IO,  ( ups… não é Língua Estranha não, significa : Que Deus te abençoe – Dialeto Lingala – Rep. Congo e Angola – África)

Graduado em Teologia. Pós-graduado em Teologia Bíblica. Mestre em Sociologia da Religião. Doutorando em Teologia.

Trending